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quarta-feira, 1 de março de 2017

Família de mãe que deu à luz gêmeos após morte cerebral recebe doações

Frankielen, de 21 anos, foi mantida viva por 123 dias para salvar bebês.
Moradores de Curitiba e Região doaram fraldas, roupas e cestas básicas.


A família de Frankiele da Silva Zampoli que, mesmo com a morte cerebral decretada, deu à luz um casal de gêmeos em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, receberam doações na terça-feira (28). A família mora em Contenda.

A jovem de 21 anos foi mantida viva por mais 123 dias para que os gêmeos Azaphi e Ana Vitória pudessem se desenvolver. Os bebês nasceram em 19 de fevereiro. Muitas pessoas que conheceram a história se solidarizaram e resolveraram ajudar.
Moradores de Curitiba e Região doaram fraldas, roupas e até cestas básicas. Houve doações acompanhadas de cartas para os bebês. "Azaphi, querido, coragem para você e para a sua irmã. Vocês ainda vão se orgulhar muito de sua mãe", diz uma delas.
"Ana Vitória, tenha muita força e saúde. Você já é amada por todos nós. Vocês tem uma família abençoada", deseja outra correspondência. Os donativos foram entregues na sede da RPC em Curitiba e ainda pessoalmente por alguns doadores.
"É gratificante saber que eles são amados por pessoas que nem is conhecem, por pessoas que nem venham a conhecer. A gente gostaria de conhecer cada um que está sendo solidário. A gente tem vontade, mas acredito que nem sempre é possível. São pessoas maravilhosas que deixam a gente sem palavras", desabafa a mãe de Frankielen, Ângela Silva.
Ângela afirma ainda que se sente grata. "Para mim, é uma mistura de sentimentos. A ficha vai caindo aos poucos. É uma dor grande, é triste saber que ela se foi. Dói muito. Ao mesmo tempo, é uma alegria saber que os bebês nasceram. Ela foi uma guerreira", acrescenta.
A mãe de Frankielen conta também que tem se apegado à religião para enfrentar a situação. "O que me dá forças, mesmo, é a família e Deus. Deus em primeiro lugar. Se Deus não tivesse me amparando, acho que eu não estaria em pé", acredita.
Bebês nasceram na segunda-feira (20), prematuramente (Foto: Reprodução/RPC)Bebês nasceram, prematuramente, no dia 19 de fevereiro (Foto: Reprodução/RPC)
Entenda o caso
Frankielen estava grávida de gêmeos quando chegou ao hospital com uma hemorragia grave no cérebro.
A morte cerebral foi constatada três dias depois, mas a família e os médicos do Hospital Nossa Senhora do Rocio, em Campo Largo, na Região de Curitiba, decidiram mantê-la viva para salvar os dois bebês. Deu certo.
Foram 123 dias de uma batalha pela vida. De carinho, de dedicação, de acreditar no que parecia impossível.
Cada minuto, cada avanço, cada resposta: foi uma gravidez monitorada 24 horas por dia e comemorada nos detalhes por médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e outros profissionais da saúde."Nós precisávamos manter a pressão adequada da mãe, a oxigenação adequada e manter todo o suporte hormonal e nutricional dela", explica o médico Dalton Rivabem.
Frankielen foi atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os cuidados, estava uma ecografia todos os dias. O principal desafio, contam os médicos, era a de fazer com que os bebês sentissem o afeto que a mãe não podia dar. Para isso, família e equipe acariciavam a barriga, conversavam e cantavam para os bebês.
Depois de sete meses de gestação, os bebês nasceram com a saúde compatível com a de prematuros dessa idade.
Atualmente, estão isolados porque precisam de muitos cuidados, principalmente por causa do risco de infecção. Ana Vitória, que nasceu com um 1,4 quilo, é um pouquinho maior do que o irmão Azaphi, que veio ao mundo com 1,3 quilo.
"A gente ainda vai ao hospital, mas não vemos mais a Fran. Dá uma dor quando a gente chega lá. Fica um vazio porque a gente sabe que ela não está mais lá", diz a mãe da jovem.
O corpo de Frankielen foi enterrado na quarta-feira (22). Além dos bebês, ela deixa uma outra filha de um ano, Ísis. Os órgãos dela foram doados e um dos transplantados foi Rafael de Oliveira, de 32 anos.
O rapaz, que é gêmeo de mais dois irmãos, levava uma vida cheia de restrições por causa de uma doença que provoca inchaço no coração. Ele estava havia quase um ano e meio na fila do transplante, a espera de um coração.
Quer saber mais notícias do estado? Acesse o G1 Paraná.
Jovem tinha 21 anos  (Foto: Reprodução/Facebook)Jovem estava grávida de gêmeos e teve hemorragia cerebral (Foto: Reprodução/Facebook)

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