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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

NÓS DA CANA

Usinas dão calotes e ‘abandonam’ cortadores de cana


Falta de pagamentos e até fornecimento de cestas básicas coloca em xeque o setor sucroalcoleiro no Pontal e dissemina a falta de esperança entre os trabalhadores rurais
O fim de ano chegou e o que seria um período de comemoração por conta das festas natalinas e de passagem de ano, está sendo agora amargado por frustrações e falta de perspectivas entre os trabalhadores rurais do setor de corte de cana das indústrias sucroalcoleiras do oeste paulista. Conforme informações do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Presidente Venceslau e Marabá Paulista, a Usina Decasa, situada em Marabá Paulista, é o exemplo do não cumprimento de suas obrigações trabalhistas no que tange o pagamento de salários, adiantamentos salariais – popularmente conhecidos por “vale”, previsto para ser pago até o dia 20 do corrente mês -, parcelas do 13º e até mesmo o fornecimento de cestas básicas aos trabalhadores.
“Há anos estamos discutindo e denunciando as mazelas praticadas pelas indústrias de produção de álcool em relação aos trabalhadores. O tão propalado sucesso do etanol brasileiro, enaltecido em discursos governamentais e nas campanhas publicitárias, tem o seu lado obscuro, que a sociedade precisa estar ciente”, pontua Rubens Germano, que preside o STR-PVMP.
De acordo com o sindicalista, vem se tornando cada vez mais frequente a procura pela entidade por trabalhadores descontentes com a delicada situação por qual passam neste final de 2012. “Nas últimas semanas estamos tendo conversas com os trabalhadores que nos procuram no sindicato e também em nossas idas até o campo. A insatisfação é geral, muito grande mesmo. Ainda assim, eles [trabalhadores] temem represálias por parte dos patrões caso levantem suas vozes em busca dos seus direitos”, comenta Germano.
O sindicalista informa que as dificuldades quanto ao cumprimento na obrigatoriedade do pagamento dos salários se agravou este ano. Germano aponta que a Usina Decasa encontra-se em processo de recuperação judicial desde 2008, fato que gera instabilidade por parte da mão de obra – seja do corte de cana ou da área industrial e administrativa – quanto ao futuro no emprego. Este ano, ressalta Germano, a usina encerrou a moagem da safra no dia 24 de novembro e, apenas quatro dias depois, no dia 28, apresentou proposta de pagar o 13º salário em seis parcelas a partir do próximo mês de janeiro, além de períodos de licença e férias aos trabalhadores. “Nossa categoria não acatou a proposta”, enfatiza.
Na manhã desta quarta-feira, 26, o STR entrou em contato com a usina e não conseguiu obter qualquer novidade que viesse a reverter a atual situação por qual passa os trabalhadores rurais. “No próximo dia 07 de janeiro todos os trabalhadores da usina, do campo e do setor industrial, retornam do recesso imposto pela Decasa. Até o momento ninguém sabe qual será a postura da direção da usina em relação e eles. Isto tem gerado grande desgaste”, expõe Germano. “Por conta dos atrasos nos salários, muitos não conseguem honrar seus compromissos e, devido a falta de cesta básica, para alguns já começa a faltar comida na mesa”, completa.
Outra situação de grave desrespeito à legislação trabalhista e as convenções coletivas é observada na destilaria Alvorada do Oeste, de Santo Anastácio. Segundo Rubens Germano, cerca de 500 trabalhadores teve o contrato reincidido no decorrer do ano sem receber até o presente momento qualquer das indenizações garantidas por lei.
Ao contrário da Decasa, que possui produção própria, os trabalhadores da Alvorada do Oeste fazem o manejo e a colheita da produção para que esta seja direcionada à Usina Conquista do Pontal, pertencente a ETH e estabelecida em Mirante do Paranapanema. No ano de 2012 não houve atividades no setor de indústria da usina anastaciana.

>> Mais informações com Rubens Germano – (18) 3271-3744   /   9782-2608

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