Ex-presidente discursou em conferência do Partido Social-Democrata.
'Vamos para a rua defender o mandato da nossa presidenta', disse.
Ao discursar na Conferência Internacional do Partido Social-Democrata da Alemanha, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou nesta quarta-feira (9) o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que há "tentativa de golpe explícito" no país e acrescentou: "em contrapartida, vamos para a rua defender o mandato legitimamente obtido pela nossa presidenta."
Na última semana, Cunha autorizou a abertura do processo de impeachment de Dilma ao acolher pedido movido pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior. Em entrevista, o peemedebista negou motivação política.
Menos de duas horas depois, a própria presidente convocou jornalistas ao Palácio do Planalto para pronunciamento no qual disse quenão cometeu "atos ilícitos" e se disse indignada com a decisão dele. Ela já disse, inclusive, que vai usar todos os instrumentos democráticos para se defender.
"O presidente da Câmara dos Deputados atendeu a um pedido de impeachment na semana passada e o aceitou num gesto de vingança por que a Comissão de Ética vai julgar o comportamento dele por quebra de decoro parlamentar e ele imaginava que o meu partido fosse votar para evitar a punição dele. O PT decidiu votar pela punição e ele, em atitude de vigança, aceitou o pedido de impeachment", declarou o ex-presidente.
"Então, na verdade, o que está em jogo não é só o estado democrático de direito do nosso país. O que está em jogo também são as grandes conquistas que tivemos. E é importante dizer: o Brasil vive o mais longo período de democracia contínua da sua história. [...] Portanto, o que há no Brasil, na verdade, é uma tentativa de golpe explícito contra o país e contra a presidenta Dilma", acrescentou Lula em seu discurso na Alemanha.
O processo ao qual Lula se referiu sobre Cunha é conduzido pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que avalia se o presidente da Casa quebrou o decoro parlamentar por supostamente mentir à CPI da Petrobras quando disse que não tem contas na Suíça – suspeito de envolvimento com o esquema de corrupção que atuou na Petrobras e é investigado na Operação Lava Jato, Cunha disse, posteriormente ao depoimento à CPI, em entrevista ao G1 e à TV Globo, que tem "usufruto" de contas no país europeu.
Discurso
Antes de iniciar seu pronunciamento, que durou cerca de 40 minutos, o ex-presidente afirmou que era preciso falar sobre a situação política no Brasil e mostrar que "nem tudo é fácil, nem tudo é alegria e nem tudo é tranquilo".
Ele citou a crise política que o país enfrenta e a atribuiu aos "setores da sociedade brasileira que perderam a quarta eleição no Brasil e não querem admitir que a presidenta Dilma complete o seu mandato".
Para Lula, a eleição presidencial de 2014 foi "difícil" e que, desde então, a oposição "não conseguiu descer do palanque" e "continua fazendo campanha" o que, na avaliação dele, resulta em um momento político "bastante delicado".
"Não há uma acusação contra ela [Dilma]. Eu duvido que tenha um brasileiro que sequer pense que a presidenta Dilma é desonesta. Não tem um ato ilegal cometido pela presidenta Dilma", enfatizou o ex-presidente.
vagabundo....
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