Após reclamações de passageiros, prefeito desfaz alterações em cinco linhas do transporte coletivo em Presidente Prudente

Moradores do Parque Alexandrina chegaram a realizar protesto contra as mudanças colocadas em prática no bairro.

O prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB) anunciou na tarde desta quarta-feira (17) a interrupção das mudanças em itinerários e horários de cinco linhas do transporte coletivo urbano de Presidente Prudente. São elas:

• Jardim Humberto Salvador x Jardim Itatiaia
• Jardim Humberto Salvador x Rodoviária
• Parque Alexandrina x Jardim Itapura 2
• Residencial Maré Mansa x Jardim Cobral
• Jardim Cobral

Com a decisão do prefeito, estas linhas não sofrerão mais alterações e os ônibus que as atendem continuarão a circular nos moldes que eram praticados antes das mudanças que entraram em vigor na terça-feira (16). Segundo Bugalho, os ônibus voltarão a circular nos moldes anteriores já a partir desta quinta-feira (18).

O recuo anunciado pelo prefeito foi causado pela reação negativa que as mudanças tiveram junto aos passageiros usuários das linhas.

Na terça-feira (16), entraram em vigor alterações em itinerários e horários de 15 das 38 linhas de ônibus que funcionam no transporte coletivo urbano em Presidente Prudente. Na ocasião, a Secretaria Municipal de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública (Semav) anunciou que as modificações "pontuais" buscavam favorecer o deslocamento dos usuários.

No entanto, os passageiros receberam as medidas com contrariedade e reclamações. No Parque Alexandrina, um grupo de usuários contrários às mudanças chegou a realizar um protesto em que bloqueou a saída de ônibus do bairro.

Também nesta quarta-feira (17), a Prefeitura anunciou que, diante da insatisfação causada pela mudança nos horários das 15 linhas de ônibus, todas as decisões relacionadas à gestão do transporte coletivo urbano passam a ser centralizadas no gabinete de Bugalho.

“Caberá ao chefe do Executivo, após consulta à equipe técnica da Semav, definir sobre horários de ônibus, mudanças de itinerários, entre outras questões relativas ao serviço. Até agora, a Secretaria Municipal de Assuntos Viários tinha autonomia para gerenciar o transporte público, o que já está sendo revisto pela administração”, explicou a Prefeitura em nota oficial.

“Nenhuma decisão envolvendo o transporte coletivo e que tenha implicação direta com o usuário será tomada sem a minha prévia concordância. É claro que também não vou tomar nenhuma decisão sem ouvir a Semav, porque isso é competência da Semav e dos técnicos da Semav. Mas eu tenho de previamente tomar conhecimento e concordar”, afirmou Bugalho.

Passageiros protestaram no Parque Alexandrina, em Presidente Prudente (Foto: Stephanie Fonseca/G1)

Direito do usuário

Das 15 linhas alteradas, algumas não apresentaram problemas e, conforme colocou o prefeito, há relatos de que houve elogios dos usuários, mas naquelas que apresentaram muitas reclamações e problemas foi determinado pelo chefe do Executivo que a partir desta quinta-feira (18) voltem ao que eram antes.

“Isso não quer dizer que no futuro elas não possam ser alteradas. Até poderão, se houver realmente necessidade e se os estudos técnicos confirmarem aquilo que já foi afirmado, mas o mais importante é que isso seja feito com bastante antecedência para que o usuário tenha conhecimento. Isso tem de ser muito bem comunicado ao usuário do transporte coletivo para que ele possa reorganizar sua vida. Isso é um direito que o usuário tem”, declarou o prefeito.

Ainda conforme o prefeito, poderá haver a necessidade de alterar alguma coisa nas linhas que tiveram a mudança interrompida. “Mas se ficar realmente constatada a necessidade e o usuário poder organizar sua vida de acordo com a nova realidade que será instalada e, por isso, mandei voltar atrás, porque foi onde ocorreram os grandes problemas”, esclareceu. Se mais alguma linha apresentar problema, também voltará a operar como antes, segundo Bugalho.

Prorrogação

O transporte coletivo tem sido alvo de reclamação constante dos usuários, mesmo após a assinatura do novo contrato com a empresa. O prefeito avalia o início da operação com aspectos negativos e positivos.

“O negativo nem diz respeito muito à responsabilidade da própria empresa, porque, desde a assinatura do contrato, a empresa só teve certeza de que ia operar o transporte coletivo em Prudente quando ganhou a licitação e assinou o contrato e o período de 90 dias para fazer todas as adequações se verificou insuficiente porque coincidiu de grande parte desse período cair no mês de dezembro, final de ano, onde a indústria dá férias coletivas para seus empregados, esse é o aspecto negativo”, declarou Bugalho.

“Agora, a empresa vencedora do certame licitatório vem se esforçando para conseguir cumprir o contrato. Está até pedindo a prorrogação desse prazo e juntando documentos que comprovam que ela não tem que fazer diferente, por conta justamente dessa questão do fim de ano das empresas fornecedoras dos equipamentos não terem disponibilidade, então, foi feito o pedido de prorrogação no final do ano passado, foi concedida e está sendo escrito o despacho”, segundo o prefeito. A prorrogação possivelmente será por mais 90 dias, a contar do dia 4 de janeiro.

“A gente sabia que seria um começo tumultuado mesmo, porque não houve a prorrogação de nenhum contrato, houve um novo contrato e esse novo contrato implicou na alteração de praticamente tudo”, salientou Bugalho. “Mas tenho certeza de que em breve tudo isso será uma página virada e a empresa vai estar operando tal qual a gente quer”, acrescentou.

Frota

Ainda sobre a frota nova de ônibus para o transporte coletivo urbano de Presidente Prudente, Bugalho comentou que, pelo contrato, já era para estar em operação, mas reiterou a situação do período curto de 90 dias e por parte ter sido em dezembro.

“Agora os ônibus circulando com a marca Prudente Urbano e têm de estar dentro das especificações da licitação, que é idade de seis anos em média, tem uma quantidade que será zero quilômetro, tudo isso tem de estar sendo cumprido. Agora a empresa está operando com outros ônibus, não sei se ela alugou ou se são da frota dela mesmo, não sei como ela está fazendo, porque não dá para parar o transporte coletivo. A gente só vai poder fazer essa avaliação da melhoria ou não quando todo o equipamento estiver na rua. Por enquanto, por conta dessa operação híbrida, ainda não dá para fazer essa avaliação”, argumentou.

Sobre os procedimentos com os fornecedores, Bugalho declarou que são uma questão comercial da empresa. Ele ainda comentou que lhe foi informado de que todos os equipamentos e ônibus já foram comprados. “Se houvesse algum equipamento que não tivesse sido adquirido ainda, aí realmente era um problema de que a empresa estaria falhando, mas não é essa a informação que nós temos”, pontuou.