Para especialista, local ‘deve ser evitado’, já que obras e faixa elevada contribuem para formação de filas e acidentes
Os usuários de uma das principais avenidas de Presidente Prudente, a Manoel Goulart, têm enfrentado situações complicadas de trânsito, congestionamento e constantes acidentes, principalmente no trecho que fica entre as rotatórias da Unesp e do Museu da cidade. Em poucos minutos de observação no local, é possível ver motoristas nervosos pela lentidão e confusão no uso das faixas, que se confundem com as de um hipermercado e um shopping que está em obras.
Em busca de uma explicação sobre o que tem acontecido na avenida nesses últimos meses e até mesmo para questionar as autoridades sobre possíveis soluções, o iFronteira entrevistou o urbanista Rogério Penna Quintanilha, que revelou que ele mesmo tem evitado passar pelo local por saber dos transtornos que enfrentará.
De acordo com o profissional, os transtornos começaram quando, com o objetivo de melhorar o fluxo nas rotatórias, foram instalados diversos semáforos nos pontos que cercam o trecho problemático.
“Até mesmo para os prudentinos e para as pessoas que conhecem a cidade, a implantação daqueles semáforos nas rotatórias da Unesp e do Museu deixou o trecho complicado. Imagine para quem é de fora? A maneira confusa como eles foram colocados não tem ajudado em nada no fluxo de veículos. Pelo contrário, só atrapalha, porque sempre há motoristas perdidos no meio de tanta informação, causando ainda mais lentidão nos locais”, salienta.
Outra questão levantada pelo urbanista, que pode ser um dos motivos para a lentidão do trânsito no local, são as faixas elevadas bem em frente ao shopping. “A ideia é realmente muito válida e interessante. Mas, mesmo sendo importante esse tipo de intervenção, acredito que as passarelas elevadas contribuam sim para a lentidão do trânsito”, fala.
Quando questionado sobre as obras do shopping localizado na avenida e que alterou a entrada e saída do hipermercado que ali funciona, o urbanista destaca que, nas poucas vezes que passou em frente ao trecho após as 18h, percebeu a confusão dos motoristas ao utilizar as faixas próximas à disponibilizada para a entrada do estacionamento.
“Não vejo muita solução neste sentido, já que obras causam certo transtorno mesmo para a população. Prefiro esperar o término e o tempo de adaptação das pessoas para tirar uma conclusão sobre a interferência desse estacionamento para o congestionamento da avenida. A reforma é muito grande e provavelmente a Prefeitura e o responsável pela obra fizeram um planejamento adequado, já que o impacto que isso causa na vida das pessoas é muito grande”, explica.
Segundo o aposentado Nelson Ferreira, as promoções do mercado fazem com que ele insista em ir ao local, porém os transtornos do trânsito têm feito com que ele pense duas vezes antes de sair de casa.
“Realmente em horários de pico é difícil conseguir entrar no estacionamento com rapidez. A fila é grande e a lentidão da avenida exige paciência. Em minha opinião, o estacionamento antes estava muito melhor. Eu não sabia que a entrada de agora será a definitiva. Estou preocupado com a situação da avenida de agora em diante”, salienta.
A trabalhadora autônoma Tatiane Marques concorda que o estacionamento do estabelecimento era melhor antes e revela que além da lentidão, a poeira das obras tem incomodado bastante.
“Sei de muitas pessoas que deixaram de vir neste mercado por conta desses problemas. Não sei o que faltou, se foi planejamento ou até mesmo organização da equipe de trabalhadores, mas a entrada e saída do estacionamento está complicada e isso prejudica todo o restante do trânsito, é natural”, argumenta.
Com a palavra...
Sobre as obras do shopping, o responsável pela empresa preferiu não se manifestar e, através da assessoria de imprensa, informou que o problema de fluxo no trânsito é de responsabilidade da Secretaria de Assunos Viários (Semav), já que foi feita toda a documentação para as obras.
O iFronteira, por três semanas, tentou contato com o responsável pela Semav, o secretário Luiz Abel Brondi, porém, ele não foi encontrado na secretaria, não atendeu ao celular e não respondeu aos recados deixados.
Dessa maneira, através da Secretaria de Comunicação da Prefeitura, a reportagem foi informada que, por prever problemas de congestionamento na avenida após o início das obras, uma terceira faixa foi destinada apenas para a entrada dos automóveis no estacionamento.
“A Semav pensou nessa alternativa em conjunto com os responsáveis pelo supermercado e a terceira faixa tem funcionado bem, apesar de alguns usuários da avenida ainda confundirem sua finalidade e causarem certa confusão ao tentar sair dela”, revela o secretário de comunicação, Marcos Tadeu Cavalcante.
Em relação aos demais problemas levantados por conta dos semáforos confusos nas rotatórias e dos constantes acidentes que têm acontecido no trecho, o secretário argumenta: “Os acidentes são resultado da conduta errada dos motoristas e falta educação no trânsito na cidade inteira. Este, infelizmente, não é problema da Prefeitura”.
Porém, sobre o fluxo intenso no trecho da Manoel Goulart, Marcos Tadeu salienta que um Projeto de Mobilidade Urbana foi feito para a cidade e será apresentado no próximo dia 15 de dezembro. “Nesse projeto foi dada uma sugestão de abertura das avenidas, que provavelmente resultará no desafogamento do local”, cita.
Há uma semana, o secretário ficou de enviar o projeto ao iFronteira, porém, até a publicação desta reportagem não o fez.
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