A manifestação foi convocada pelo presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó; Maduro também pediu que seus partidários protestem nas ruas.
Opositores ao regime de Nicolás Maduro foram às ruas neste sábado (9) para protestar na Venezuela, em meio ao agravamento da crise no país. Houve confrontos com a polícia, mas não há informações sobre feridos.
Quando os manifestantes começaram a se reunir para começar a manifestação, a polícia impediu a concentração, alegando que as pessoas poderiam protestar apenas em outra zona da cidade de Caracas. A agência EFE informou que a polícia chegou a utilizar bombas de gás lacrimogêneo contra os participantes do protesto.
Além disso, três pessoas que carregavam estruturas para erguer uma plataforma no local foram detidas pela polícia, ainda de acordo com a EFE.
Em confrontos com policiais, os opositores de Maduro gritavam "fora", e "assassinos". Houve empurrões entre agentes e manifestantes.
Um manifestante disse a repórteres que Maduro é responsável pela grave crise econômica pela qual a Venezuela está passando, dizendo estar "cansada" de lidar com a emergência. "Fora, Maduro, não o queremos. Isso tem que acabar, já basta", afirmou, sem se identificar.
A manifestação foi convocada pelo presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó. Maduro também pediu que seus partidários que manifestassem nas ruas.
Em seu perfil no Twitter, Guaidó voltou a incentivar a manifestação neste sábado. "Acham que nos vão meter medo hoje, mas vão levar uma surpresa do povo e da rua", escreveu.
O presidente autoproclamado, reconhecido por cerca de 50 países, afirmou ainda que não é mais possível "conter um povo que está decidido a concretizar a interrupção da usurpação", em referência à permanência de Maduro na presidência.
Já Maduro usou sua conta no Twitter neste sábado para falar sobre o dia das mulheres, celebrado no dia anterior. Ele publicou fotos de mulheres nas ruas. "Meu maior reconhecimento às mulheres patriotas que tomaram as ruas de Caracas neste 08 de março para celebrar seu dia e expressar sua profunda rejeição às agressões imperiais contra a Pátria de Bolívar e Chávez. São vocês a alma da Venezuela. Um abraço!", escreveu.
Apagão
O serviço de eletricidade começou a ser restabelecido aos poucos em Caracas e outras regiões da Venezuela, informou a agência France Presse, após um apagão de quase 24 horas que afeta todo o território, o pior já registrado no país.
No entanto, vários estados do país seguem sem luz há cerca 40 horas, segundo a agência EFE.
O governo de Maduro alegou que o apagão que ocorreu no país foi um "ataque" e culpou os Estados Unidos e seus aliados latino-americanos pelo caos no país.
O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, qualificou o apagão de "agressão deliberada" por parte dos Estados Unidos e anunciou uma "mobilização" da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), sem dar detalhes. "Uma agressão que sem dúvida foi preparada, deliberada e bem planejada, como sabe bem fazer o império americano", disse Padrino à TV.
A instabilidade no sistema de energia da Venezuela preocupa o estado brasileiro de Roraima, que faz fronteira com o país. O estado é o único que não faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN) e sofre com constantes quedas de energia.
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