Médium passou mal, teve sangramento na urina e foi encaminhado para unidade de saúde em Goiânia, mas recebeu alta horas depois. Ele foi denunciado pelo MP-GO por crimes sexuais e nega ter os cometido.
O médium João de Deus, denunciado e preso por crimes sexuais durante tratamentos espirituais, está sozinho em uma cela a partir desta quinta-feira (3), em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Segundo a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), o detento está no mesmo pavilhão, mas sem dividir espaço com ninguém, depois que passou mal e precisou ser levado ao hospital.
À TV Anhanguera, a DGAP informou que o médium foi diagnosticado com infecção urinária leve e precisou ser levado ao hospital após sangramento da urina. Como os resultados não demandaram a necessidade de internação, ele foi liberado e voltou para a cadeia já na madrugada desta quinta-feira (3).
Conforme informou uma servidora do Núcleo de Custódia, onde João de Deus está preso, o líder religioso passou bem a noite e "dormiu tranquilamente".
Ida ao hospital
João de Deus volta a prisão depois de ser levado para fazer exames
Primeiramente, João de Deus foi encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Parque Flamboyant, em Aparecida de Goiânia. A TV Anhanguera registrou, com exclusividade, a chegada do médium (veja vídeo acima).
Em seguida, João de Deus precisou ser transferido para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). De acordo com a unidade, ele passou por avaliação de equipe multidisciplinar e foi submetido a exames laboratoriais e de imagem.
O advogado Ronivan Peixoto, que integra a defesa do médium, afirmou que o estado geral de saúde de João de Deus é "crítico" e que o médium está debilitado e desidratado. O quadro, aponta, reforça a tese da defesa de que o religioso não tem condições de ficar preso em regime fechado.
"Não só pelo problema de saúde dele, que é claro e já foi demonstrado, assim como a quantidade de medicação que ele toma diariamente é muito grande. Isso, sem dúvida, é um dos pilares que justificam, na visão da defesa, uma prisão domiciliar", explana.
Foto de João de Deus no registro do sistema penitenciário, em Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
MP e Justiça
João de Deus está preso desde o dia 16 de dezembro. O Ministério Público o denunciou no dia 28 de dezembro por quatro crimes que englobam fatos investigados pela Polícia Civil e Ministério Público: dois por violação sexual mediante fraude e dois por estupro de vulnerável.
O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) informou que a denúncia contra o médium só será analisada após o plantão judiciário, que termina no dia 7 de janeiro. Além disso, os autos foram remetidos à "juíza natural do processo", Rosângela Rodrigues dos Santos, responsável pela comarca de Abadiânia, no Entorno do DF, onde o caso tramita.
Situação atual
- Ministério Público Estadual de Goiás denunciou João de Deus por violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável no dia 28 de dezembro. Órgão também recorreu de decisão que determina prisão domiciliar de João de Deus por posse de arma;
- Médium está preso desde o dia 16 de dezembro;
- Ele é investigado por estupro, estupro de vulnerável, violação sexual mediante fraude e posse ilegal de arma;
- João de Deus prestou depoimento para a Polícia Civil, quando foi preso, e ao MP-GO, no dia 26 de dezembro;
- Esposa do médium foi ouvida pela Polícia Civil e disse que não sabia de crimes;
- Defesa teve dois habeas corpus pelos crimes sexuais negados e foi ao STF; Justiça concedeu prisão domiciliar por posse de armas;
- MP recebeu mais de 600 emails pelo endereço denuncias@mpgo.mp.br e identificou cerca de 260 vítimas em seis países;
- Mulheres que denunciaram João de Deus ao MP tinham entre 9 e 67 anos ao serem abusadas, conforme relatos;
- Polícia Civil colheu depoimentos de 16 mulheres. Ministério Público já ouviu mais de 100, até o dia 28 de dezembro;
- Em operações em endereços ligados a ele foram achadas armas, pedras preciosas e mais de R$ 1,6 milhão;
- Fazenda do médium foi alvo de vandalismo
- Justiça determinou o bloqueio de R$ 50 milhões das contas de João de Deus;
- Casa Dom Inácio de Loyola segue funcionando, mas registrou queda de 50% no movimento;
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