Portadora de distúrbios mentais, mulher deixou eletrônicos ligados, comeu alimentos e, ao acordar, chamou a vítima de 'tio'. Fato foi registrado como violação de domicílio, em Presidente Prudente.
Um caso de violação de domicílio foi registrado em Presidente Prudente, na noite deste sábado (3). A vítima, um homem de 62 anos, chegou em casa, no Conjunto Habitacional Brasil Novo, e se deparou com uma mulher dormindo no sofá da sala. Ela era desconhecida da vítima e tem transtornos mentais, conforme o Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia Participativa da Polícia Civil.
O homem contou que chegou em casa e encontrou as TVs ligadas, som ligado em alto volume, as roupas da esposa jogadas em cima da cama do casal, os telefones sem fio retirados da tomada e deixados na sala, perto da porta de saída, e a luz de emergência da cozinha acesa em um vaso da área externa da residência.
Depois, a vítima encontrou a mulher deitada no sofá da sala, dormindo, com uma coberta que estava no quarto revirado. Ela, ao acordar, o chamou de tio e disse algo sobre a avó.
Conforme o registro policial, o homem ainda notou que a mulher comeu os alimentos que estavam reservados para o jantar da família. A vítima esclareceu que não possui parentesco com a autora, nem a conhecia.
Ouvida na delegacia, foi notado pelo delegado Marcelo Silva Costantini que a averiguada é portadora de transtorno mental, aparentemente demência e diz “coisas desconexas”.
Entre as falas da mulher, foi aproveitado o seguinte: “a casa fui eu quem construiu e ela é minha, e nela mora a minha avó. Estava sem chave, então entrei pela cozinha, forçando a porta, já que a casa é minha, vesti uma roupa”. Ela disse que não levaria nada e a intenção era entrar e vestir uma roupa.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, a mulher disse que era de Presidente Venceslau e, então, os policiais civis da cidade foram contatados. Os agentes informaram que ela é conhecida moradora de rua do município, portadora de distúrbios mentais, mas que não tem histórico de crimes nem de uso de drogas.
Por meio dos contatos foi possível chegar à qualificação da mulher e foi verificado que ela possui registros anteriores de fuga de hospitais psiquiátricos.
Foram realizadas diversas tentativas de contato com os familiares da averiguada, até que foi localizado um irmão, o qual disse que não teria condições de buscá-la naquele momento, apenas na manhã seguinte.
Considerada a situação especial da averiguada, e a distância não muito grande até a residência do irmão, Costantini determinou que a mulher fosse conduzida pelos investigadores até a casa do parente.
“Pelo que restou apurado, considerando as versões das partes e o fato de a autora ter sido encontrada dormindo dentro da residência, as circunstâncias indicam, ao menos neste momento inicial de cognição sumariíssima, a prática do crime de violação de domicílio, motivo pelo qual foi o presente registrado, e o local periciado, para posterior apuração em inquérito policial”, apresentou o delegado no registro.
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