As famílias cobram justiça. A Polícia Militar informou que o caso foi registrado na corregedoria e segue sob investigação. Caso aconteceu no bairro Mucuri, em Cariacica.
Os três adolescentes que foram espancados por um policial militar, no bairro Mucuri, em Cariacica, na Grande Vitória, contaram o que aconteceu no dia da agressão. Um deles teve que retirar o baço. A Polícia Militar informou que o caso foi registrado na corregedoria e segue sob investigação.
Manifestantes acusam policial de ter espancado três adolescentes, em Cariacica, no ES
Os meninos foram abordados no início da rua onde mora o policial militar. Ele não estava trabalhando, estava chegando em casa com a família quando viu os três garotos correndo e achou que era um assalto. O caso aconteceu por volta das 22h, de domingo (9). Na manhã de segunda (17), a família dos adolescentes fechou a rodovia do contorno para pedir justiça.
Famílias protestam na Rodovia do Contorno, em Cariacica — Foto: Wagner Martins/ TV Gazeta
O garoto de 15 anos que perdeu o baço passou uma semana internado. Ele ainda está se recuperando da cirurgia. O menino conta que foi agredido durante uma abordagem.
“Ele chegou, abordou a gente em uma parede e revistou. Não perguntou o que a gente estava fazendo lá e nada. Pediu para o meu colega levantar a blusa e quando meu colega tirou a mão da cabeça, ele bateu a cabeça dele na parede e me chutou. Depois mandou a gente correr e deu um tiro para o alto”.
Os dois colegas de escola, de 16 e 14 anos, estavam junto do amigo. O garoto de 14 anos conta que também foi agredido pelo militar.
“Eu e meu amigo passamos por trás do carro do policial e ele se assustou achando que a gente ia assaltar ele. Aí empurrou a gente para a parede e pediu para eu tirar a jaqueta. Quando eu fui tirar, ele achou que eu estava com alguma coisa e bateu minha cabeça na parede, depois bateu no meu amigo”, contou.
Um dos amigos do menino teve a cabeça batida contra a perede pelo PM — Foto: Fabrício Christ/ TV Gazeta
O mais velho, que correu na frente, diz que não viu o que aconteceu. Mas ouviu um barulho, que segundo os meninos, foi o tiro que o PM disparou após a abordagem.
“Quando eu estava voltando eu escutei o tiro e me mandaram correr, senão o policial ia matar nós. Eles acham que só porque a gente mora em um bairro de periferia, todo mundo é bandido”.
A mãe do menino de 15 anos, a dona de casa Maria Tereza dos Santos diz que ficou desesperada quando o filho chegou em casa gritando de dor. Ela levou o filho para o pronto atendimento e foram encaminhados para o Hospital Infantil, porque o estado de saúde era grave.
“Era uma hemorragia que deu no baço. Ele ficou em observação cheio de aparelho na emergência. ELes ficaram observando se a imunidade dele ia baixar, se poderia dar anemia e foi tudo caindo e a médica disse que precisaria fazer a cirurgia e retirar o baço. Eu espero que tenha justiça e ele seja punido”.
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