Cloves Henrique Gomes de Farias, de 21 anos, teve prisão convertida para preventiva. Bombeiro foi socorrido, mas morreu após acidente, em Praia Grande (SP).
O passageiro do carro que atropelou e matou o cabo do Corpo de Bombeiros Sandro Roberto de Farias Soares, de 43 anos, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, confessou à Polícia Civil que tentou evitar o acidente. Em depoimento, ele alegou que Cloves Henrique Gomes de Farias, de 21 anos, negou entregar o carro para ele após ter ingerido bebida alcoólica. O suspeito teve a prisão em flagrante convertida para preventiva.
O acidente aconteceu após uma discussão de trânsito, na Avenida Presidente Castelo Branco, no bairro Aviação. Segundo testemunhas, Henrique teria avançado com o carro contra Farias, que estava de moto. Ele foi arrastado por cerca de 20 metros, foi socorrido, e morreu no hospital.
O G1 teve acesso, nesta quinta-feira (7), ao boletim de ocorrência registrado na Delegacia Sede da cidade. Nele, há o depoimento do passageiro do carro, de 20 anos, que foi localizado após o Henrique se apresentar na delegacia para justificar a fuga do local do atropelamento.
Para a polícia, ele alegou que Henrique ingeriu uísque, antes de assumir a direção do carro, e recusou-se a entregar o veículo a ele, que na condição de passageiro, viu o acidente. O documento não explica de onde eles vinham, nem qual a quantidade de bebida ingerida pelo indiciado.
Amigos e familiares prestaram homenagens ao bombeiro morto após atropelamento, em Praia Grande, SP — Foto: Adriana Cutino/G1
Ainda segundo o boletim, Henrique compareceu à delegacia sem o carro usado para atropelar Farias. O veículo foi localizado por equipes da Polícia Militar na casa da sogra dele. Ela foi orientada a levá-lo até o pátio da unidade policial, onde foi submetido a perícia.
Após o registro da ocorrência, Henrique permaneceu recolhido na carceragem da unidade, até passar por audiência de custódia, que converteu a detenção em prisão preventiva. Ele foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil e embriaguez ao volante.
Cloves Henrique Gomes de Farias, de 21 anos, foi preso horas após atropelamento, em Praia Grande, SP — Foto: G1 Santos
Enterro
Cabo Farias, como era conhecido, foi sepultado na tarde de quarta-feira (6) em Praia Grande. Colegas de profissão participaram da cerimônia, que foi cheia de emoção e homenagens. Durante o enterro, o helicóptero Águia da Polícia Militar sobrevoou o cemitério, prestando homenagem a ele.
"Ele foi um bom profissional por onde passou. Ele foi excelente quando passou pela Guarda Municipal, pelo policiamento de rua e foi sempre muito bom no que fez. É difícil de contar o número de pessoas salvas por ele", disse o Coronel do Corpo de Bombeiros Salvador Diniz Filho.
"Ele seguia fielmente todos os procedimentos que a gente exige na aviação numa operação de alto risco, como fazemos nas praias da região. O Farias sabia seguir isso com muita precisão", destacou o Major da Polícia Militar Adriani José de Souza.
Câmera registra bombeiro sendo arrastado após discussão em Praia Grande, SP
O acidente
Farias foi guarda municipal em Praia Grande e era policial militar há 10 anos. Atualmente, estava no Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar) da cidade. Ele aproveitava a folga, sem farda e, segundo testemunhas, teria discutido com o condutor do carro, que estava embriagado, antes do acidente.
Em seguida, ele trafegava com a moto quando foi atropelado e arrastado por aproximadamente 20 metros. O carro só parou após bater em uma árvore e o suspeito fugiu em seguida. Farias chegou a ser socorrido ao Hospital Irmã Dulce, mas morreu na mesa de cirurgia.
Imagens de monitoramento registradas pela Prefeitura de Praia Grande mostram o momento em que o veículo bate antes de parar. Ao lado, surge o bombeiro e a motocicleta, destruída. O trecho é o fim dos cerca de 20 metros por onde a vítima foi arrastada.
Helicóptero Águia, da Polícia Militar, sobrevoou cemitério durante enterro de bombeiro, em Praia Grande, SP — Foto: Adriana Cutino/G1
Carro que atropelou bombeiro foi apreendido pela polícia em Praia Grande (SP) — Foto: Solange Freitas/G1
Poste em que corpo de bombeiro bateu após ser arrastado ficou sujo de sangue, em Praia Grande, SP — Foto: Solange Freitas/G1
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