Ex-prefeito disse em artigo que o promotor Marcelo Milani queria R$ 1 milhão para não ir à Justiça contra intenção da Prefeitura de conceder incentivos fiscais para a construção do estádio.
O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), será intimado para dar depoimento na Corregedoria-Geral do Ministério Público de São Paulo após afirmar que o promotor de Justiça Marcelo Milani teria pedido propina de R$ 1 milhão para não entrar com uma ação relativa à Arena Corinthians. A afirmação foi feita por Haddad em artigo publicado pela revista Piauí.
Em maio de 2012, ainda na gestão Gilberto Kassab (PSD), Milani entrou com ação na Justiça contra a lei que permitia à Prefeitura de São Paulo ajudar na construção do estádio com a emissão de R$ 420 milhões em títulos. Empresas que comprassem os títulos poderiam usá-los para abater dívidas com a administração municipal.
A ação movida por Milani inviabilizou a venda dos títulos no mercado. Corinthians e Odebrecht então, segundo Haddad, pediram que a Prefeitura comprasse os títulos e injetasse os R$ 420 milhões na obra. Haddad se recusou por considerar que esses título seriam “invendáveis” em razão do imbróglio com o Ministério Público.
“Fui informado de que, para não ingressar com a ação judicial, o promotor teria pedido propina de 1 milhão de reais", disse Haddad em artigo na Piauí. "Eu respondi que essa informação não mudava o teor da minha decisão, contra a recompra, e que não me restava alternativa como agente público senão levar o fato relatado ao conhecimento da Corregedoria-Geral do Ministério Público, para que fosse devidamente apurado", afirmou.
Nesta terça-feira (6), Haddad afirmou que está à disposição da Corregedoria para reiterar as informações já passadas.
O G1 procurou o promotor Marcelo Milani e aguarda um possível posicionamento.
Segundo Haddad, a denúncia ao Ministério Público causou uma perseguição por parte do promotor ao longo do mandato do ex-prefeito.
Haddad citou as ações semelhantes movidas por Milani sobre o uso do dinheiro das multas de trânsito. Uma das ações era contra a Prefeitura de São Paulo, e a outra contra o governo de São Paulo. As ações, porém, mostraram decisões diferentes do promotor.
“No primeiro caso, convocou-se uma coletiva de imprensa e o chefe do Executivo, o prefeito, figurava como réu por improbidade; no segundo, uma breve nota substituiu a coletiva de imprensa, o governador não figurava como réu e o processo acabou arquivado por perda de prazo pelo promotor. A isso eu chamo de comportamento faccioso”, disse Haddad.
A ação civil pública movida pelo Ministério Público contra o governo de São Paulo foi extinta pela Justiça após os promotores responsáveis pela ação não atenderem um pedido da juíza Paula Cometti, que entendeu que a ação não poderia ser contra a Secretaria da Fazenda. Com isso, foi indeferido o pedido do MP para que os recursos das multas sejam administrados pelo governo de São Paulo em uma conta única que permita uma fiscalização simplificada da aplicação do dinheiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Muito obrigado pelo comentário, um grande abraço da equipe Braga Show!!!