Jovem de 19 anos relata que perdeu 8 kg desde o ocorrido, mas tem esperança que conseguirá se recuperar.
"Acho que agora terei um pouco de paz. Quando soube que eles foram presos me senti mais segura", afirma a jovem de 19 anos sobre o decreto da Justiça de prisão preventiva dos dois policiais militares suspeitos de estuprá-la em uma viatura em Praia Grande, no litoral de São Paulo.
O laudo pericial feito pela vítima apontou indícios de violência sexual, segundo a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo. E, de acordo com a Polícia Civil, os dois policiais militares apontados como culpados por ela foram presos preventivamente no Presídio Romão Gomes.
"Minha família ainda tem um pouco de medo que colegas deles tentem algo contra mim, mas o delegado afirmou que vai ativar uma medida protetiva", relata. De acordo com a jovem, o único desejo dela no momento é que os policiais continuem presos. "Quero que eles paguem pelo que fizeram comigo", acrescenta.
Recuperação
De acordo com a jovem, o processo de recuperação está sendo a parte mais difícil. "Tinham muitas pessoas me julgando, falando coisas horríveis. Me apontaram como mentirosa e falaram que eu queria fama. Até compararam com outros casos", desabafa.
Com o resultado do laudo, ela afirma estar mais aliviada. "Tomei muitos remédios fortes para evitar que eu tivesse adquirido alguma DST. A recuperação vem sendo lenta, perdi 8 kg desde o ocorrido. As vezes lembro do que aconteceu e não sinto vontade de comer ou de sair de casa", afirma.
Além disso, a jovem relata que passará por acompanhamento psicológico. "Esses dias fui ao mercado e na volta vi uma viatura parando. Mesmo que eu saiba que nem todos os policiais sejam como eles, sinto medo. Espero me recuperar", finaliza.
Relembre o caso
Em entrevista ao G1, a vítima relatou que voltava da festa de uma amiga, dia 12 de junho, quando pediu ajuda a dois policiais, perguntado onde encontrava um ponto do ônibus. "Eu estava vindo de outra cidade e tinha perdido o ponto de descida em São Vicente, onde moro. Então tive que descer em Praia Grande, por isso pedi ajuda", contou.
De acordo com a jovem, nesse momento, os policiais ofereceram carona até o Terminal Rodoviário Tude Bastos, na mesma cidade, afirmando que seria mais fácil para ela conseguir pegar um ônibus.
A menina relata que sentou no banco de trás da viatura e um dos policiais sentou ao seu lado. Com o carro em movimento, ela conta que ele começou a puxar seu cabelo para que ela o beijasse. Momentos depois, ele a estuprou.
A jovem relatou que ficou em estado de choque quando o policial parou de abusar sexualmente dela. “Me deixaram na rodoviária como se nada tivesse acontecido”. Com medo, ela afirma que saiu sem olhar para trás e acabou esquecendo o celular no banco da viatura. "Ele ainda teve coragem de perguntar se estava tudo bem. Eu só queria ir embora", acrescentou.
O caso segue sendo investigado pela Delegacia da Mulher de Praia Grande e pela Corregedoria da PM, que instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM). Além disso, a Polícia Civil afirma que todas as circunstâncias relativas aos fatos são apuradas.
Caso de estupro foi registrado na Delegacia Sede de Praia Grande, SP, e segue sendo investigado pela DDM da cidade. — Foto: Andressa Barboza/G1
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