Cruzeiro e túmulo da menina Berta Lúcia são pontos de orações em PP

Populares acenderam velas e intercederam por aqueles que estão enterrados em outros locais e até por desconhecidos

Na manhã desta sexta-feira (2), Dia de Finados, populares aproveitaram o feriado para visitarem o maior cemitério da região, o São João Batista de Presidente Prudente. Na ocasião, além das homenagens aos parentes e amigos nos túmulos, muitos se dirigiram até o cruzeiro para acender velas e rezar.

No centro do cemitério, onde fica a cruz, pessoas se reuniram para rezar por aqueles que não estão enterrados na cidade e até pelos indigentes. No entanto, segundo o teólogo e psicólogo Marivaldo Gouveia, o objetivo foi o mesmo: interceder pelos mortos.

Segundo Gouveia, o cruzeiro, representado pela cruz, é um símbolo do Cristianismo. Já a tradição de acender velas e interceder no local é uma cultura antiga no Brasil, e que prevalece até hoje. “Este é um costume desde o Brasil Colônia, desde a formação da cultura católica romana, que cultiva a crença da imortalidade da alma”, explica o teólogo.

A prudentina Fátima Salvador esteve no local pela manhã e passou pelo cruzeiro para fazer suas orações. Sua família é da cidade e, portanto, sabe onde cada um foi enterrado. Ainda assim, ela fez questão de se dirigir à cruz no centro do cemitério. “Aqui a gente reza pelas pessoas abandonadas também, pelos indigentes, e não só pela nossa família”, conta.

Já o casal Luiz Antônio Ximenes e Sueli Ximenes esteve no cruzeiro para rezar pelos parentes e amigos falecidos que não se recordam onde estão enterrados. “Nossos avós, pai e mãe nós sabemos onde estão, nunca esquecemos, mas sempre tem um conhecido ou parente que não lembramos mais onde está sepultado e por isso viemos aqui”, relata Sueli.

Berta Lúcia

Outra tradição do cemitério prudentino são as visitas ao túmulo da menina Berta Lúcia, que morreu em 1944, aos 4 anos, vítima de meningite. Para muitas pessoas, ela é considerada santa. Veja nas fotos acima.

De acordo com os fiéis, o primeiro milagre teria sido após a oração de uma mãe que pediu a graça de encontrar o filho desaparecido e o achou com saúde. Hoje, no túmulo dela, muitas pessoas prestam as homenagens e depositam ali sua fé e devoção.

Mãe de dois filhos, um de 5 e outro de 3 anos, Rosa Maria esteve no local pela manhã para visitar o túmulo da menina. Ela levou seus dois filhos e ensinou a eles o pouco que sabe a história de Berta Lúcia. “Minha mãe sempre falava para rezarmos para ela para irmos bem na escola. Dizem que ela fez muitos milagres. Lembro-me que no Dia das Crianças era uma festa aqui no cemitério, não era triste, e acho importante passar isso para meus filhos”, conta Rosa Maria.