De janeiro a outubro, 61 mil começaram a usar medicamentos, diz Saúde.
Casos da doença entre jovens de 15 a 24 anos aumentou 50% desde 2006.
O número de pessoas em tratamento com antirretrovirais no Brasil cresceu 29% em um ano, segundo balanço do Ministério da Saúde. Os dados foram divulgados no início da tarde desta quarta-feira (1º) pelo gestor da pasta, Arthur Chioro, durante evento em comemoração ao Dia Mundial de Luta contra a Aids.
De acordo com o levantamento, 47.506 pessoas começaram a usar a medicação no período entre janeiro e outubro do ano passado, contra 61.221 na mesma época deste ano. No total, há quase 400 mil pessoas no país em tratamento com esses remédios.
O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, afirmou que esse crescimento está relacionado à mudança no protocolo clínico a doença, que completou um ano. Agora, todas as pessoas que apresentam resultado positivo para o HIV passam a fazer uso dos antirretrovirais, mesmo as que não têm comprometimento do sistema imunológico.
"Se a gente não tivesse mudado o protocolo, a gente provavelmente teria o mesmo número, porque ele tem se mantido estável. Qual é a vantagem de fazer essa mudança? [...] Ela retarda problemas associados ao HIV, retarda o aparecimento de doenças oportunistas", explica.
734 mil pessoas vivem com HIV e Aids hoje no Brasil
Além disso, desde 2012, todas as pessoas que se expuseram ao risco de contrair o vírus podem tomar, em até 72 horas, o "coquetel do dia seguinte". A medida dura 28 dias e tem o objetivo de evitar a multiplicação do vírus.
O novo boletim epidemiológico apontou que 734 mil pessoas vivem com HIV e Aids hoje no Brasil. Deste total, 89% foram diagnosticadas. O avanço da doença é considerado estabilizado no Brasil, que tem taxa de detecção em torno de 20,4 casos a cada 100 mil habitantes. São 39 mil ocorrências ao ano.
A região com maior número de novos casos é a Sudeste – 38,6%. O estudo mostra ainda que houve queda de 35,7% na taxa de detecção em menores de 5 anos. Segundo o Ministério da Saúde, 0,4% da população brasileira tem HIV.
Diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Fábio Mesquita afirmou que 11 unidades da federação apresentam taxa de detecção superior à nacional. "A gente destaca aí quatro estados, particularmente o Rio Grande do Sul, que tem o dobro da taxa de detecção nacional, o Amazonas, Santa Catarina e Rio de Janeiro", disse.
O vírus HIV é transmitido pelo sangue, sêmen e leite materno. A infecção não tem cura, mas pode ser controlada por anos com o uso de coquetéis de drogas antivirais. A estimativa é que a pandemia de Aids, que começou há mais de 30 anos, já tenha matado até 40 milhões de pessoas em todo o mundo.
O SUS oferece um teste rápido, gratuito e sigiloso para interessados em descobrir se estão ou não infectados pelo vírus. O resultado sai em menos de 20 minutos, e não é necessário agendar o procedimento.
Também na ocasião, o governo federal lançou uma nova campanha publicitária de conscientização sobre a doença. O alvo são os jovens, e o slogan é #partiuteste, em alusão à linguagem típica desta faixa etária.
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