Suspeito disse à polícia que matou Cristóvão Silveira por ele ter sido muito ríspido como chefe e, por isso, queria vingança.
A justificativa de "vingança" por parte do caseiro envolvido no assassinato do vereador e a esposa, em Campo Grande, ainda intriga a polícia. O delegado Fabio Peró, titular da Delegacia Especializada de Repressão à Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras), afirmou ao G1 que uma testemunha prestou depoimento nesta quinta-feira (20) e ressaltou que presenciou momentos em que o caseiro almoçou na mesa com as vítimas.
"Ele esteve aqui nesta manhã e eu o chamei justamente por ser amigo pessoal do vereador, para esclarecer algumas questões. A testemunha relatou que presenciou o momento em que o caseiro almoçou e sentou na mesa com a família, sendo que ele dizia que o patrão era muito bom e nunca imaginava almoçar na mesa com eles", afirmou o delegado.
Ao contrário desta versão, o caseiro disse a polícia que o patrão "era muito ríspido" e já descia da caminhonete brigando com eles. "Os áudios apontam que ele planejou o crime há cerca de uma semana e pretendia assassinar as vítimas, mesmo se não contasse com a ajuda do filho e os outros envolvidos. Nós já entendemos que eles pretendiam vender o veículo e ficar com o dinheiro", comentou Peró.
Ainda nesta manhã, houve a audiência de custódia e os envolvidos permanecem presos, com a prisão convertida em preventiva. Durante a tarde, os suspeitos foram encaminhados ao Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol).
"Será coletado o material genético deles e também da vítima, para verificar se realmente houve conjunção carnal. Já em Corumbá nossas equipes, juntamente com a PM [Polícia Militar] continuam fazendo buscas pelo outro envolvido, que não estava na cena do crime, porém ajudaria na transposição do veículo para a Bolívia", explicou Peró.
Entenda o caso
O ex-vereador de Campo Grande, Cristóvão Silveira (PSDB), e a esposa dele, foram mortos a facadas terça-feira (18). Os corpos foram encontrados na chácara da família, na MS-080, saída para Rochedo, em Campo Grande. Conforme a polícia, e a mulher teve parte do corpo carbonizado e a caminhonete da família foi roubada.
Segundo o Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChoque), o caseiro foi preso em seguida do crime e dois filhos dele horas depois. A caminhonete foi recuperada após troca de tiros e capotagem, a sete quilômetros de Corumbá.
O latrocínio foi descoberto depois que a polícia foi avisada que um homem ferido estava em um bar na área rural da MS-080, dizendo que havia sido assaltado. O homem era o caseiro e alegou, em um primeiro momento, que tinha sido assaltado e foi levado para atendimento médico.
Após as buscas, os corpos foram achados em um galpão. No sítio do casal havia porta arrombada e muitas manchas de sangue.
Com os depoimentos contraditórios, o caseiro foi preso e confessou a participação dos demais envolvidos. Um dos suspeitos foi preso em Anastácio e estava com alguns objetos roubados, dentre eles um televisor.
O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Repressão a Rouba a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras).
De acordo com Câmara Municipal de Campo Grande, Silveira foi vereador por cinco legislaturas, entre 1997 e 2012.
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