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terça-feira, 11 de abril de 2017

Justiça suspeita de fraude em caso de empresário morto por PRF e ouve peritos e delegados

Peritos criminais e delegados vão ser ouvidos na tarde desta terça-feira (11). Perita denunciou objetos possivelmente implantados no veículo da vítima.


Os três peritos criminais responsáveis pelo laudo realizado na caminhonete do empresário Adriano Correia do Nascimento, que foi morto pelo policial rodoviário federal Ricardo Hyum Su Moon, e dois delegados de Polícia Civil, vão prestar depoimento à Justiça nesta terça-feira (11). O juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, responsável pelo julgamento, suspeita que houve fraude processual no crime ocorrido no dia 31 de dezembro do ano passado.
A audiência foi determinada após denúncia do Ministério Público Estadual (MP-MS). A perita criminal que elaborou o laudo técnico no veículo de Adriano informou à Coordenadoria Geral de Perícias que, em vistorias complementares realizadas nos dias 4 e 9 de janeiro, encontrou, respectivamente, dois flambadores e dois vasilhames de bebidas alcoólicas no interior da caminhonete.
De acordo com a perita, nas perícias realizadas no dia do crime e em 2 de janeiro, os objetos não haviam sido constatados nem por ela, nem pelo outro perito, nem pelo agente de polícia, nem pelo delegado. Ela ainda frisou que nessas visitas complementares a camionete estava no pátio com todas as janelas abertas e portas destravadas, facilitando o acesso de terceiros que poderiam implantar os objetos no local na tentativa de fraudar a perícia.
Os detalhes causaram estranheza ao juiz e ao Ministério Público, que abriu investigação para apurar eventuais responsabilidades funcionais ou até mesmo crime de fraude processual. A audiência dos envolvidos está prevista para as 15h (de MS) desta terça-feira. Na quarta-feira (12) será realizado o interrogatório do acusado e a oitiva das testemunhas de defesa.
Primeira audiência
A Justiça ouviu, na quarta-feira (5), seis testemunhas e uma das vítimas que estavam na caminhonete com o empresário Adriano Corrêa, morto a tiros pelo policial rodoviário federal Ricardo Su Moon. O crime foi no dia 31 de dezembro de 2016, na avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande. O réu acompanhou os depoimentos e ficou o tempo todo de cabeça baixa.
Agnaldo Espinosa era passageiro da caminhonete dirigida por Adriano Corrêa. Em depoimento à 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, ele reafirmou a versão que deu à Polícia Civil na fase de investigação e ressaltou que o policial estava transtornado.
Espinosa confirmou que esteve com Adriano, o enteado e outros amigos em um bar horas antes de irem para a boate e confirma também a ingestão de álcool pelos três. Ele disse também que, depois da fechada ao carro do policial, o empresário pediu desculpas.

O policial rodoviário acompanhou os depoimentos e saiu escoltado (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)
O policial rodoviário acompanhou os depoimentos e saiu escoltado (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)
O policial rodoviário acompanhou os depoimentos e saiu escoltado (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)
Crime
O policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon é acusado atirar sete vezes contra a caminhonete onde estavam o empresário Adriano e dois passageiros. Agnaldo Espinosa da Silva, 48 anos, e o filho, de 17 anos, foram atingidos por tiros.
Adriano foi atingido em regiões vitais, perdeu o controle do veículo e bateu em um poste. Ele morreu no local. O motivo da discussão inicial teria sido uma fechada da caminhonete do empresário no carro do policial.
Conforme a investigação, o policial rodoviário seguia pela avenida Ernesto Geisel e quando passava pela rua Pimenta Bueno foi fechado pela caminhonete dirigida pelo empresário e ocupada por mais duas pessoas. Tanto as vítimas quanto o policial confirmam a fechada.
Na versão das vítimas à Polícia Civil, o empresário fechou o carro do policial ao desviar de um buraco. No entanto, a investigação concluiu que não havia buraco na rua e nem vestígio de buraco que tenha sido tapado recentemente.
Moon chegou a ser preso, mas foi solto no dia 1º de fevereiro, atendendo uma determinação do juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Carlos Alberto Garcete, que rejeitou uma das denúncias, a de fraude processual, e concedeu a liberdade provisória do réu, com uso de tornozeleira

Motorista de caminhonete foi morto depois de briga no trânsito (Foto: Marcos Ribeiro/ TV Morena)
Motorista de caminhonete foi morto depois de briga no trânsito (Foto: Marcos Ribeiro/ TV Morena)

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