Na sexta-feira, moeda subiu 2,05%, a R$ 3,8234 na venda.
Quadro de turbulências políticas no Brasil pressiona mercados.
O dólar voltou a subir perto de 3,90 reais nesta segunda-feira (30), pressionado por preocupações com o impacto da prisão do ex-presidente do BTG Pactual, André Esteves, sobre o mercado doméstico e com possíveis desdobramentos para o quadro político brasileiro.
Às 15h55, a moeda norte-americana subia 1,91%, a R$ 3,8965 na venda, após subir mais de 2% e atingir R$ 3,9237 na máxima da sessão, maior nível intradia desde 29 de outubro, quando foi a R$ 3,9574. Veja a cotação do dólar hoje.
Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h09, subia 1,68%, a R$ 3,8879.
Às 9h39, subia 0,88%, a R$ 3,8572.
Às 10h, subia 1,21%, a R$ 3,8697.
Às 10h29, subia 0,67%, a R$ 3,8493.
Às 11h, subia 0,56%, a R$ 3,8448.
Às 11h29, subia 0,63%, a R$ 3,8476.
Às 12h19, subia 0,47%, a R$ 3,8414.
Às 12h40, subia 0,85%, a R$ 3,8559.
Às 13h, subia 0,96%, a R$ 3,9141.
Às 13h39, subia 1,737%, a R$ 3,889.
Às 14h, subia 2,48%, a R$ 3,9183.
Às 14h48, subia 2,23%, a R$ 3,9087.
Às 15h15, subia 1,96%, a R$ 3,8985.
"O mercado levou um susto na abertura, mas corrigiu um pouco ao longo da manhã porque estava operando no emocional. A volatilidade é a regra, não dá para ter grandes certezas", disse à Reuters o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
No fim de semana, Esteves renunciou a todos os seus cargos no BTG após o Supremo Tribunal Federal (STF) mantê-lo preso por tempo indeterminado por suspeita de obstrução da operação Lava Jato, que investiga escândalo bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras.
A preocupação é de que mais denúncias possam surgir no campo político, bem como o próprio BTG ser muito afetado, o que poderia obrigá-lo a desmontar posições no mercado e, assim, afetar a liquidez.
Os investidores reagiram se refugiando na segurança do dólar, entendendo que as notícias deixam o quadro político brasileiro ainda mais incerto. Novas denúncias contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também se somavam ao quadro de incertezas.
Investidores também adotavam cautela antes da votação da meta de resultado primário deste ano, marcada para terça-feira no Congresso Nacional, em meio a turbulências após a prisão do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS).
O dólar operou em alta durante toda a sessão, mas chegou a apresentar avanços bem menores na parte da manhã, batendo na mínima de R$ 3,8347 do dia. Operadores atribuíram a volatilidade matutina à briga pela formação da Ptax de novembro, taxa calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais.
Contas do setor público
As contas de todo o setor público consolidado – que englobam o governo, estados, municípios e empresas estatais – registraram déficit primário de R$ 11,5 bilhões no mês de outubro, ante R$ 7,3 bilhões em setembro, informou o Banco Central nesta segunda. O resultado de outubro é o pior para este mês desde o início da série histórica, em dezembro de 2001, segundo o BC.
Intervenção do BC
Operadores afirmaram que o avanço do dólar foi reduzido pela intervenção do Banco Central. A autoridade monetária fez nesta tarde leilão de venda de até 2,75 bilhões de dólares com compromisso de recompra, com fim de rolar as linhas que vencem em dezembro.
Além disso, também dará início, na terça-feira, à rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, sinalizando que deve repor integralmente os contratos equivalentes a venda futura de dólares.
"O BC adotou a atitude correta. Ele quer evitar que o mercado engrene em um círculo vicioso de pessimismo como aquele que vimos há alguns meses", disse à Reuters o operador de um banco internacional, referindo-se à escalada da moeda norte-americana em agosto e setembro, que levou o BC e o Tesouro Nacional a atuarem de forma conjunta no mercado.
Última sessão
Na sexta-feira (27), o dólar subiu 2,05%, a R$ 3,8234 na venda. Foi o maior valor de fechamento desde o dia 13, quando terminou o dia a R$ 3,8331, e a maior alta semanal em dois meses.
Na primeira semana de setembro, a moeda norte-americana havia acumulado alta de 7,68%, num momento de intensa aversão ao risco. Foi naquele mês que o dólar foi à máxima histórica, de R$ 4,1461, e que gerou forte atuação conjunta do Banco Central e do Tesouro Nacional nos mercados financeiros.
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