O despacho em que Trad se isenta de sancionar ou vetar o projeto foi publicado em uma edição extra do Diário Oficial do município, publicada na tarde desta quinta-feira (3 de janeiro).
O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), preferiu não se manifestar oficialmente sobre o projeto que aumenta o salário dos vereadores da capital. Desse modo, a proposta volta para a Câmara, onde deverá ser promulgada pelo presidente João Rocha (PSDB).
O despacho em que Trad se isenta de sancionar ou vetar o projeto foi publicado em uma edição extra do Diário Oficial do município, da tarde desta quinta-feira (3 de janeiro), mas data do dia 19 de dezembro do ano passado.
O presidente da Câmara de Vereadores da capital explicou ao G1 que com a decisão do prefeito o projeto será “automaticamente promulgado”. Ele prevê inclusive a publicação no início da próxima semana. “Na segunda-feira já deve estar publicado no Diário Oficial”.
Polêmica
O projeto de aumento dos salários dos vereadores vem provocando muita polêmica desde que foi aprovado na casa no dia 6 de dezembro do ano passado. A proposta foi tornada pública, recebeu o parecer favorável das comissões e foi aprovada em menos de cinco minutos.
A proposta prevê que na próxima legislatura, que começa em 2021, o salário bruto dos vereadores passe de R$ 15.031 para R$ 18.991. Com o reajuste, Campo Grande terá os maiores salários pagos ao legislativo municipal, junto com Aracaju, Rio de Janeiro e São Paulo.O valor ainda pode subir, se o salário dos deputados estaduais aumentar, porque a nova lei estabelece 75% do subsídio dos parlamentares do estado para os do município.
A notícia do aumento dos salários do legislativo municipal provocou uma série de protestos da população e de entidades da sociedade civil organizada. O cientista político Daniel Miranda, por exemplo, afirmou que o aumento fere o bom senso. "Os vereadores deveriam ter um pouco mais de sensibilidade e respeitar o momento econômico", disse na época da aprovação do projeto.
Já o conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil seccional de Mato Grosso do Sul (OAB/MS), Ary Raghiant Neto, comentou que com a proposta os vereadores estavam fixando sua remuneração no percentual máximo permitido pela Constituição, o que era uma medida legal, mas que não seria condizente com a realidade brasileira no atual momento.
A população também se organizou e protestou diretamente nas sessões da Câmara contra o reajuste. Com cartazes manifestantes disseram “Aumento não" e "alertaram" os vereadores de que o aumento teria impacto nas eleições futuras.
Recuo em aumento para o salário do prefeito
No mesmo dia em que votaram o projeto de aumento dos próprios salários, os vereadores de Campo Grande também aprovaram - em primeira votação, uma proposta de emenda a lei orgânica do município que aumentaria também a remuneração do prefeito, vice e secretários da capital.
Pela proposta original haveria um crescimento gradativo do percentual que corresponde ao salário do prefeito em relação a remuneração de um ministro do Supremo Tribunal Federal. Haveria aumentos do percentual em 2019 e em 2020 até chegar aos 90,25% em 2021. Com isso, o salário do prefeito que atualmente é de aproximadamente R$ 20 mil, poderia chegar em 2021 a R$ 35 mil.
Entretanto, após a polêmica e a revolta da população, o prefeito se manifestou sobre o assunto e disse que se o legislativo aprovasse na segunda votação um reajuste maior que 4% nos seus vencimentos não aceitaria e que baixaria um decreto para fixar o reajuste nesse patamar.
Com a manifestação oficial do prefeito contra o reajuste do seu salário, o projeto foi esvaziado na Câmara. Na sessão do dia 19 de dezembro, os vereadores aprovaram por unanimidade e em regime de urgência, uma emenda da mesa diretora da casa que excluiu as previsões de aumento do Executivo do projeto que alterou a lei orgânica do município.
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