A esteticista Dinalva viu Pedro Henrique, de 19 anos, ser estrangulado pelo segurança Davi Amâncio. Em entrevista ao Fantástico, disse que pensou que o segurança fosse ajudar o jovem. 'Eu vi meu filho ser assassinado aos poucos'
A esteticista Dinalva, de 35 anos, relembrou em entrevista ao Fantástico neste domingo (24) os últimos momentos de seu filho, Pedro Henrique, de 19 anos, que morreu sufocado por um golpe de um segurança de um supermercado no Rio. “Eu vi meu filho ser assassinado aos poucos. E eu vendo, eu, impotente”, disse.
Ela contou que foram ao supermercado comprar um micro-ondas e que Pedro Henrique conversava normalmente. De repente, o jovem correu em direção ao segurança.
"A impressão que deu é que ele queria pedir ajuda", disse. "Quando eu cheguei próximo, eu vi que ele tinha falado algo, mas não sei, não ouvi o que era. E aí eu virei pra ele e falei, 'o que foi, meu filho?' Ele ficou parado, estático, olhou pra mim, os lábios dele ficaram brancos. Nisso, meu filho ficou trêmulo e caiu."
Dinalva pensou que ele poderia estar tendo um surto e pediu ajuda. Disse que o filho usava drogas e que precisava de ajuda. Quando ele foi para perto do segurança, pensou que iria receber auxílio.
"Eu fiquei até mais tranquila, o segurança vai me ajudar. Se meu filho tiver tendo um surto, a ambulância vai chegar, e vai acudir meu filho."
Ela conta que foi agredida pelo segurança Davi Amâncio quando tentou salvar o filho. "Quando o segurança jogou ele no chão e caiu em cima dele, eu me preocupei porque o segurança era muito grande", lembra. "Eu fui tentar olhar e tirar, o segurança me deu um solavanco. Eu rolei no chão."
"Eu comecei a falar 'moço, por favor, não machuque ele, ele é meu filho'. Aí ele falava 'cala a boca'. Aí eu levantei, desesperada, e gritei: 'larga ele! Você vai matar ele!".
O segurança só sai depois que o jovem perdeu os sentidos. "Ele levantou, olhou de lado, olhou pra mim e disse: 'agora coloca as pernas dele pra cima'. Meu filho já tava...um corpo imóvel."
Dinalva afirma que se sentiu intimidada pelos outros seguranças.
"Fiquei intimidada. Assim como todos ficaram, porque eu tenho certeza que a vontade das pessoas que estavam ali também era salvar meu filho. Até porque ele não tava apresentando risco nenhum."
Dinalva conta que, nos últimos dias, Pedro andava muito agitado, falando coisas sem sentido. Preocupada, ela havia decidido marcar uma consulta para o filho numa clínica para tratamento de saúde mental e dependência química na região serrana do Rio de Janeiro.
Davi Ricardo Moreira Amâncio deu um 'mata-leão' no jovem Pedro Gonzaga dentro do supermercado — Foto: Reprodução/ Redes Sociais
Davi Amâncio teve o registro de segurança cassado e está respondendo em liberdade por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Ele disse que o jovem teria tentado pegar sua arma e tudo que fez foi imobilizá-lo.
Ele já tinha sido condenado por agressão a uma ex-companheira.
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