Carla Ziper (PDT) recebeu 343 votos e promete lutar pela geração de empregos
Presidente Venceslau terá uma cadeira da Câmara Municipal ocupada por Carla Ziper (PDT), a única vereadora travesti eleita na região, como afirma. Ela, que recebeu 343 votos e entrou pelo quociente eleitoral, promete trabalhar pela geração de empregos e espera respeito dos outros legisladores.
Esta foi a terceira vez que ela, nascida e baizada como José Carlos Pereira de Carvalho, concorreu ao cargo. Desta vez, pelo partido do candidato a prefeito que também se elegeu, Jorge Duran. Ela acredita que os votos vieram dos ouvintes de seu programa em uma rádio AM na cidade e das pessoas beneficiadas pelo trabalho social que realiza na periferia, promovendo bazares e bingos beneficentes, arrecadação de alimentos, entre outras ações.
“Foi uma grande surpresa ser eleita, mas sempre tive a esperança de conseguir. Eu sinto no coração que a cidade merece representantes que trabalhem por ela. Não importa a sexualidade, nós temos que trabalhar por uma cidade digna”, afirma.
O foco inicial de seu trabalho será a geração de empregos. Para isso, ela pretende achar meios para atrair um frigorífico que queira se instalar na cidade, uma vez que já a há a estrutura pronta de uma empresa que fechou há alguns anos.
“Vamos trabalhar para reestruturar o local e abrir esta empresa, gerando emprego para a população. Vou buscar também empresas de pequeno porte que queiram se estabelecer aqui e, junto com o Executivo, conseguir incentivos para que isso aconteça”, diz ela que, segundo o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é professora de ensino médio e possui ensino superior.
Quanto à convivência com os outros vereadores, Carla acredita que não enfrentará problemas por causa de sua sexualidade. “Espero uma boa convivência, porque não importa o partido ou a sexualidade, temos que estar voltados ao bom desenvolvimento da cidade. Se houver algum problema, vou passar por cima disso”, discursa.
O que a faz pensar isso em relação ao preconceito é seu dia-a-dia com os moradores de Venceslau. “Sempre fui respeitada na cidade e senti um grande afeto das pessoas por mim. Deve haver respeito, não importa o nome ou qualquer outra coisa. Meu intuito é trabalhar com dignidade”, acredita.
José ou Carla?
Na Câmara, Carla poderá ser chamada pelo nome que escolher, adianta a atual diretora da Casa, Irani de Carvalho. “O regimento não dispõe deste assunto. Normalmente, o vereador é chamado pelo nome de batismo, mas não tem problema se preferir ser chamado pelo nome social durante a chamada”, explica. Já nos documentos oficiais haverá o nome que consta na documentação pessoal: José Carlos Pereira de Carvalho.
A diretora também não acredita que haverá problemas entre a nova vereadora e os demais membros do legislativo. “A gente vai resolvendo as coisas à medida que forem surgindo, mas eu acho que não surgirá nada. Não há porque não respeitar, não há diferença”, conclui.
ifronteira

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