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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Com novo visual, ex-morador de rua diz que não se adaptou à vida em GO



Raimundo vivia em SP e foi localizado pela família após perfil no Facebook.
Em Goiânia, ele festejou 74 anos, mas confessa: 'Se pudesse, eu voltava'.


A história do ex-morador de rua Raimundo Arruda Sobrinho, de 74 anos, ficou conhecida após sua família, que mora em Goiânia,reencontrá-lo no Facebook. A página dele foi criada por uma moradora da região onde ele vivia há quase 19 anos, no Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo. O idoso chegou a Goiânia no último domingo (26). Mesmo perto de amigos e familiares, Raimundo ainda não se acostumou com a nova vida. Está com novo visual depois de cortar os cabelos e ganhou uma festa de aniversário em comemoração aos seus 74 anos. No entanto, em entrevista ao G1, ele revela que gostaria de voltar a SP. “Se pudesse, eu voltava nesse instante para viver da maneira que vivia e, assim, não dar trabalho a ninguém”, afirma.
Definindo-se como socialmente estragado e inválido, Raimundo afirma que estar em Goiânia não é uma preferência, nem uma escolha. “Estou aqui porque me trouxeram. Meu irmão tem seus afazeres e eu estou aqui dando trabalho. Isso que não gosto. Bom é cada um ser válido. Eu sou um inválido, não sirvo para nada nas condições que estou”, contesta.
Contudo, não é assim que entende o irmão que o buscou no estado paulista, Francisco Tomaz Arruda, 56 anos. “É uma alegria muito grande. Vamos estar juntos sempre, somando um ao outro. É um momento da vida extremamente feliz e que é ímpar”, afirma.
“Ele acha que está incomodando, mas fala isso porque é uma pessoa fina, recatada, que gosta de estar dentro do seu espaço. Ele acha que isso é trabalho, mas não é. Trabalho é fazer uma coisa que a gente não gosta”, declara Francisco.
Ele se diz aliviado por ter cumprido a promessa que fez à mãe antes de sua morte. “Antes de minha mãe falecer, ela pedia para achar o Raimundo. Eu prometi que um dia ia achá-lo e, quando isso acontecesse, iria cuidar dele. São, ao todo, cinco irmãos. É um rebanho. Mas estava faltando um e a felicidade só seria completa quando achasse o último”, lembra o empresário Francisco.
A volta
Depois de encontrar o perfil do irmão, em setembro de 2011, Francisco foi a São Paulo por seis vezes antes de conseguir levá-lo para Goiânia. Assim que o achou, o colocou em um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) até que tivesse condições de recebê-lo em sua casa, na capital goiana. No início, Raimundo precisou tomar vitaminas, pois estava muito magro.
Segundo o empresário, no início, Raimundo ofereceu resistência para ir morar com a família em Goiânia, mas acabou cedendo. “Ele não sabia como estavam as coisas e por que estávamos fazendo aquilo. Uma pessoa que passou todo esse tempo na rua cria uma nova forma de ver o mundo”, explica.
No dia de seu aniversário, 1º de agosto, amigos compraram um bolo para comemorar a data. “Eu não sei se foi meu aniversário, eles dizem que foi”, desconfia o ex-morador de rua.
Visual
Uma das maiores mudanças foi no visual. “Ele tinha o cabelo grande que servia como uma espécie de travesseiro. Uma barba longa para proteger o rosto e usava um plástico como roupa. Não usava roupa normal porque diz que tecido cria fungos e bactérias e isso ia deixá-lo ele com mau cheiro”, conta Francisco.
Na terça-feira (31), um dia antes de comemorar 74 anos, Raimundo cortou o cabelo e fez a barba. Elogiado sobre a nova aparência, ele rebate sem entusiasmo: “Isso não vale nada”.
O ex-morador de rua Raimundo Arruda antes e depois da mudança de visual (Foto: Reprodução/Facebook)O ex-morador de rua Raimundo Arruda antes e depois da mudança de visual (Foto: Reprodução/Facebook)

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