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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

'A Cláudia chegava e as minhas funções melhoravam', diz Gianecchini

Durante todo o período em que Gianecchini esteve internado em tratamento contra o câncer, Cláudia Raia o visitou no hospital e ajudou o amigo a se recuperar da doença.

A história é de amizade. Durante um ano, o Brasil acompanhou a luta do Gianecchini contra um linfoma, um tipo de câncer que ataca as defesas do organismo. Ele resolveu contar em um livro como enfrentou o tratamento. 

Durante esse período delicado, Gianecchini contou com o apoio de uma grande amiga. Companheira dedicada, que se mostrou fundamental para a recuperação dele. Anjo da guarda nos momentos difíceis. 

No centro cirúrgico, o paciente não reagia. Sua pressão tinha entrado em queda contínua, os médicos não conseguiam detectar o que estava acontecendo. Reynaldo Gianecchini estava tendo uma parada cardiorrespiratória. 

Pouca gente sabe desse momento que Gianecchini viveu enquanto esteve internado no ano passado para o tratamento contra um câncer no sistema linfático. E essa é só uma das muitas histórias que ele viveu e que nunca foram divulgadas enquanto ele esteve internado. 

“Por que decidiu contar sua história em livro, agora?”, pergunta Renata Ceribelli. 

“Este livro conta a minha história desde a minha infância até os dias de hoje. Eu aceitei fazer porque eu fiquei bem curioso de ver contada a minha história de uma forma leve e divertida. A ideia também não é me colocar acima do bem e do mal. O livro mostra também os meus defeitos, as minhas inseguranças, os momentos de irritação, por exemplo. Não sou pintado como um cara super herói”, declara Reynaldo Gianecchini. 

“Agora, é claro que o Gianecchini é o personagem principal desse livro. Mas tem uma outra pessoa, muito especial, uma grande amiga que virou quase uma protagonista junto com você, né? Que ela está aqui. Não é Cláudia?”, diz Renata. 

“Não, o protagonista é ele”, responde Cláudia Raia. 

“Cláudia, até você se surpreendeu em quantas histórias você está presente neste livro?”, pergunta Renata. 

“Hum, menina, não era pra tanto! Eu fui uma das primeiras pessoas a saber, porque ele ia fazer o Cabaret, que é o espetáculo que a gente está em cartaz. Ele era o protagonista junto comigo. Ele me ligou e falou ‘Claudinha, eu tô no hospital, fica calma, eu tô bem, mas eu acho que eu tô com câncer’.Quase morri, quase caí dura”, conta Cláudia. 

Em outro trecho do livro, o autor da biografia, Guilherme Fiúza, escreve: 

“Cláudia usou sua passagem secreta para não ser vista pela imprensa. Ao chegar no quarto do amigo, o lugar parecia uma festa, mas faltava garçom. Giane circulava com sua cabeça raspada e roupa de hospital servindo refrigerante aos presentes na bandeja. Transtornada, Cláudia tirou a bandeja das suas mãos...” 

Cláudia: “Não dá pra todo mundo subir aqui, isso aqui está parecendo um circo, não pode. A coisa mais fofa do mundo é que ele obedece” 

Reynaldo: “A Cláudia realmente chegava lá e as minhas funções melhoravam. Até a pressão mudava. Os batimentos cardíacos” 
Cláudia: “Agora, teve um dia... Ele teve um problema pulmonar, respiratório, e que ele tava na UTI. Então ele tinha que assoprar um tubo que dava a potência respiratória dele. E tava assim tipo 30%, 40% e tinha que chegar a 100%. Eu comecei a contar pra ele loucuras assim. Ele ria e assoprava e ria e assoprava. Daqui a pouco o negócio bateu a 100% e o médico, que eu nunca tinha visto na vida, falou: ‘Que mulher é essa?’” 

Cláudia e Gianecchini se conheceram na comédia. Foi na novela Belíssima, quando formaram um par romântico. Ela uma madame e ele um mecânico. 

“Aí a gente não conseguiu se separar mais. Mas a nossa vida tem uma coisa de comédia mesmo. Tem uma coisa da alegria”. 

Reynaldo: “Era tão tamanho bom humor quando a gente se via que neste dia ela foi me visitar que eu tava na UTI, eu tava dez quilos inchado. Aí passou uma bandeja, você lembra disso?” 

Cláudia: “Lembro.” 

Reynaldo: “Quando eu refleti. Credo! Eu falei: ‘Gente... Eu tô um sapo boi.” 

Cláudia: “Falei: “É, você não tá bom não”. 

Cláudia: “Às vezes eu ficava, sem ele perceber, eu ficava fazendo massagem na mão dele pra ele desinchar”. 

Reynaldo: “Ah, era massagem?” 

Cláudia: “Era.” 

Reynaldo: “Eu achei que era carinho.” 

Cláudia: “Era também” 

Quem passasse de madrugada em frente ao hospital e visse uma luz acesa no nono andar, poderia imaginar tudo, menos uma bailarina dançando e cantando um número imortalizado por Liza Minelli. 

Cláudia: “Eu contava tudo pra ele. As cenas, as músicas. Eu aprendia uma parte da música, ele dizia: ‘Canta aí!’. Aí eu cantava” 

Renata: “Você ensaiava mesmo, passava texto dançava?” 

Cláudia: “Às vezes ele passa texto comigo do personagem que ele ia fazer.” 

Reynaldo: “Eu já sabia todas as músicas. Quando estreou eu já tava cantando junto. Embora eu estivesse no palco, eu sabia tudo daquele espetáculo que eu estava vendo pela primeira vez.” 

Renata: “E como você está hoje Gianecchini?” 

Reynaldo: “Tô ótimo. Voltei para a correria louca da vida, trabalhando mundo, mas hoje um olhar muito mais atento sobre tudo. Quando eu começo a encher a minha cabeça, ou ficar chateado. Eu só paro e penso: ‘Cara eu tô chateado por causa disso?’ Em dez minutos eu tô ótimo.” 

Renata: “O livro conta a sua história de vida, mas também a história bonita da amizade de vocês.” 

Reynaldo: “É verdade.” 

Cláudia: “Coisa linda.” 

Reynaldo: “Lindinha.” 

Cláudia: “Isso aqui é pra sempre.” 

Reynaldo: “Não é só pra esta vida.” 

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