Jornalista, chavista dissidente morre espancado na Venezuela

Alí Domínguez havia sido dado como desaparecido na última quinta-feira e foi encontrado gravemente ferido em uma autoestrada de Caracas na terça

CARACAS – Um ativista do chavismo dissidente do governo do presidente Nicolás Maduro morreu na madrugada desta quarta-feira na Venezuela depois de ser alvo de violentos golpes em circunstâncias ainda misteriosas, informaram organizações dos direitos humanos no país e integrantes da oposição.

Jornalista prestes a completar 27 anos, Alí Domínguez havia sido dado como desaparecido na última quinta-feira, destacou o Programa Venezuelano de Educação-Ação em Direitos Humanos (Provea).

Domínguez morreu em um hospital público de Caracas, onde seus familiares o localizaram na terça-feira, após ser admitido com traumatismo craniano, fraturas e desprendimento dos dentes, acrescentou a ONG. Ele foi encontrado inconsciente por uma patrulha policial na principal autoestrada da capital venezuelana. As autoridades ainda não se pronunciaram sobre o caso.

Ressaltando que ainda “se desconhecem as causas do crime”, o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa da Venezuela (SNTP) se solidarizou com os familiares de Domínguez. “Exigimos justiça”, reclamou na rede social Twitter.

Domínguez foi porta-voz estudantil da Universidade Bolivariana da Venezuela, fundada pelo falecido líder socialista Hugo Chávez, mas, como ativista, contestava o governo de seu sucessor, Maduro.

O Vontade Popular, partido político do dirigente em prisão domiciliar Leopoldo López, também pediu uma “investigação exaustiva” da morte e lembrou que o jovem “havia feito denúncias sobre casos de corrupção” vinculados com o governo de Maduro.

O desaparecimento de Domínguez ocorreu depois que ele assistiu a uma reunião de voluntários da ajuda internacional gestionada pelo chefe da Assembleia Nacional, de maioria opositora, Juan Guaidó, autoproclamado e reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países.