Ministro da Justiça comentou últimos desdobramentos da operação policial.
Nesta sexta (14), Polícia Federal cumpriu novos mandados de prisão.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou neste sábado (15), sem citar nomes, que a oposição está tentando usar as novas prisões da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), pra construir um "terceiro turno eleitoral". O auxiliar da presidente Dilma Rousseff convocou entrevista coletiva em São Paulo para comentar os desdobramentos da sétima etapa da operação policial, que prendeu, nesta sexta (14), executivos de empreiteiras e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.
“O governo não mudará um milímetro da sua conduta na perspectiva de exigir investigação, de apurar, doa a quem doer, seja quem for. Falo isso para repelir, com veemência, tentativas de se construir, em cima dessa investigação, um terceiro turno eleitoral. Aliás, postura muito ruim, que não contribui para os avanços da investigação”, disse.
Cardozo foi questionado sobre se estaria se referindo ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidado à presidência da República derrotado por Dilma Russeff nas eleições de outubro. “Estou me referindo a toda e qualquer pessoas que neste momento tente resolver isso de forma eleitoral”, declarou.
Nesta sexta, Aécio Neves disse, em um encontro partidário, em São Paulo, que a Petrobras "vai trazendo para si uma marca perversa" em razão das "gravíssimas" denúncias de corrupção e das ações do atual governo na estatal.O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardozo disse sentir "vergonha" do que está acontecendo na estatal. Líderes de partidos de oposição no Congresso anunciaram que vão pedir a convocação para depor na CPI mista da Petrobras de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da petroleira preso na sexta.
A sétima fase da Operação Lava Jato – que investiga um esquema de lavagem e desvio de dinheiro que movimento cerca de R$ 10 bilhões –, foi deflagrada na manhã desta sexta-feira cumprindo mandados de prisão e busca e apreensão no Paraná, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, em Pernambuco e no Distrito Federal. Ao todo, segundo a Superintendência da PF em Curitiba, 20 pessoas estão presas.
Cardozo reforçou que o governo e o Ministério da Justiça têm o compromisso para que "tudo seja esclarecido". "Nós entendemos que a principal defesa que precisamos fazer da Petrobras, uma empresa vital - e repudiamos qualquer tentativa de atingi-la nesse momemto-, é investigar os fatos, apurar as ocorrências e punir as pessoas que porventura tenham praticado atos ilícitos."
Segundo o ministro, apesar de estar sob investigação, a Petrobras deverá continuar com seus trabalhos normalmente. "Pretendo conversar com a presidente [da estatal] Graça [Foster] para que tenhamos clareza da forma como vamos estar atuando em relação a esta situação. O que é importante e o seguinte: a Petrobras não parará, continuará trabalhando", afirmou.
Como Dilma tomou conhecimento
O ministro disse ter sido informado sobre a nova fase da Operação Lava Jato na manhã de sexta-feira, momentos antes do início das prisões. “Por volta de 6h30, o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, esteve na minha casa, me passando todos os dados”, disse. O ministro explicou que, logo em seguida, entrou em contato com Dilma Rousseff para repassar as informações.
“Ela [Dilma] está ciente das investigações. No momento em que eu pude ter acesso, por força de sigilo aos dados, eu repassei à presidenta. E ela transmitiu exatamente o que estou dizendo: peça a Polícia Federal que prossiga com firmeza nas investigações, determine a Polícia Federal que prossiga com absoluta lisura e imparcialidade, zele para que tudo seja esclarecido. Foi isso efetivamente que ela me transmitiu", disse.
Balanço
José Eduardo Cardozo também usou a coletiva para atualizar os dados sobre as prisões na Lava Jato. Segundo ele, dos 6 mandados de prisão preventiva expedidos, 4 foram cumpridos. Em relação às prisões temporárias, diferentemente do que informou a Supertintendência da Polícia Federal em Curitiba, o ministro disse que, dos 19 mandados expedidos, 15 foram cumpridos. A PF havia informado 16.
De acordo com Cardozo, também foram executados todos os 49 mandatos de busca e apreensão que haviam sido determinados. Dos 9 mandados de conduções coercitivas, 6 foram cumpridos.


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