Uma advogada foi flagrada por agentes da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio (Seap), no último dia 6, com dez televisões de 16 polegadas, dois micro-ondas, mil pastas de dente e mil sabonetes em seu carro, dentro do Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. A mulher foi abordada quando se preparava para entrar no presídio Jonas Lopes de Carvalho, conhecido como Bangu 4, que abriga presos de uma das facções criminosas do Rio. Ela estava começando a tirar o material do veículo.Toda a direção da unidade foi afastada e uma sindicância na corregedoria da pasta foi aberta para apurar o caso.
Segundo fontes ouvidas pelo EXTRA, há suspeitas de que haveria facilitação de funcionários da direção para que o material apreendido pudesse entrar na unidade e ser entregue a presos. Em nota, a Seap informou que por se tratar de uma infração administrativa, a advogada prestou depoimento e o caso foi informado à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Ressaltamos que os equipamentos estavam sendo monitorados e foram interceptados pelo setor operacional da Seap, que adotou todas as medidas pertinentes junto com a Superintendência de Segurança e a Coordenação de Gericinó”, afirma ainda o comunicado da secretaria.
Os advogados, diferentemente dos visitantes, podem entrar com seus carros em Gericinó, complexo que reúne 25 presídios, incluindo as unidades de saúde. Na entrada, os veículos são abertos e vistoriados. Como já tinha informações do material ilícito levado pela advogada, agentes da portaria deixaram que ela entrasse. A profissional foi acompanhada, no trajeto, por um drone.
Já após a mudança na direção de Bangu 4, na última semana, o presídio ficou, novamente, em meio à uma nova polêmica. Começou a circular nas redes sociais uma”selfie” tirada por bandidos dentro da unidade, antes do afastamento da direção. Na imagem, ao menos 15 criminosos aparecem fazendo o símbolo da quadrilha, o número três, com as mãos. Um dos presos que posou para a foto é Márcio da Silva Lima, o Tola, chefe do tráfico em Senador Camará.
Tola foi encaminhado para o presídio de segurança máxima Laércio da Costa Pellegrino, conhecido como Bangu 1, também no Complexo de Gericinó, junto com o preso que tirou a fotografia. Os outros detentos que aparecem na imagem continuam em Bangu 4, mas estão no isolamento. Segundo a Seap, todos sofreram sanções disciplinares.
O traficante Tola voltou ao Rio em 12 de fevereiro deste ano, após dez anos em presídios federais fora do seu estado de origem. O criminoso é considerado uma das lideranças da facção da qual faz parte e está preso desde 2009.
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