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segunda-feira, 30 de abril de 2018

Julia Dalavia: "Me sinto pressionada [pelos padrões de beleza], é uma cobrança sufocante e cansativa"

Em entrevista para Marie Claire, a atriz fala sobre a carreira, a vida e sobre empoderamento


A voz de Julia Dalavia é doce, o jeito de falar e de se movimentar é calmo, e ela sorri suavemente ao responder qualquer pergunta. Aos 20 anos, diz viver a fase menina-mulher sem pressa de se tornar adulta. “Poder ainda ser imatura e um pouco criança é bom. Só vou ter essa idade uma vez, então quero aproveitar bem o que ela pode me oferecer”, diz. Mas a carreira da atriz carioca já é de gente grande. Aos 11, estreou no teatro profissional, e hoje seu currículo ostenta sete peças, duas séries, quatro novelas e cinco filmes – um deles com estreia prevista para este ano, Minha Família Perfeita, de Felipe Joffily. Embora tenha feito papéis em folhetins de grande ibope, como Velho Chico (2016), foi na série Os Dias Eram Assim (2017) que apareceu para o grande público, no papel de Nanda, uma jovem feliz e alegre vítima da aids. Atualmente como Adriana, a advogada que renega a mãe em O Outro Lado do Paraíso, diz que se sente desafiada pela sisudez da personagem: “O texto é formal e ela é séria demais. Nanda tinha muito mais de mim, do meu jeito contestador. Era uma mulher livre e transgressora”, conta.

Assim como Nanda, Julia também se vê como uma mulher feminista e engajada, embora meça as palavras quando se manifesta sobre o tema. “É difícil para uma menina de 20 anos falar com profundidade. Ainda estou descobrindo o movimento, é novo para mim também”, afirma. “Quero conhecer cada vez mais a causa. Antes de poder me expressar, tento absorver muito, escutar, entender, para poder lutar.” Nas redes sociais, não se furta a opinar politicamente, como se declarar favorável ao aborto em casos de estupro e à investigação sobre o presidente Michel Temer. Comentários negativos são inevitáveis, mas não a abalam: “Tenho convicção no que acredito e ponto”, diz.

Quando o assunto é a imposição às mulheres de padrões de beleza muito próximos aos seus – de magreza, languidez e traços finos, por exemplo –, a atriz acha que tem a obrigação de fazer sua parte. “Também me sinto pressionada [pelos padrões de beleza], é uma cobrança sufocante e cansativa. Temos que nos mostrar como mulheres de verdade, reais, que somos.” Julia se sente orgulhosa por integrar uma geração que, ela diz, “está conseguindo fazer uma transformação”. No último Carnaval, conta, viu avanços: “Ensinamos os homens a serem mais respeitosos com a gente, e vimos mulheres cuidando umas das outras”. Em casa, a esperança se renova quando vê o irmão mais novo, de 13 anos, e suas colegas interessados pelo feminismo. “As meninas começam cada vez mais cedo a ter a consciência da igualdade. O futuro é muito promissor!”

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