A Polícia classificou Pamela como uma pessoa fria, dissimulada e com traços de psicopatia. O advogado dela disse que a cliente agiu em legítima defesa.
A Polícia Civil divulgou informações nesta terça-feira (26) durante coletiva de imprensa sobre a suspeita de assassinar brutalmente uma aposentada de 79 anos batendo a cabeça da vítima no meio-fio em Campo Grande (MS). De acordo com o delegado Carlos Delano, "Vó, vozinha, vozinha querida" eram algumas das maneiras que a motorista particular Pamela Ortiz de Carvalho, de 36 anos, usava para chamar a idosa.
"No dia que descobrimos o corpo, tiramos fotos e mostramos para a Pamela, e mesmo diante de tantas provas contra ela, ela chegou a dizer: 'Nossa, o que fizeram com a minha vozinha?'", disse o delegado Carlos Delano.
A Polícia classificou Pamela como uma pessoa fria, dissimulada e com traços de psicopatia.
"Desde o dia que ela chegou aqui, ela manteve o mesmo tom de voz. Sempre se mostrando preocupada com vítima, querendo passar a impressão de uma pessoa boa e do bem. Mas nós sabemos que tudo isso é um grande teatro", afirmou a delegada responsável pelo caso, Christiane Grossi.
Ainda de acordo com a polícia, Pamela só confessou o crime após sete horas de interrogatório, porém, sustentou a seguinte versão: disse que estava levando a idosa para passear e que, em um determinado momento, houve uma discussão entre elas.
Segundo a suspeita, a vítima teria pulado para fora do carro com o veículo ainda em movimento e batido a cabeça no meio-fio. Na sequência, ela diz que "ficou desesperada e bateu ainda mais a cabeça da idosa no concreto", em seguida, levou a mulher para debaixo de uma árvore e cobriu o corpo com galhos. A versão é contestada pela perícia, que localizou uma grande quantidade de sangue no local, e o rosto da idosa completamente desfigurado, demonstrando que houve agressão intensa.
A motorista postou há 6 meses em suas redes sociais um vídeo pedindo respeito a idosos. Ela foi indiciada por homicídio e ocultação de cadáver. Ela possui antecedentes criminais por estelionato e furto.
O advogado de Pamela, Edmar Soares, disse que a família da cliente informou que ela tem problemas psiquiátricos, e que a motorista fez questão de dizer que agiu em legítima defesa.
Entenda o caso
A idosa estava desaparecida deste o último sábado (23), quando saiu de casa no bairro Santo Antônio, em Campo Grande.
Quando houve o desaparecimento, vizinhos informaram à polícia que a idosa não costumava dormir fora de casa e mantinha o imóvel todo arrumado. A motorista atuava como motorista particular da idosa desde julho do ano passado.
"Ela vivia sozinha e eles estranharam o fato dela não aparecer no sábado e domingo. Então chegaram a pensar que ela poderia estar morta dentro do imóvel", disse a delegada Christiane Grossi.
No domingo (24), a polícia encontrou o corpo da idosa na região do Indubrasil, em Campo Grande . O rosto dela estava completamente desfigurado e havia muito sangue no local do crime, principalmente próximo a um meio-fio.
Pamela foi chamada para prestar depoimento na segunda-feira (26). Durante o interrogatório, apresentou contradições e foi presa. Segundo a polícia, a morte da idosa teria sido motivada pelo fato da vítima ter descoberto que a motorista usou o cartão dela para fazer uma compra no valor de cerca de R$ 1 mil em shopping da capital.
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