Artur Vinícius Sales, de 43 anos, estava acompanhado de outros ciclistas quando foi atingido. Ele chegou morto ao hospital
RIO — O empresário Artur Vinícius Sales, de 43 anos, morreu, na manhã desta terça-feira, após ser atropelado por um ônibus da Turismo Três Amigos próximo ao Parque Olímpico, na Avenida Embaixador Abelardo Bueno, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Ele participava de um treinamento de bicicleta e estava acompanhado por outros ciclistas quando foi atingido.
Artur foi socorrido por equipes do Corpo de Bombeiros e levado para o Hospital municipal Lourenço Jorge, também na Barra. Mas, de acordo com a Secretaria municipal de Saúde, ele chegou morto à unidade. O empresário deixa uma filha de 3 anos e a mulher, a advogada e blogueira Erika Palmer, que está grávida de 3 meses.
Erika e os pais de Artur passaram mal no hospital e foram para casa, na Barra da Tijuca, sob cuidados médicos. Amigos que ficaram no local para liberar o corpo disseram que ele será cremado, provavelmente nesta quarta-feira, no Memorial do Carmo, no Caju, Zona Portuária do Rio.
No momento do acidente, Artur treinava com outros 50 ciclistas da assessoria esportiva BV, da qual fazia parte há 4 anos. O professor de educação física Roberto Vitorio, dono da assessoria, acompanhava o pelotão e presenciou o acidente. Segundo ele, os ciclistas pedalavam na pista quando o ônibus, que queria parar num ponto, fechou o grupo e atropelou o empresário:
“Se o motorista tivesse esperado 10 segundos para nós passarmos, esse acidente não teria acontecido”
- Ele ia parar no ponto e, ao invés de reduzir a velocidade, veio na pista tirando fino do nosso grupo, sem respeitar a lei (o artigo 201 do Código de Trânsito Brasileiro) que exige que, para ultrapassar um ciclista, o condutor esteja a 1,5 metro de distância. Se o motorista do ônibus tivesse esperado 10 segundos para nós passarmos, esse acidente não teria acontecido.
Roberto relatou que, quando os bombeiros chegaram ao local, mais de 30 minutos após o acidente, Artur ainda respirava:
- Ele estava respirando, mas não conseguia se mexer. Pedimos a ele para ficar calmo. Quando os bombeiros chegaram, tentaram reanimá-lo, mas, infelizmente, na ambulância, ele acabou morrendo.
De acordo com Roberto, Artur tinha acabado de voltar de uma viagem à Europa com a família e estava retomando o ritmo dos treinos de alto rendimento, quando o ciclista pedala, em média, a 40km/h. Ele costumava praticar de duas a três vezes por semana, das 5h30m às 7h30.
- Ele era um cara mil, do bem, tranquilo, que via o esporte como uma válvula de escape. Sempre foi um incentivador do ciclismo, alegre, para cima, um agregador, que dava a alma para o grupo. Estamos todos muito tristes e sentidos com a ignorância das pessoas e com a impunidade. Tantas vítimas já foram feitas. Até quando elas vão ser só estatísticas?
“Ele (Artur) falava que havia muitos buracos e reclamava da falta de segurança, que os carros passavam muito perto”
Os conhecidos de Artur, que o chamavam de Vinicius, o definiram como uma pessoa querida por todos, inclusive pelos 80 funcionários da Sales - Azeites & Óleos, sua principal empresa. Ele possuía ainda outras duas, de importação de mercadorias. O sentimento geral era de incredulidade.
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