Identificada pela mídia local como Reshma, ela foi colocada em uma maca.
Desmoronamento de prédio deixou mais de mil mortos.
Funcionários que trabalham no resgate de vítimas do desabamento que deixou mais de mil mortos em Bangladesh encontraram uma mulher viva, 17 dias depois do incidente, nesta sexta-feira (10). Oficiais do Exército ordenaram a parada de escavadeiras e guindastes enquanto tentavam retirar a mulher dos escombros. Segundo a agência France Presse, a operação de salvamento foi exibida ao vivo pela televisão local.
"Ouvi as vozes dos resgatistas no últimos dias. Fiquei tentando bater nos escombros com paus e varas para chamar a atenção" disse a mulher à rede de Tv Somoy, da cama do hospital. "Ninguém me ouvia. Foi tão ruim. Eu sonhava em ver a luz do dia de novo."
As equipes de resgate usaram uma serra manual e equipamentos de solda e de perfuração para tentar eliminar a barra de ferro e os detritos que a prendiam. Eles pediram um cilindro pequeno de oxigênio para ser levado até ela.
A mulher, identificada pela mídia de Bangladesh apenas como Reshma, foi mostrada em uma maca e sendo carregada a uma ambulância, recebendo uma máscara de oxigênio.
Segundo a agência Associated Press, centenas de pessoas que trabalhavam na remoção de corpos no local do acidente levantaram suas mãos para orar a Allah (Deus dos muçulmanos) pela descoberta da sobrevivente. Um homem disse em um alto-falante: "Allah, você é o melhor, você pode fazer qualquer coisa. Por favor, permita-nos resgatar a sobrevivente encontrada."
Mohammad Rubel Rana, um trabalhador que cortava barras de ferro, disse que alertou as equipes de resgate depois de ouvir uma voz. "Eu ouvi uma voz fraca dizendo: 'salva-me, salva-me'", Rana disse à Reuters TV. "Ela recebeu água, biscoitos e oxigênio".
Trabalhadores limpam os escombros desde o colapso do edifício onde funcionava uma fábrica têxtil, em 24 de abril. Mais de 2.500 pessoas foram resgatadas no local do desastre. No entanto, não houve sobreviventes encontrados nos destroços desde 28 de abril.
O número de mortos no desastre subiu nesta sexta-feira, com as autoridades confirmando 1.038 pessoas mortas.
Condições de trabalho
O desastre tem questionado as condições de trabalho muitas vezes mortais na indústria do vestuário de Bangladesh, que fornece roupas para grandes varejistas em todo o mundo.
O desastre tem questionado as condições de trabalho muitas vezes mortais na indústria do vestuário de Bangladesh, que fornece roupas para grandes varejistas em todo o mundo.
O setor têxtil é fundamental para a economia do país, gerando US$ 29 bilhões de receita ao ano. Em 2012, correspondeu a 80% das exportações do país. Os baixos salários e a abundante mão de obra tornam o segundo maior produtor de roupas do mundo, atrás apenas da China.
Há anos, as ONGs denunciam as péssimas condições de trabalho e as normas de segurança dessa indústria no país. Os incêndios costumam ser frequentes nas cerca de 4.500 confecções de Bangladesh. Em novembro de 2012, pelo menos 111 pessoas morreram em um incêndio em uma empresa têxtil.
Na quarta-feira, o governo de Bangladesh anunciou o fechamento de 18 fábricas têxteis em Dacca e Chittagong, a segunda cidade do país, depois de se comprometer com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) a tomar medidas imediatas para reforçar a segurança nas fábricas.
Também na quarta-feira, um grupo de especialistas da ONU pediu às grandes marcas internacionais do setor que não deixem Bangladesh, e sim que cooperem com o governo, com as organizações internacionais e com a sociedade civil para melhorar as condições trabalhistas.
Na quarta-feira, o governo de Bangladesh anunciou o fechamento de 18 fábricas têxteis em Dacca e Chittagong, a segunda cidade do país, depois de se comprometer com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) a tomar medidas imediatas para reforçar a segurança nas fábricas.
Também na quarta-feira, um grupo de especialistas da ONU pediu às grandes marcas internacionais do setor que não deixem Bangladesh, e sim que cooperem com o governo, com as organizações internacionais e com a sociedade civil para melhorar as condições trabalhistas.
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