Cantora se apresentou no Parque dos Atletas, na noite deste domingo (2).
Segundo produção, 67 mil pessoas assistiram à apresentação carioca.
Foi com uma apresentação correta, porém morna, que a cantora Madonna estreou a parte brasileira da turnê MDNA neste domingo (2), no Parque dos Atletas, no Rio de Janeiro. Em duas horas de um show pontuado por muita tecnologia e efeitos visuais, a diva pop só empolgou mesmo o público estimado em 67 mil pessoas, segundo os organizadores, em seus maiores sucessos.
Talvez a espera pela cantora tenha consumido um pouco do gás da plateia: 20h era o horário inicial impresso nos ingressos, mas Madonna só foi subir ao palco às 23h, uma hora depois do fim da performance da dupla de DJs brasileiros DJs Felguk, que começou às 21h. Algumas vaias já podiam ser ouvidas quando as luzes se apagaram e os sinos e vozes gregorianos do trio espanhol Kalacan anunciaram a entrada da musa, servindo de introduão para a canção "Girl gone wild", de seu novo álbum, misturada com trechos das conhecidas "Material girl" e "Give it to me".
Não se pode negar que Madonna é uma artista e tanto: ela canta, dança e toca guitarra, além de interpretar uma série de personagens durante o show. Logo no início, ao melhor estilo James Bond, distribui tiros com um revólver matando criminosos mascarados em "Bang bang". Em outro momento, quando zomba de Lady Gaga no trecho em que mistura sua "Express yourself" com "Born this way", da rival, comanda uma espécie de banda militar vestida como líder de torcida — com alguns dos músicos literalmente suspensos a metros do chão.
Mas é quando encarna uma dançarina de boate que protagoniza o momento mais divertido do show, também o único em que foge do roteiro engessado do espetáculo. Após um strip tease, quando fica apenas de lingerie, é chamada por parte da plateia de "periguete", gíria tipicamente carioca para "mulher fácil".
"Sim, sou uma periguete. Então, deem meu dinheiro", brincou a cantora, que trazia a alcunha escrita nas costas. "Uma periguete inspira outra. Quero dedicar esta música a todas elas", anunciou pouco antes de cantar uma quase imperceptível "Like a virgin", acompanhada apenas por um pianista.
Em outro momento de descontração, durante um breve descanso, aproveitou para conversar com o público: "Muito caliente", exclamou em bom portunhol. "É tão bom cantar no Rio. Amo o Brasil, e meus fãs aqui sempre foram maravilhosos. Também adorei os balões", destacou a cantora, referindo-se aos corações infláveis exibidos pela plateia no hit "Open your heart", número que também conta com a participação especial e sentimental de Rocco, filho de Madonna com o cineasta Guy Ritchie.
Mas é justamente de mais sucessos que carece o atual espetáculo da cantora. Ou, pelo menos, das versões integrais das canções mais conhecidas incluídas em seu setlist. Em alguns casos, como em "Papa don't preach" e "Hang up", Madonna canta apenas pequenos trechos, frustrando os fãs que querem acompanhá-la no gogó. Talvez isso ajude a explicar a quantidade considerável de pessoas que deixava o Parque dos Atletas durante "I’m addicted", a quatro números antes do fim.
Madonna só vira mesmo esse jogo em "Like a prayer", já perto do fim, incendiando o público com ajuda de um empolgante coro gospel formado por, pelo menos, uma dúzia de cantores no palco. Um pouco tarde para uma artista detentora de uma obra tão popular.
A turnê MDNA faz escala agora em São Paulo, no Estádio do Morumbi, nas próximas terça (4) e quarta (5); e em Porto Alegre, no Estádio Olímpico, no próximo domingo (9).
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