Um dos disparos atingiu a artéria femural do homem, de 72 anos, que sofreu hemorragia. Uma mulher e um policial militar também se feriram durante a ocorrência em Dracena.
Um tiroteio deixou uma pessoa morta e duas feridas, em Dracena (SP), na manhã desta terça-feira (6). Um dos baleados é um policial civil aposentado, de 72 anos, que não resistiu e morreu. Uma mulher, de 48 anos, levou um tiro de raspão na cabeça e foi hospitalizada. Um policial militar também sofreu escoriações durante a ação.
Conforme as informações fornecidas ao G1 pelo tenente-coronel Carlos Vitor Negri da Silva, comandante interino do 8º Comando de Policiamento do Interior (CPI-8), o caso ocorreu durante o processo de imissão de propriedade no local, realizada pelo Poder Judiciário, para o qual foi solicitado o apoio da Polícia Militar.
O antigo proprietário da residência era o policial civil aposentado, que ainda vivia no local, no entanto, o imóvel havia sido arrematado pela mulher de 48 anos, em um leilão realizado pela Justiça do Trabalho, segundo a PM.
Para que a mulher compradora assumisse a posse do imóvel, a PM e uma oficial da Justiça do Trabalho, juntamente com a nova proprietária, dirigiram-se ao local na manhã desta terça-feira (6).
No local, que fica no Centro da cidade, durante as tratativas entre as partes e a oficial da Justiça do Trabalho, o antigo proprietário disparou com um revólver de calibre 38 contra a arrematante, que foi atingida por um tiro de raspão na cabeça.
A lesão sofrida pela mulher, de 48 anos, foi considerada grave, mas ela não corre risco de morte, conforme a Polícia Militar. Ela foi socorrida e encaminhada à Santa Casa de Dracena para receber atendimento médico, mas depois acabou transferida para o Hospital Regional (HR), em Presidente Prudente (SP). O HR informou que o quadro de saúde da paciente é considerado estável. Ainda segundo o hospital, a mulher “deu entrada no Pronto-socorro da unidade e está recebendo os cuidados da equipe médica e multiprofissional”.
Diante da situação, após a mulher ser baleada, houve intervenção da Polícia Militar, que apoiava o Poder Judiciário, e o agressor foi alvejado, ainda conforme informou ao G1 o tenente-coronel Negri.
O homem foi atingido por dois disparos na perna, sendo que um deles acertou-lhe a artéria femural.
O policial militar que disparou na defesa da arrematante, para se desvencilhar durante o tiroteio, caiu no chão e sofreu escoriações nas mãos e nos joelhos. De acordo com a PM, ele também foi socorrido e passa bem.
"Toda ocorrência será apresentada na Polícia Civil de Dracena. Paralelamente iremos adotar as providências de Polícia Judiciária Militar, na forma estabelecida para esses casos", disse ao G1 o comandante.
Caso foi registrado no Centro de Dracena nesta terça-feira (6) — Foto: Polícia Militar
'Inesperada agressão'
Em nota à imprensa, a Polícia Civil, por meio do delegado Féres Karam, da Delegacia Seccional de Dracena, confirmou o “triste acontecimento” envolvendo o investigador de polícia aposentado Univaldo Buzati, de 72 anos. Ele era casado e residente em Dracena, onde também atuou como policial civil.
“O policial civil, ao que consta, por questões trabalhistas nas quais se envolveu há alguns anos, deveria deixar os imóveis que ocupava na Rua São Paulo, nesta cidade [Dracena], eis que foram arrematados em hasta pública”, explicou a polícia, em nota.
Nesta terça-feira (6), compareceram aos imóveis a arrematante acompanhada de uma oficial de Justiça e dois policiais militares para o cumprimento da ordem judicial.
O investigador de polícia aposentado foi até o local onde estava a nova proprietária dos imóveis, sacou a arma e disparou, atingindo-a na cabeça, "porém não de forma letal". "A vítima conseguiu abrigar-se de novos disparos", pontuou.
“Os policiais militares que acompanhavam o caso procuraram repelir a inesperada agressão e um deles disparou dois tiros contra o policial civil aposentado, atingindo-o na região das coxas. Socorrido, o policial faleceu tendo por causa preliminar hemorragia”, explicou.
A Polícia Civil compareceu ao local, para o registro da ocorrência, tratada como “morte por intervenção policial, homicídio doloso consumado, legítima defesa e homicídio doloso tentado”. Um inquérito policial para a total elucidação dos fatos ocorridos também deve ser instaurado.
A Polícia Técnico-Científica compareceu ao local para os devidos levantamentos, bem como exames residuográficos nos atiradores. Também foi acionado o Instituto Médico Legal (IML) para o exame necroscópico da vítima fatal.
“A Polícia Civil lamenta o ocorrido, apresentando seus respeitos aos familiares e demais envolvidos, e segue em sua missão de apurar a verdade real dos fatos, informando com presteza e esclarecendo-os”, finalizou a nota.
Caso foi registrado no Centro de Dracena nesta terça-feira (6) — Foto: Polícia Militar
Arma dentro de casa
O tenente-coronel Alexandre Fontolan, comandante do 25º Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPM/I), que tem sede em Dracena, detalhou que a corporação foi acionada por uma oficial da Justiça do Trabalho para que apoiasse uma ação de tomada de um imóvel que já havia sido arrematado em leilão por uma mulher.
No local, segundo Fontolan, os policiais militares depararam-se com a oficial de Justiça e a nova proprietária do imóvel.
Quando recebeu a notícia da tomada do imóvel, o antigo proprietário foi ao interior da residência, pegou um revólver de calibre 38 e, ao sair da casa, disparou um tiro contra a arrematante, ou seja, a mulher que estava junto com a oficial de Justiça, detalhou Fontolan.
A vítima foi atingida por um tiro de raspão na cabeça, onde a bala ficou alojada, mas sem gravidade, e não corre risco de morte, de acordo com o tenente-coronel.
Os policiais militares que faziam a segurança da oficial de Justiça, quando foram surpreendidos pela ação do agressor, dispararam dois tiros contra os membros inferiores do homem, com o objetivo de "apenas" neutralizá-lo momentaneamente, conforme Fontolan. Esses dois tiros atingiram a perna do policial civil aposentado, mas um dos disparos acertou-lhe a artéria femural.
As duas pessoas baleadas foram socorridas rapidamente, segundo o comandante do 25º Batalhão, e levadas à Santa Casa de Dracena para receber atendimento médico, onde o homem morreu.
"A Polícia Militar, infelizmente, noticia esse fato envolvendo não um criminoso, mas uma pessoa de bem, que, num acesso de fúria, perdeu o controle de suas razões e veio a agredir essa mulher que, aparentemente, não tinha nada a ver com o agressor", lamentou Fontolan.
"Infelizmente, o agressor entrou em óbito e a Polícia Militar se sente entristecida, mas na certeza de que o policial militar agiu em legítima defesa de outrem", prosseguiu o oficial.
"Se não fosse a ação rápida do policial militar, muito provavelmente o agressor teria efetuado mais disparos contra a arrematante ou contra outras pessoas que estavam pelo local", concluiu o tenente-coronel.
Ele ainda salientou que, paralelamente às investigações no âmbito da Polícia Civil, a PM vai instaurar um inquérito policial militar para apurar o caso, bem como a conduta dos policiais envolvidos na ocorrência e a ação que os levou a efetuar os disparos no local, para que os fatos sejam esclarecidos e para que a sociedade seja informada "de uma maneira bem clara" sobre o assunto.
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