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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Moradores de Barão de Cocais e de Itatiaiuçu são retirados de casa por risco de rompimento de barragens

Em Cocais, Região Central de Minas, sirene tocou à 1h e mais de 200 pessoas saíram de suas casas; em Itatiaiuçu, Grande BH, 65 pessoas tiveram que ir para hotel após alerta.


Moradores de comunidades de duas cidades mineiras tiveram de deixar suas casas de madrugada desta sexta-feira (8) devido ao risco de barragens da Vale e da ArcelorMittal se romperem.
Em Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais, a Agência Nacional de Mineração determinou a retirada de 239 pessoas das comunidades de Socorro, Tabuleiro e Piteiras, todas por causa da Barragem Sul Superior da mina Gongo Soco, da Vale.
“Tinha-se uma estimativa de, aproximadamente 500 pessoas pelo PAEBM [Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração], contudo 239 foram as pessoas que ali estavam”, explicou o coordenador-adjunto da Defesa Civil de Minas, tenente-coronel Flávio Godinho.
Em Itatiaiuçu, Região Metropolitana de Belo Horizonte, 65 pessoas tiveram de ir para hotel após alerta da Defesa Civil sobre barragem da ArcelorMittal.

Barão de Cocais

Em Barão de Cocais, os moradores saíram de casa por volta de 1h, após sirenes serem acionadas. De acordo com a Vale, a consultoria Walm negou a Declaração de Condição de Estabilidade da estrutura.
A partir daí, a mineradora começou a executar o nível 1 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração. Já a Prefeitura de Barão de Cocais disse que a Agência Nacional de Mineração ampliou para o nível 2, mais próximo da possibilidade de rompimento. A produção de minério de ferro da mina de Gongo Soco está paralisada desde abril de 2016, diz a Vale.

Itatiaiuçu

Em Itatiaiuçu, cerca de 200 pessoas foram levadas para um hotel em Itaúna, na Região Centro-Oeste do estado, segundo a ArcelorMittal. A Polícia Militar informou que o pedido de apoio da retirada veio da Defesa Civil, que alertou para o risco de rompimento da barragem da Mina de Serra Azul.
O povoado de Pinheiros fica a 1,5 quilômetro da barragem. De acordo com relatório da Agência Nacional de Mineração (ANM), com data-base de janeiro de 2019, a Barragem I da Mina de Serra Azul é classificada como classe B, que tem categoria de risco baixo, mas com dano potencial associado alto.
Segundo a Vale, foi executado o nível 1 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração — Foto: GlobocopSegundo a Vale, foi executado o nível 1 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração — Foto: Globocop
Segundo a Vale, foi executado o nível 1 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração — Foto: Globocop
Barragem Superior Sul, de Barão de Cocais, está entre as dez que a Vale pretende eliminar. Ela foi construída pelo método de "alteamento a montante". Considerado ultrapassado e menos seguro do que outras alternativas existentes, ele é o mesmo usado na construção de barragens que se romperam em Mariana, em novembro de 2015, e em Brumadinho, em 25 de janeiro deste ano.
Imagem aérea da Minas Gongo Soco, em Barão de Cocais — Foto: Google/ReproduçãoImagem aérea da Minas Gongo Soco, em Barão de Cocais — Foto: Google/Reprodução
Imagem aérea da Minas Gongo Soco, em Barão de Cocais — Foto: Google/Reprodução
“Como medida de segurança, a Vale está intensificando as inspeções da barragem Sul Superior. Também será implantado equipamento com capacidade de detectar movimentações milimétricas na estrutura”, diz a nota da Vale. Uma nova avaliação da barragem será realizada neste domingo (10).
As barragens que serão desativadas ficam em complexos amplos de mineração da Vale, alguns deles em divisas de municípios, com operações em mais de uma cidade.

Moradores no ginásio

Em entrevista ao Bom Dia Minas, o secretário de Comunicação de Barão de Cocais, Mardem Chaves, disse que a retirada atinge os moradores de comunidades, que ficam cerca de 2km da barragem, que está desativada. Ele reafirmou que algumas pessoas ainda estão sendo levadas ao Ginásio Poliesportivo.
O secretário ainda reafirmou que os moradores foram retirados em ônibus da própria empresa. A operação conta com apoio da Polícia Militar e das defesas civis Municipal e Estadual. O plano de emergência foi protocolado na Defesa Civil Municipal e a região da retirada dos moradores está seguindo esse previsão.


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