Segundo a polícia, presos alegaram que homem teria matado a própria mãe.
Homicídio aconteceu na madrugada desta terça-feira (31).
Um detento de 22 anos foi assassinado na madrugada desta terça-feira (31), na Penitenciária de Tupi Paulista. De acordo com a Polícia Civil, ele foi estrangulado por companheiros de cela, que utilizaram uma corda e uma toalha para praticar o crime. Foi a terceira morte registrada na unidade prisional neste mês.
Conforme o delegado Aderson Moisés Vieira, os agentes ficaram sabendo do homicídio no momento da contagem dos presos. “Na contagem, eles foram avisados de que um estava morto. Então, os presos arrastaram o corpo do banheiro e o entregaram. Naquele momento, um detento assumiu a autoria do crime”, explicou ao G1.
Ainda segundo o delegado, o preso que disse ter matado o rapaz acabou entregando outras pessoas. “Ainda estamos ouvindo os envolvidos e, por enquanto, cinco pessoas podem estar relacionadas à morte. A maioria diz que estava dormindo, mas vamos ouvir todos os presos que estavam na cela”, afirmou Vieira.
Na cela, havia um total de 34 detentos e os envolvidos alegaram que mataram o companheiro devido ao suposto envolvimento dele na morte de familiares. “Eles dizem que a motivação do crime foi a de que a vítima matou a própria mãe e um irmão ou uma irmã. Ele realmente cumpria pena por homicídio na penitenciária. Mas vamos ouvir a todos para verificar a real participação de cada um”, salientou o delegado ao G1.
Estado
Em nota ao G1, a Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP) informou que, por volta das 6h, durante o procedimento de contagem da Penitenciária de Tupi Paulista, o preso não se apresentou ao servidor responsável pela conferência. Outro sentenciado declarou tê-lo matado utilizando uma toalha molhada para enforcá-lo. Segundo a SAP, o preso alegou ter descoberto que o companheiro teria assassinado sua mãe e a filha do seu padrasto, bem como tentado matar sua irmã, de dois anos.
A pasta estadual ressaltou ao G1 que a vítima encontrava-se na unidade penal desde 11 de junho de 2015 e jamais se queixou de eventual desentendimento e risco de agressão ou morte.
Foi acionada a Polícia Civil e será realizado exame necroscópico no Instituto Médico Legal (IML), em Dracena, para atestar a causa da morte. De acordo com a SAP, será instaurado Procedimento de Apuração Preliminar e Disciplinar, bem como expediente para a inclusão do autor em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), por até 360 dias.
Após ouvir o autor e os outros presos que habitavam a cela, os mesmos serão removidos, preventivamente, para a Penitenciária 1 de Presidente Venceslau, segundo a SAP.
Apesar do crime, a Penitenciária de Tupi Paulista opera normalmente nesta terça-feira (31), segundo a SAP, dentro dos padrões de segurança e disciplina da pasta.
A Assistência Social da unidade está tentando contato com os familiares da vítima do homicídio para avisá-los do falecimento, concluiu a nota encaminhada ao G1.
Outras mortes
No dia 12 deste mês, dois detentos também foram mortos no local, e um deles foi degolado. O motivo dado pelos autores era de que as vítimas eram "caguetas", ou seja, supostamente delatavam os companheiros.
Um dos presos assassinados tinha 33 anos e cumpria pena pelos crimes de homicídio e roubo. Já o outro tinha 24 anos e cumpria pena pelos crimes de tráfico de drogas e associação ao tráfico, conforme informou a Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo.
A Penitenciária de Tupi Paulista está localizada no km 677,8 da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294). Conforme a SAP, a capacidade da unidade prisional é para 844 homens, mas a população atual é de 1.667 detentos, que cumprem pena em regime fechado.
A penitenciária tem 10.000 m² de área construída e foi inaugurada no dia 16 de março de 2005.