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sexta-feira, 28 de junho de 2019

Um mês após interdição, hotéis e motéis da Av. Niemeyer sofrem com prejuízos; Vip's fechou

Donos de motéis dizem que redução da clientela chega a 80% com a via fechada desde 28 de maio. Funcionários temem perder o emprego. Local foi interditado após decisão judicial.


Um mês após a determinação judicial que interditou a Avenida Niemeyer devido ao risco de deslizamentos, em 28 de maio, donos de hotéis e motéis da região sofrem com prejuízos e lutam para não ter que fechar as portas – um deles, o tradicional motel Vip's, decidiu encerrar as atividades.
G1 percorreu nesta quinta-feira (27) a via, que faz a ligação entre os bairros do Leblon e São Conrado, na Zona Sul do Rio, e conversou com sócios e administradores de estabelecimentos. Alguns relataram redução de até 80% do movimento.
“Hoje nós estamos trabalhando com 20% a 25% de ocupação. Ninguém consegue sobreviver com isso porque não dá para pagar nem a refeição dos funcionários e a folha de pagamento”, disse Antônio Cerqueira, dono do Shalimar Hotel, representante da ABMotéis e diretor da Rio Hotéis e do SindHotéis.
Na semana passada, o Vip’s, um dos mais luxuosos da cidade e que funcionava na Niemeyer havia 48 anos, encerrou as atividades.

A dificuldade de acesso afeta também um dos mais conhecidos hotéis da cidade, o Sheraton. Com 539 quartos e 450 funcionários, o hotel já sofre prejuízos desde o início do ano, quando um temporal provocou deslizamento de terra e lama, causando destruição.
Com a nova interdição, a situação piorou. Acostumando a receber celebridades, o Sheraton vem acumulando perdas. A seleção do Chile, por exemplo, chegou a reservar o hotel para a Copa América, mas trocou para outro em Copacabana após os problemas.
Outros pequenos, como o Hotel Estalagem (30 quartos) e albergues da comunidade do Vidigal, também são afetados.

Para quem sobrou no ramo, o medo é um “efeito dominó”. No Shalimar, com 61 quartos, apenas quatro costumam ser ocupados durante o dia desde a interdição. No horário considerado de maior movimento, entre 23h e 5h, têm sido registradas entre 15 e 20 entradas, menos da metade da capacidade do estabelecimento.
Alfredo Lopes, presidente do Sindicato dos Meios de Hospedagem do Município do Rio de Janeiro, calcula que todos os estabelecimentos da Avenida Niemeyer perderam, juntos, 60% do movimento. Ele acredita que o fechamento da região representa uma enorme perda para o turismo, pois é um dos pontos que mais chama a atenção de turistas que visitam a cidade.
“Ali é um patrimônio do Rio, uma estrada panorâmica que liga dois bairros importantes. A gente quer uma solução”, explicou Lopes.
Ele destacou que os sucessivos problemas na avenida geram insegurança nos frequentadores. “Os estabelecimentos começaram a ter prejuízo pois as pessoas começaram a ficar inseguras e também pelas condições de conservação das encostas”, detalhou.


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