A falta de materiais vem provocando o cancelamento de cirurgias no Hospital municipal Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste. O problema atinge principalmente procedimentos ortopédicos e neurológicos, que envolvem próteses e insumos mais caros. No entanto, profissionais de saúde da unidade relatam que o desabastecimento não é o único obstáculo que enfrentam para salvar vidas. As condições precárias para manter os pacientes no pós-operatório são assustadoras. Monitores cardíacos sucateados, ligados a cabos presos com esparadrapos, mostram valores errados de medição e não alertam para casos de parada cardíaca. A gambiarra continua com o uso de respiradores de transporte em pacientes graves, que acabam morrendo com a ventilação inadequada.
— Já faz algum tempo que não temos respiradores. Os pacientes graves que precisam ser operados de urgência ficam em ventiladores de transporte, o que mata o paciente aos poucos, pois eles não suportam uma ventilação inadequada por vários dias. Os monitores não funcionam bem. Na sala vermelha, onde sempre tem 30 pacientes ou mais, há cerca de 22 monitores. Desses, dez estão funcionando e de forma precária. Já pegamos pacientes que estavam em óbito havia horas, porque o monitor nos mostrava valores irreais — relata uma profissional de enfermagem.
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