Família da vítima fez protesto em frente ao Fórum de Campo Grande. Defesa do jovem impetrou diversos recursos. Ele foi preso após descumprir medida cautelar.
Sentado no banco dos réus do Tribunal do Júri nesta sexta-feira (24), em Campo Grande, seis anos depois de ser acusado pela morte do segurança Jefferson Bruno Gomes Escobar, conhecido como Brunão, Cristhiano Luna afirma que não teve intenção de matar.
"Ele me jogou na calçada e veio pra cima de mim. Em nenhum momento eu quis agredir", diz o jovem, relembrando o que, na versão dele, aconteceu na madrugada do dia 19 de março de 2011 em frente a uma boate de classe média alta da capital sul-mato-grossense.
Na época, o acusado era lutador de jiu-jtsu. Ele estava na boate em que a vítima trabalhava e após se envolver em confusão, foi levado para fora, onde Brunão morreu.
"Eu não sou professor de jiu jitsu, não sou formado. Ele me jogou ao chão enquanto outros [seguranças] me batiam. Eu esperneei como qualquer outra pessoa que estivesse apanhando. Eu queria ir embora e ele [Brunão] ficava me puxando. Nós dois caímos no chão. Minha camisa rasgou e eu fui embora. Só quando cheguei em casa me contaram que ele estava passando mal. Ele era obeso, pensei que fosse por isso", conta Cristhiano.
O rapaz fala ainda que "ficou em choque" ao saber da morte e confessa que havia bebido demais na boate. "Quando soube do óbito fiquei em choque, não imaginava o que tinha acontecido. Eu me excedi no álcool, eu tomava no gargalo, eu estava muito novo na época, jamais faria isso de novo, coisa imatura."
Defesa
José Belga Trad, advogado de Cristhiano, fala sobre o caso. "O que nós percebemos pelas perguntas da acusação é que estão batendo no passado do Cristiano, não estão entrando de fato no caso. É normal isso acontecer, a acusação lembrar o passado do acusado, porém ele está sendo julgado pelo que ocorreu no dia 19 de março, não pelo passado".
Processo
O julgamento só está sendo realizado seis anos depois do crime porque a defesa do acusado impetrou diversos recursos e o processo foi parar no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que decidiu pela manutenção do júri popular.
Aluízio Pereira dos Santos, juiz titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri, que, na época, mandou Cristhiano a julgamento meses após o crime, fala sobre o tempo de tramitação do processo.
"A sociedade está acompanhando esse julgamento para ver o resultado da justiça. A complexidade do caso já começa pela repercussão dos fatos. Esse julgamento, eu marquei para 2012, seis meses após os fatos, mas ele recorreu ao STJ , foram no mínimo três recursos. Ele só está sendo julgado agora porque foi preso, se não continuaria recorrendo e o julgamento demoraria mais uns dez anos para ser realizado", diz.
O magistrado acompanha o julgamento. Porém, o presidente é o juiz auxiliar Daniel Raymundo Motta.
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