Assentados enfrentam dificuldades com queda de ponte

Ela foi arrancada há cerca de dez dias pela correnteza da água causada pelas últimas chuvas

Assentados de Presidente Bernardes enfrentam uma situação difícil há cerca de dez dias: sem uma ponte de acesso à estrada que vai até à cidade, eles vivem a insegurança e temem prejuízos financeiros e de saúde.

A ponte foi arrancada há cerca de dez dias pela correnteza da água causada pelas últimas chuvas que caíram no Oeste Paulista. Os estragos causam muitos transtornos aos assentados. Além da dificuldade em escoar a produção, aqueles que sofrem com algum tipo de doença precisam contar com a sorte.

Da ponte, o que sobrou foram apenas os pilares de madeira. O cenário é de destruição. As árvores arrancadas com a força da água ainda estão espalhadas por todos os lados, além disso, uma enorme cratera foi aberta com a chuva. A situação preocupa os moradores do Assentamento Floresta, no Bairro Dumontina, em Presidente Bernardes.

O assentado Cícero Aparecido Pereira de Mello teme perder toda a produção de leite.

“Vivemos dessa produção de leite. Se o caminhão não chega, temos que caçar algum meio alternativo para a distribuição. Ou entregar para alguém que não meche com leite, ou fazer doce, iogurte, qualquer coisa”, revela.

O trajeto que antes era de apenas dois quilômetros para chegar à cidade aumentou quatro vezes. São 20 minutos a mais para ir e 20 para voltar. Com essa distância, o produtor vive a insegurança por conta do preço pago pelo litro de leite.

“Pode ser que o laticínio venha querer fazer algum desconto em cima desse leite e isso é um prejuízo para nós, pois não contamos com esse desconto. Nós já temos o valor real, mas se eles começarem a descontar por conta da distância, estamos perdidos”, conta o produtor.

Quem não possui carro e precisa passar para o outro lado, tem que se aventurar atravessando por cima das tábuas.

“Esses dias atrás eu cai e minha perna entrou inteira no buraco. É muito perigoso porque o barranco está rachando e o local todo tem buracos”, fala a cortadora de cana, Maria Aparecida dos Santos.

A reportagem tentou localizar o prefeito Wilson Antônio de Barros, mas ele não foi encontrado para falar o que poderia ser feito para resolver o problema dos moradores da zona rural do município.