Cantora, que se apresenta na Virada Cultural na madrugada do domingo, falou sobre carreira, machismo, sensualidade e redes sociais com QUEM
Roberta Miranda não para. Enquanto atende a minha ligação, acerta detalhes das fotos de divulgação de seu novo clipe e se prepara para um bate e volta de São Paulo para Sergipe neste fim de semana. Após o show sem cobrança de cachê em prol do GACC, na sexta-feira (17), em Aracaju, ela retorna para a capital paulista para se apresentar na madrugada do domingo (19), 1h da manhã, no palco Luz-Sertanejo da Virada Cultural.
Atualmente em turnê com De Mãos Dadas e divulgando a canção Saudade Infinita, ela selecionou sucessos dos mais de 30 anos de carreira para o evento cultural deste fim de semana. Roberta garante que será um show muito animado.
"A gente coloca sempre algo diferente no repertório. Tenho oito repertórios diferentes. É show muito para cima, não é parado e só com músicas de 30 anos atrás. Neste de São Paulo vai ter muitos sucessos, muito sertanejo, forró e músicas dançantes. Acho que a Virada Cultural é muito importante para a gente porque um país sem cultura e sem educação não é um país de memória", diz ela.
Para manter o pique aos 62 anos, Roberta tem há um mês e meio malhado com um personal trainer e combinado musculação, com esteira e step.
"Brinco que sou a Roberta Fitness. Depois de trabalhar o dia inteiro, chega a noite e faço musculação, esteira... Acho importante a mulher tirar uns 30 minutos de seu dia para ela. Tem dar um tempo, mandar o maridão e os filhos fazerem alguma coisa, e deixarem você fazer algo para o seu bem, para a sua saúde e físico", conta ela, que sentiu benefícios do seu condicionamento após a mudança de hábitos.
"Sempre malhei. A esteira nunca foi e nunca vai ser um cabide para mim. Mas faz um mês e meio que estou com um personal trainer e fazendo novas atividades além da malhação para chegar aonde eu quero. Meu objetivo não é ficar musculuosa. Tenho até tendência, mas não gosto. Quero disposição. Não sou uma pessoa de dez anos de estrada. Já tenho mais de 30 de carreira. O palco é puxado. Neste um mês e meio treinando deste jeito, sinto cada vez mais disposição."
Sempre segura em relação ao seu corpo e a sua beleza, Roberta costuma dividir fotos mostrando o seu corpo descoberto para os seus mais de dois milhões de seguidores. Ela explica que além de lidar naturalmente com a nudez, ela tem o intuito de incentir mulheres que não estão no padrão de beleza a gostarem de seus físicos.
"Me sinto mais porra-louca, mas não mais sexy. Eu não tenho o biótipo ou físico da mulher gostosa, do mulherão. Não tenho bumbum, não sou à la Anitta. Mas brinco até com a Bruna Marquezine, que eu tenho os seios mais bonitos para uma mulher de 60 anos. Tenho orgulho das minhas pernas, que parecem de uma menina de 15 anos, não tenho uma celulite... Então eu tenho orgulho e de vez em quando faço as minhas loucuras (referindo-se a posts ousados na web), mas com isso, também quero falar para as minhas colegas mulheres que elas têm que se amar e não ligar para as críticas", garante ela, que se sente tão bem com seu próprio corpo que costumava andar nua pela casa.
"Era rotina até começar com encrencas. Esquecia as cortinas abertas e as pessoas se incomodavam e reclamavam. Recebi até notificação. Agora ando de calcinha e sutiã."
INFLUENCER DOS JOVENS
Seguida por uma maioria de jovens entre 18 e 24 anos, segundo uma informação passada para ela pelo próprio Instagram, Roberta está cada vez mais empolgada com este universo online e tem recebido muitos convites de outras marcas para anunciar produtos em seu perfil, o que ela avalia com muito cuidado.
Seguida por uma maioria de jovens entre 18 e 24 anos, segundo uma informação passada para ela pelo próprio Instagram, Roberta está cada vez mais empolgada com este universo online e tem recebido muitos convites de outras marcas para anunciar produtos em seu perfil, o que ela avalia com muito cuidado.
"Meu Instagram atinge um público de diferentes estilos e faixas etárias. Mas o próprio Instagram me mostrou que 80% é garotada. Isso é muito bom! É um sinal de renovação. Ainda tenho caminhado lentamente no número de seguidores, mas estou mais engajada. Antes não sabia nada disso. Agora faço até live enquanto estou tirando a maquiagem (risos). Tenho bastante procura de agências para fazer Stories pagos. Tenho feito uma renda extra com isso, mas comigo tem um problema, penso muito aonde colocar minha imagem."
LUTA CONTRA O MACHISMO
Pela rede social, Roberta tem conseguido mostrar o seu lado bem-humorado. Conhecida como a Rainha do Sertanejo, a cantora abriu caminho para estrelas da atualidade como Marília Mendonça, Maiara e Maraisa, Naiara Azevedo e Simone eSimaria, explica que muitas vezes foi obrigada a impor uma imagem mais durona para poder enfrentar o machismo do mercado musical.
Pela rede social, Roberta tem conseguido mostrar o seu lado bem-humorado. Conhecida como a Rainha do Sertanejo, a cantora abriu caminho para estrelas da atualidade como Marília Mendonça, Maiara e Maraisa, Naiara Azevedo e Simone eSimaria, explica que muitas vezes foi obrigada a impor uma imagem mais durona para poder enfrentar o machismo do mercado musical.
"Se hoje as cantoras ainda reclamam de machismo, imagine mais de 30 anos atrás, quando abri caminho para elas. Eu já cheguei a subir literamente em cima da mesa para bancar um cara que não estava me respeitando. Ouvi muitos músicos falando merda no meu ouvido, falando: 'por que essa mulher aí faz tanto sucesso?'. Tive que me impor mesmo, quase que fisicamente, para ser respeitada. Esse tom que eu falo incisivo, tive que aprender para lidar com os homens. Mas, no geral, sou uma pessoa muito carinhosa, bem-humorada, respeitosa, espiritualizada e ligada às causas sociais."
ROMÂNTICA, MAS NEM TANTO
Apesar de cantar sobre romantismo, Roberta afirma que nunca sonhou em se casar de véu e grinalda em uma igreja. Ela terminou recentemente um relacionamento de oito anos.
Apesar de cantar sobre romantismo, Roberta afirma que nunca sonhou em se casar de véu e grinalda em uma igreja. Ela terminou recentemente um relacionamento de oito anos.
"Nunca me casei e nunca quis casar. Fico vendo as pessoas que fazem uma festa linda e depois de um tempo o castelo se demorona. A cerimônia não é o mais importante. Eu tive um relacionamento longo, que terminou recentemente. Não tenho vergonha de falar que eu amei por dois. Uma hora falei: 'Opa, tenho que me valorizar e cuidar mais de mim'. Não virei as costas para essa pessoa, continuo respeitando e ajudando. Tem que ter respeito pela história que tivemos. A falta de respeito pela história do casal também é responsável pelo número de feminicídios que vemos."
Preparando uma biografia e um filme sobre sua trajetória, Roberta contará nas páginas casos de violência que sofreu e falará sobre sexo.
"Vou colocar tudo no meu livro e filme. Não falo mais em entrevistas sobre minha sexualidade porque prometi no leito de morte da minha mãe que não falaria mais disso. Mas no livro vai ter porque caso contrário não seria a minha história. Também vou falar das violências que sofri. Quando tinha 18 anos, fui na padaria e tinha um alemão tomando café com leite. Sem querer, bati no copo dele e o café escorreu na calça dele. Ele ele veio botar o dedo na minha cara, daí a gente brigou por quase um quarteirão, eu dando porrada nele e ele em mim."
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