Vítimas acusam policiais militares que fazem 'bico' de segurança para mansões da Zona Sul de usar violência para acabar com prostituição perto do Jockey Club; Polícia e Corregedoria apuram denúncia.
Policiais militares que fazem segurança particular e privada para moradores do Cidade Jardim, bairro nobre da Zona Sul de São Paulo, são investigados pela Polícia Civil por suspeita de agredir, ameaçar de morte e ofender travestis que se prostituem em frente a casarões e mansões nas ruas próximas ao Jockey Club. Parte dos crimes foi registrada por celular pelas vítimas (assista vídeo acima).
A Corregedoria da Polícia Militar (PM) também apura o caso, mas na esfera administrativa porque agentes da corporação são proibidos de fazer ‘bicos’ não oficiais, mesmo durante as suas folgas.
Vinte e quatro travestis acusam oito seguranças, segundo elas, todos agentes à paisana da Polícia Militar, de usarem violência para tentar acabar com a prostituição que há décadas existe na região. Vale lembrar que, pela lei, se prostituir não é crime. Mas policiais contratados por moradores estariam recebendo até R$ 5 mil por mês para expulsá-las de lá.
Para as vítimas, esse serviço de segurança - além de criminoso e ilegal por ser violento e feito por agentes não autorizados - é higienista e transfóbico pelo fato de propagar o preconceito às travestis que se prostituem no local.
Algumas delas relataram à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) que, desde julho deste ano, PMs sem farda vêm batendo nas travestis com socos, chutes e armas. Também contaram que policiais atiram balas de borracha nas costas e nádegas delas, chegando até a jogar bombas de efeito moral para afastá-las da Avenida Lineu de Paula Machado, Rua Sarabatana e Praça Professor Cardim.
Organizadas, elas montaram um grupo de WhatsApp onde compartilham vídeos e fotos que mostram as travestis sendo atacadas pelos vigilantes.
“Teve uma amiga nossa que eles deram tiro na bunda dela. No início eles começaram a jogar muito bomba em cima da gente. Qualquer carro que parava eles jogavam bomba e assustavam”, disse ao G1 uma travesti que trabalha há 14 anos perto do Jockey Club.
Assim como outras travestis que se prostituem na região, ela só aceitou falar com a reportagem sob a condição de não revelar nome e mostrar rosto.
Policiais militares que fazem segurança particular e privada para moradores do Cidade Jardim, bairro nobre da Zona Sul de São Paulo, são investigados pela Polícia Civil por suspeita de agredir, ameaçar de morte e ofender travestis que se prostituem em frente a casarões e mansões nas ruas próximas ao Jockey Club. Parte dos crimes foi registrada por celular pelas vítimas (assista vídeo acima).
A Corregedoria da Polícia Militar (PM) também apura o caso, mas na esfera administrativa porque agentes da corporação são proibidos de fazer ‘bicos’ não oficiais, mesmo durante as suas folgas.
Vinte e quatro travestis acusam oito seguranças, segundo elas, todos agentes à paisana da Polícia Militar, de usarem violência para tentar acabar com a prostituição que há décadas existe na região. Vale lembrar que, pela lei, se prostituir não é crime. Mas policiais contratados por moradores estariam recebendo até R$ 5 mil por mês para expulsá-las de lá.
Para as vítimas, esse serviço de segurança - além de criminoso e ilegal por ser violento e feito por agentes não autorizados - é higienista e transfóbico pelo fato de propagar o preconceito às travestis que se prostituem no local.
Algumas delas relataram à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) que, desde julho deste ano, PMs sem farda vêm batendo nas travestis com socos, chutes e armas. Também contaram que policiais atiram balas de borracha nas costas e nádegas delas, chegando até a jogar bombas de efeito moral para afastá-las da Avenida Lineu de Paula Machado, Rua Sarabatana e Praça Professor Cardim.
Organizadas, elas montaram um grupo de WhatsApp onde compartilham vídeos e fotos que mostram as travestis sendo atacadas pelos vigilantes.
“Teve uma amiga nossa que eles deram tiro na bunda dela. No início eles começaram a jogar muito bomba em cima da gente. Qualquer carro que parava eles jogavam bomba e assustavam”, disse ao G1 uma travesti que trabalha há 14 anos perto do Jockey Club.
Assim como outras travestis que se prostituem na região, ela só aceitou falar com a reportagem sob a condição de não revelar nome e mostrar rosto.
Vídeos
Dispostas a dar um basta a essa perseguição por parte dos vigilantes, as travestis decidiram gravar e fotografar as agressões. Numa filmagem é possível vê-las correndo de dois homens, apontados por elas como os policiais que as aterrorizam.
“Vamos embora, vamos embora”, dizem as travestis enquanto filmam a aproximação dos agentes, que as expulsam com pontapés de uma praça usada por elas para marcar os programas com os clientes.
“Porque eles fazendo isso, a gente não ia mais trabalhar”, disse ao G1 uma travesti sobre os seguranças que as agridem. “Não trabalhando a gente teria que ir embora daqui, que é o que eles querem”.
Foi o Centro de Cidadania LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis) da Prefeitura, que fica no Largo do Arouche, Centro da capital, que pediu para a Decradi investigar as denúncias das travestis após ser procurado por elas.
“Entendo que estamos diante de um caso de transfobia. Ou seja, os seguranças particulares, alguns deles policiais militares, estão sendo intolerantes às travestis”, disse à reportagem o advogado Ricardo Dias, do Centro de Cidadania LGBT.
“Prostituição não é crime. O que às vezes é tipificado é sexo dentro de locais públicos, carro, fazer ato obsceno. O que é proibido é a prática de sexo na rua ou andar nua na via”, esclareceu Dias. “Pelo relato delas, no entanto, os programas ocorrem em hotéis da região”.
Além de dar assessoramento jurídico às travestis, o Centro LGBT elaborou relatório com as queixas delas e o entregou à Decradi, que por sua vez instaurou inquérito criminal para investigar crimes de lesão corporal, ameaça e injúria.
Dispostas a dar um basta a essa perseguição por parte dos vigilantes, as travestis decidiram gravar e fotografar as agressões. Numa filmagem é possível vê-las correndo de dois homens, apontados por elas como os policiais que as aterrorizam.
“Vamos embora, vamos embora”, dizem as travestis enquanto filmam a aproximação dos agentes, que as expulsam com pontapés de uma praça usada por elas para marcar os programas com os clientes.
“Porque eles fazendo isso, a gente não ia mais trabalhar”, disse ao G1 uma travesti sobre os seguranças que as agridem. “Não trabalhando a gente teria que ir embora daqui, que é o que eles querem”.
Foi o Centro de Cidadania LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis) da Prefeitura, que fica no Largo do Arouche, Centro da capital, que pediu para a Decradi investigar as denúncias das travestis após ser procurado por elas.
“Entendo que estamos diante de um caso de transfobia. Ou seja, os seguranças particulares, alguns deles policiais militares, estão sendo intolerantes às travestis”, disse à reportagem o advogado Ricardo Dias, do Centro de Cidadania LGBT.
“Prostituição não é crime. O que às vezes é tipificado é sexo dentro de locais públicos, carro, fazer ato obsceno. O que é proibido é a prática de sexo na rua ou andar nua na via”, esclareceu Dias. “Pelo relato delas, no entanto, os programas ocorrem em hotéis da região”.
Além de dar assessoramento jurídico às travestis, o Centro LGBT elaborou relatório com as queixas delas e o entregou à Decradi, que por sua vez instaurou inquérito criminal para investigar crimes de lesão corporal, ameaça e injúria.
Relatório
Veja abaixo alguns dos relatos que constam no documento do Centro LGBT que estão com a Decradi:
"Se não saírem de lá irão morrer, ou até mesmo, batem com a arma nelas e até mesmo em clientes"
"Não adianta nada procurarem ajuda que eles vão acabar com a vida delas, cambada de traveco podre"
"Saiam daqui, toma bomba na cara cambada suja"
"Não queriam travestis na área"
“Com esse constrangimento, os seguranças tentam inibir o trabalho delas há mais de 10 anos. Nosso trabalho é fazer encaminhamento em defesa desses direitos”, disse o advogado do Centro LGBT, se referindo à lei estadual que trata da intolerância sexual por injúria e ameaça.
Boletins de ocorrência com relatos das agressões sofridas pelas travestis, fotos das feridas causadas por disparos de armas de fogo, e vídeos feitos pelas próprias vítimas também estão sendo analisados pela delegacia especializada.
Dois seguranças suspeitos de aterrorizar as travestis já foram identificados pela investigação. Em seus depoimentos à Decradi, eles admitiram ser mesmo policiais militares que fazem 'bico' de segurança na região do Jockey Club, mas negaram as agressões.
Sem revelarem o valor, disseram que recebem dinheiro de membros de associações de moradores para fazer a vigilância das residências. Mas o único objetivo seria coibir roubos na região.
O G1 não conseguiu localizar os PMs investigados e nem seus advogados para comentarem o assunto.
As travestis disseram à reportagem que a versão dos policiais é 'mentirosa'. Contaram que os agentes que fazem ‘bico’ como seguranças chegam a impedir o direito de ir e vir delas e até dos clientes. Mesmo à paisana e com carros particulares, os seguranças aparecem nos vídeos bloqueando ruas com cones de trânsito.
As imagens ainda mostram veículos descaracterizados da segurança local com giroflex estacionados como se fossem viaturas da Polícia Militar, com a traseira sobre a calçada e a dianteira apontada para a rua. Em seguida, é possível ver os vigilantes conversando com outros policiais militares, estes fardados e dentro de uma viatural oficial da PM.
Policiais civis ouvidos pelo G1 disseram que os PMs fardados que são vistos no local deveriam multar os carros parados sobre a calçada e desobstruírem a via, bloqueada por um cone.
Segundo as travestis, os seguranças realizam falsas blitzes, abordando, revistando e fotogrando e filmando os clientes delas e dos carros deles, ameaçando divulgar as imagens nas redes sociais. Também vale lembrar que quem procura uma profissional do sexo não está cometendo crime.
“Com o intuito de constranger, intimidar e prejudicar nosso trabalho, os policiais ainda filmam e fotografam nossos clientes, o que tem afastado a clientela”, disse uma travesti de 28 anos de idade, que usa o dinheiro dos programas para ajudar a família e pagar suas contas. “Aluguel da casa, parcela do carro, faculdade...”
“Eles pegam e colocam a arma na cintura, jogam o carro no meio da rua e começam a pegar uma placa para anotar e entender que está multando”, disse outra travesti, que também reclamou de ofensas por parte dos seguranças. “Segunda-feira passada, um cliente foi sair comigo e eles começaram a xingar o cliente.”
Uma travesti do grupo falou que está ficando traumatizada por conta das constantes ameaças que vem sofrendo dos policiais. “Somos ameaçadas 24 horas. Várias amigas minhas já foram agredidas fisicamente, verbalmente. Sendo que isso é uma injustiça. A gente não tá fazendo nada demais aqui”, disse. “Mostram o revólver. Fazem uma grande ameaça psicologicamente. Tentam tirar a gente daqui na marra”.
“Eu apenas desejo que isso acabe. Eu não desejo mal pra eles [policiais que trabalham como seguranças]. Eu desejo que isso acabe porque eu preciso trabalhar. As minhas amigas precisam trabalhar. E eu quero que a sociedade veja a gente com respeito. Porque a gente não tá aqui porque a gente quer. A gente precisa estar aqui”, falou uma das travestis mais antigas da região.
Até o momento, dez travestis e até uma prostituta, que também atua na região, foram ouvidas pela Decradi e reforçaram as denúncias das agressões cometidas pelos policiais durante o ‘bico’. Futuramente moradores serão chamados para prestar esclarecimentos se estão mesmo pagando PMs de folga para usar de violência para acabar com a prostituição no bairro.
Veja abaixo alguns dos relatos que constam no documento do Centro LGBT que estão com a Decradi:
"Se não saírem de lá irão morrer, ou até mesmo, batem com a arma nelas e até mesmo em clientes"
"Não adianta nada procurarem ajuda que eles vão acabar com a vida delas, cambada de traveco podre"
"Saiam daqui, toma bomba na cara cambada suja"
"Não queriam travestis na área"
“Com esse constrangimento, os seguranças tentam inibir o trabalho delas há mais de 10 anos. Nosso trabalho é fazer encaminhamento em defesa desses direitos”, disse o advogado do Centro LGBT, se referindo à lei estadual que trata da intolerância sexual por injúria e ameaça.
Boletins de ocorrência com relatos das agressões sofridas pelas travestis, fotos das feridas causadas por disparos de armas de fogo, e vídeos feitos pelas próprias vítimas também estão sendo analisados pela delegacia especializada.
Dois seguranças suspeitos de aterrorizar as travestis já foram identificados pela investigação. Em seus depoimentos à Decradi, eles admitiram ser mesmo policiais militares que fazem 'bico' de segurança na região do Jockey Club, mas negaram as agressões.
Sem revelarem o valor, disseram que recebem dinheiro de membros de associações de moradores para fazer a vigilância das residências. Mas o único objetivo seria coibir roubos na região.
O G1 não conseguiu localizar os PMs investigados e nem seus advogados para comentarem o assunto.
As travestis disseram à reportagem que a versão dos policiais é 'mentirosa'. Contaram que os agentes que fazem ‘bico’ como seguranças chegam a impedir o direito de ir e vir delas e até dos clientes. Mesmo à paisana e com carros particulares, os seguranças aparecem nos vídeos bloqueando ruas com cones de trânsito.
As imagens ainda mostram veículos descaracterizados da segurança local com giroflex estacionados como se fossem viaturas da Polícia Militar, com a traseira sobre a calçada e a dianteira apontada para a rua. Em seguida, é possível ver os vigilantes conversando com outros policiais militares, estes fardados e dentro de uma viatural oficial da PM.
Policiais civis ouvidos pelo G1 disseram que os PMs fardados que são vistos no local deveriam multar os carros parados sobre a calçada e desobstruírem a via, bloqueada por um cone.
Segundo as travestis, os seguranças realizam falsas blitzes, abordando, revistando e fotogrando e filmando os clientes delas e dos carros deles, ameaçando divulgar as imagens nas redes sociais. Também vale lembrar que quem procura uma profissional do sexo não está cometendo crime.
“Com o intuito de constranger, intimidar e prejudicar nosso trabalho, os policiais ainda filmam e fotografam nossos clientes, o que tem afastado a clientela”, disse uma travesti de 28 anos de idade, que usa o dinheiro dos programas para ajudar a família e pagar suas contas. “Aluguel da casa, parcela do carro, faculdade...”
“Eles pegam e colocam a arma na cintura, jogam o carro no meio da rua e começam a pegar uma placa para anotar e entender que está multando”, disse outra travesti, que também reclamou de ofensas por parte dos seguranças. “Segunda-feira passada, um cliente foi sair comigo e eles começaram a xingar o cliente.”
Uma travesti do grupo falou que está ficando traumatizada por conta das constantes ameaças que vem sofrendo dos policiais. “Somos ameaçadas 24 horas. Várias amigas minhas já foram agredidas fisicamente, verbalmente. Sendo que isso é uma injustiça. A gente não tá fazendo nada demais aqui”, disse. “Mostram o revólver. Fazem uma grande ameaça psicologicamente. Tentam tirar a gente daqui na marra”.
“Eu apenas desejo que isso acabe. Eu não desejo mal pra eles [policiais que trabalham como seguranças]. Eu desejo que isso acabe porque eu preciso trabalhar. As minhas amigas precisam trabalhar. E eu quero que a sociedade veja a gente com respeito. Porque a gente não tá aqui porque a gente quer. A gente precisa estar aqui”, falou uma das travestis mais antigas da região.
Até o momento, dez travestis e até uma prostituta, que também atua na região, foram ouvidas pela Decradi e reforçaram as denúncias das agressões cometidas pelos policiais durante o ‘bico’. Futuramente moradores serão chamados para prestar esclarecimentos se estão mesmo pagando PMs de folga para usar de violência para acabar com a prostituição no bairro.
Moradores
A reportagem procurou a Sociedade Amigos Cidade Jardim, apontada pelas travestis como uma das que estariam pagando os seguranças particulares. A entidade, porém, negou a acusação.
“A Sociedade Amigos da Cidade Jardim não paga e nunca pagou nenhum tipo de vigilante. Seja ele civil ou militar”, disse o presidente da entidade, Marcelo Lobo, que também criticou quem está agredindo as travestis. “Nós inclusive somos contra esse tipo de ação junto à prostituição.”
Apesar disso, Lobo informou que a Associação é contra a prostituição no bairro por entender que ela traz consigo o aumento da criminalidade na região. Diante disso, a entidade estuda outras estratégias, legais e pacíficas, segundo ele, para retirar as travestis e prostitutas de lá.
“Você pode ter certeza que a Associação, ela é favorável ao fim da prostituição do bairro Cidade Jardim”, disse Lobo. “Há relatos de moradores e pessoas que moram no entorno que os travestis praticam, não só ficam pelados, mas se masturbam, passam o dia inteiro fazendo sexo, suas necessidades ao ar livre”.
Para Lobo, as travestis podem estar envolvidas em crimes também. “Tem uma certa contribuição até mesmo com o tráfico de drogas. Existem também diversos relatos de exercício de assalto a moradores. Há uma depredação muitas vezes dos imóveis, câmeras de segurança, de luzes, de iluminação pública”.
A Associação informou que estuda implantar câmeras de vigilância e estreitar ruas para diminuir o número de veículos que transitam no bairro e, consequentemente, acabar com a prostituição, que, segundo Lobo, é questão de segurança pública.
“Essa união da redução dos veículos e do monitoramento eletrônico vai contribuir, não só pela revitalização de todo bairro, mas também para o fim dessas práticas criminosas, inclusive a prostituição”, falou Lobo, que comparou as travestis que se prostituem com uma organização criminosa.
“Nós vemos como uma organização criminosa. Não é simplesmente uma intolerância sexual, intolerância de gênero, nem uma crítica à prostituição, mas é sim uma organização criminosa que tem que ser cuidada não pelos moradores ou pela associação, mas sim pelo poder público”, disse Lobo, que teme a desvalorização do bairro, que tem tem diversos imóveis com placas de aluga-se e vende-se.
A reportagem procurou a Sociedade Amigos Cidade Jardim, apontada pelas travestis como uma das que estariam pagando os seguranças particulares. A entidade, porém, negou a acusação.
“A Sociedade Amigos da Cidade Jardim não paga e nunca pagou nenhum tipo de vigilante. Seja ele civil ou militar”, disse o presidente da entidade, Marcelo Lobo, que também criticou quem está agredindo as travestis. “Nós inclusive somos contra esse tipo de ação junto à prostituição.”
Apesar disso, Lobo informou que a Associação é contra a prostituição no bairro por entender que ela traz consigo o aumento da criminalidade na região. Diante disso, a entidade estuda outras estratégias, legais e pacíficas, segundo ele, para retirar as travestis e prostitutas de lá.
“Você pode ter certeza que a Associação, ela é favorável ao fim da prostituição do bairro Cidade Jardim”, disse Lobo. “Há relatos de moradores e pessoas que moram no entorno que os travestis praticam, não só ficam pelados, mas se masturbam, passam o dia inteiro fazendo sexo, suas necessidades ao ar livre”.
Para Lobo, as travestis podem estar envolvidas em crimes também. “Tem uma certa contribuição até mesmo com o tráfico de drogas. Existem também diversos relatos de exercício de assalto a moradores. Há uma depredação muitas vezes dos imóveis, câmeras de segurança, de luzes, de iluminação pública”.
A Associação informou que estuda implantar câmeras de vigilância e estreitar ruas para diminuir o número de veículos que transitam no bairro e, consequentemente, acabar com a prostituição, que, segundo Lobo, é questão de segurança pública.
“Essa união da redução dos veículos e do monitoramento eletrônico vai contribuir, não só pela revitalização de todo bairro, mas também para o fim dessas práticas criminosas, inclusive a prostituição”, falou Lobo, que comparou as travestis que se prostituem com uma organização criminosa.
“Nós vemos como uma organização criminosa. Não é simplesmente uma intolerância sexual, intolerância de gênero, nem uma crítica à prostituição, mas é sim uma organização criminosa que tem que ser cuidada não pelos moradores ou pela associação, mas sim pelo poder público”, disse Lobo, que teme a desvalorização do bairro, que tem tem diversos imóveis com placas de aluga-se e vende-se.
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