Parentes e vizinhos de uma menina de 11 anos, morta com um tiro ontem em frente ao bar da mãe, em Triagem, acusam policiais à paisana pelo disparo. Jenifer Gomes havia chegado da escola e descascava cebolas na porta do estabelecimento, que fica num terreno invadido sob a linha do metrô e ao lado do conjunto Bairro Carioca, do Programa ‘‘Minha casa, minha vida’’.
Testemunhas contaram que os agentes chegaram ao local pela linha do trem em busca de traficantes e atiraram em direção a um suspeito. A menina estava atrás do homem e foi atingida. A Polícia Militar informou que uma equipe do 3º BPM (Méier) foi acionada para conter uma tentativa de roubo de carga na Rua Bérgamo, que dá acesso ao terreno. Ainda de acordo com a corporação, nenhum policial atirou — quando a patrulha chegou, teria encontrado moradores carregando uma criança ferida.
“A equipe deu continuidade ao socorro e encaminhou a menina ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier”, alegou, em nota, a PM. Segundo o comunicado da corporação, os policiais militares também encontraram um homem baleado, que estaria com uma pistola e drogas. Ele foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Engenho Novo.
A mãe de Jenifer, Kátia Cilene Gomes, de 47 anos, cozinhava dentro do bar na hora em que a menina levou o tiro. Ela disse que não viu o momento em que a filha foi baleada, mas ouviu quatro disparos do lado de fora de seu bar. Quando foi ver o que havia acontecido, viu a criança pedindo socorro, já ferida.
— A polícia sempre faz isso. Ali também tem gente de bem. Ela não tinha culpa nenhuma. Agora, vou enterrar a minha filha e tentar viver com isso — disse a mãe, entre lágrimas, após prestar depoimento na Divisão de Homicídios (DH), que investiga o caso.
Foi a própria Kátia Cilene quem colocou a menina no colo e correu atrás de ajuda. Uma viatura da PM levou mãe e filha para o hospital. Ferida no peito e nas costas, Jenifer já chegou morta à unidade de saúde. Kátia chegou a passar mal após a morte da filha e também foi atendida no Salgado Filho. Após ser liberada pelos médicos, ela foi levada à DH por policiais para prestar depoimento.
O enterro de Jenifer será no Cemitério de Inhaúma, naquele bairro da Zona Norte. O horário ainda não foi definido. O corpo da menina permanece no Instituto Médico Legal (IML) e a família já foi para o local para providenciar a liberação.
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