Conforme o sindicato, 26 escolas estaduais tiveram suas atividades paralisadas na região. Trânsito também deve ser afetado temporariamente durante passeata.
Presidente Prudente aderiu, na manhã desta quarta-feira (15), à paralisação nacional contra o bloqueio de recursos para a educação anunciado pelo Ministério da Educação (MEC). As entidades ligadas a movimentos sociais, estudantis e políticos, bem como sindicatos, também se manifestam contra a reforma da Previdência.
“A reforma retira aposentadoria especial dos professores. Estamos lutando contra isso. Decidimos juntar o ato unificado. Contra, também, o corte de verbas nas universidades públicas”, disse ao G1 o coordenador regional do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) – uma das entidades participantes do ato – William Hugo Corrêa dos Santos.
Ele ainda declarou que a “união da classe fortalece o ensino público”. “Temos que nos unir. Essa reforma é uma afronta à educação. Prejudicam a aposentadoria, de uma classe que já ganha pouco”, disse.
Conforme o sindicato, 26 escolas estaduais tiveram suas atividades paralisadas na região de Presidente Prudente devido à greve dos professores e funcionários.
Ato contra os bloqueios na educação e a reforma da Previdência e realizado em Presidente Prudente — Foto: João Alberto Pedrini/G1
O diretor da Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp), Ricardo Pires de Paula acrescentou ao G1 que “o desmonte da Previdência afeta a todos, principalmente os professores. E o corte anunciado pelo governo na educação afeta pesquisas, a graduação, mestrados, doutorados".
"Queremos mostrar pra sociedade que a educação virou alvo. Precisamos pressionar [o governo] para que essas mudanças anunciadas sejam revertidas", afirmou.
Ato contra os bloqueios na educação e a reforma da Previdência e realizado em Presidente Prudente — Foto: João Alberto Pedrini/G1
Trânsito
O grupo se concentrou em frente a Universidade Estadual Paulista (Unesp), no Jardim Marupiara, e saiu em passeata pela cidade. O trânsito de veículos ficará fechado durante o percurso e liberado conforme o grupo passar. As vias contrárias ficarão livres.
O trajeto começou por volta das 9h40 pela Rua Doutor João Gonçalves Foz até a rotatória do Museu. Depois, a marcha segue pela Avenida Manoel Goulart até a Avenida Brasil e dará continuidade na Avenida Brasil até o Calçadão da Rua Tenente Nicolau Maffei, no Centro.
O ato continuará no Calçadão, por onde o percurso continuará até a Praça Nove de Julho. O grupo realizará panfletagens e coletas de assinaturas contra a reforma da Previdência.
Ato contra os bloqueios na educação e a reforma da Previdência e realizado em Presidente Prudente — Foto: João Alberto Pedrini/G1
Greve
Entidades ligadas a movimentos estudantis, sociais e a partidos políticos e sindicatos convocaram a população para uma greve de um dia contra as medidas na educação anunciadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.
Em março, foi publicado um decreto de programação orçamentária que estabelecia o contigenciamento de R$ 5,8 bilhões previstos para a educação. Em abril, o Ministério da Educação divulgou que todas as universidades e institutos federais teriam bloqueio de 30% na verba.
Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado.
Professores da rede estadual aderem à greve nacional da educação
Ato contra os bloqueios na educação e a reforma da Previdência e realizado em Presidente Prudente — Foto: João Alberto Pedrini/G1
Bloqueio
Em abril, o Ministério da Educação divulgou que todas as universidades e institutos federais teriam bloqueio de recursos. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado.
De acordo com o Ministério da Educação, o bloqueio é de 24,84% das chamadas despesas discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz, compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas.
O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhão, ou 3,43% do orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias.
Em 2019, as verbas discricionárias representam 13,83% do orçamento total das universidades. Os 86,17% restantes são as chamadas verbas obrigatórias, que não serão afetadas. Elas correspondem, por exemplo, aos pagamentos de salários de professores, funcionários e das aposentadorias e pensões.
Segundo o governo federal, a queda na arrecadação obrigou a contenção de recursos. O bloqueio poderá ser reavaliado posteriormente caso a arrecadação volte a subir. O contingenciamento, apenas com despesas não obrigatórias, é um mecanismo para retardar ou deixar de executar parte da peça orçamentária devido à insuficiência de receitas e já ocorreu em outros governos.
Ato contra os bloqueios na educação e a reforma da Previdência e realizado em Presidente Prudente — Foto: João Alberto Pedrini/G1
Ato contra os bloqueios na educação e a reforma da Previdência e realizado em Presidente Prudente — Foto: João Alberto Pedrini/G1
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