O borracheiro Antônio Cláudio Barbosa, de 35 anos, foi condenado por estupro ao ser confundido com o criminoso conhecido como 'maníaco da moto', no Ceará
O borracheiro Antônio Cláudio de Castro, preso e condenado por engano ao ser ao ser confundido com o criminoso conhecido como 'maníaco da moto', acusado de estuprar oito mulheres em 2014, foi inocentado em novo julgamento ocorrido no final de julho deste ano, após cinco anos encarcerado. No Encontro, o cearense não conteve as lágrimas ao rever o momento em que conquistou a liberdade.
"É muito difícil para mim, ainda estou dando um passo de cada vez para superar tudo que passei", disse Antônio, emocionado.
A condenação
"Não entendia. Ficava buscando o que eu tinha feito de errado na vida, porque tenho defeitos como ser humano, não sou melhor do que ninguém, mas jamais cometeria esse tipo de ato."
O recomeço
"Tudo para mim é novo, porque eu tive que me tornar um pequeno gigante. Me tornei uma pessoa que, para as outras pessoas, é como se fosse um herói. Mas eu não sou digno disso. Toda essa honra eu dou a Deus."
Cearense Antônio conquistou a liberdade após cinco anos presos injustamente — Foto: TV Globo
Primeiro dia de liberdade
"Fui diretamente ao cabeleireiro que é um grande amigo meu, o seu Nogueira...Fui rever as pessoas que eu mais tenho apreço. Quando eu fui ver, uma amiga minha já tinha morrido e tudo que ela queria era me dar um abraço."
Borracheiro ficou preso por engano por cinco anos, no Ceará — Foto: TV Globo
Família não desistiu de provar a inocência de Antônio
Irmã de Antônio Cláudio fala do sofrimento da família durante prisão do inocente
A irmã de Antônio, Geralda, contou que sempre acreditou na inocência do borracheiro:
"No dia que soube que o Cláudio tinha sido preso, o mundo se abriu para mim. À principio, quis poupar minha família. Meu pai tinha acabado de se recuperar de um infarto. Então, isso ficou difícil para mim. Fiquei lutando, correndo atrás. Em momento algum, tive dúvida da inocência dele."
Primeiro Dia dos Pais após cinco anos
"Vai ser um sonho", declarou o borracheiro.
Evidências do erro
"Ele permaneceu o tempo todo muito suportado por essa família maravilhosa que ele tem e que nos transmitia uma convicção que, para nós, também foi muito importante. Para atuar em um caso, poder sustentar a inocência de alguém, nós fazemos uma análise, temos que nos convencer por meio de provas, mas, evidentemente, que o estimulo que a gente recebia desse grupo de apoio e do próprio Antônio Cláudio, da clareza que ele tinha dos fatos, foi um estimulador para o nosso trabalho", explicou a advogada Flavia Rahal, do Projeto Inocência, que atua em casos de condenados injustamente.
Advogada explica como projeto conseguiu provar a inocência de Antônio Cláudio
Entre as evidências apontadas pela defesa no novo julgamento, os advogados alegaram que o autor do crime tem cerca de 1,80 metro, com base em vídeos que registram o homem cometendo os atos. A altura de Antônio Cláudio, condenado por engano, é 1,59 metro. Flavia Rahal afirmou ainda que o que sustentou a condenação foi o reconhecimento feito pela vítima de 11 anos.
"Extremamente chocada, emocionalmente abalada, ela viu o Antônio chegando ao salão de beleza sentado numa moto. Quando ele entra, ela saí correndo porque ouviu a voz dele e introjetou que ele era a pessoa que a abusou. A própria chegada dele numa moto deve ter feito com que ela revivesse o momento do ataque", explicou a advogada.
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