Isabella Amaral Vieira, de 16 anos, recebe as últimas homenagens. Além dela, outras três adolescentes ficaram feridas no acidente em parque de diversões.
O corpo da estudante Isabella Amaral Vieira, de 16 anos, que morreu após ser arremessada de um brinquedo em um parque de diversões, é velado nesta quarta-feira (5) em Ceres, na região central de Goiás. Amigos, familiares e colegas de escola prestam homenagens à adolescente.
O velório começou às 22 h de terça-feira (4), em uma sala em frente ao cemitério da cidade. O sepultamento está previsto para as 15h.
As homenagens começaram na manhã de terça-feira, durante um desfile cívico em comemoração ao aniversário de Ceres. Em uma faixa, carregada por colegas de classe dela, foi escrita a mensagem: “Hoje o sol não brilhou, os pássaros não cantaram, os risos se calaram. O dia é cinza. Mesmo sabendo que a vida um dia acaba, nós nunca estamos preparados para perder alguém”.
O acidente aconteceu no último dia 26 de agosto, quando quatro adolescentes foram arremessadas do brinquedo Surf. Além de Isabella, também ficaram feridas Thalia Aparecida Pires, Thatiely Carvalho Evangelista e Mariane Oliveira Dias, todas de 16 anos. As duas primeiras já receberam alta e a última segue internada em um hospital de Ceres.
Doação de órgãos
Isabella teve morte cerebral constatada na segunda-feira, no Hospital de Urgências de Anápolis (Huana), a 55 km da capital, onde estava internada desde o dia do acidente. Assim, a família da estudante autorizou a doação dos órgãos.
Um dos rins de Isabella foi levado para um paciente em São Paulo, pois o outro teve de ser retirado durante o tratamento. Já o fígado será transplantado em outro paciente no Distrito Federal.
Investigação
O delegado Matheus Costa Melo começou a investigar o acidente. Como Thatiely foi a primeira a receber alta, um dia após o acidente, ela prestou depoimento à Polícia Civil em 29 de agosto. Ela afirmou que antes de sofrer o acidente gritou por socorro, mas o som estava alto e o operador não a ouviu.
“O brinquedo começou a girar e ela percebeu que a barra estava solta. Ela começou a gritar, a princípio, as meninas não sabiam o que estava acontecendo. Ela fala que começou a girar em alta velocidade. Ela tentava travar a barra de segurança, mas não conseguia”, disse o delegado.
Responsável pelo parque, Juarez Alves da Costa, também foi interrogado e pode ser ouvido novamente após a conclusão dos laudos. A polícia ainda colheu o depoimento do operador do brinquedo, Raimundo Genivaldo da Lima Costa.
O exame toxicológico do funcionário do parque ainda não ficou pronto, mas, durante depoimento, o profissional contou que não faz uso de entorpecentes e não havia ingerido bebida alcóolica no dia. O delegado Matheus Costa Melo disse que o operador relatou ter tentado salvar uma das vítimas.
O operador disse que viu uma das meninas que caiu na plataforma e, quando viu, não lembra de ter desligado o brinquedo. Ele acredita que tenha mantido na posição de giro, o que faz com que o brinquedo pegue velocidade mesmo. A máquina teria diminuído a velocidade se ele freasse ou colocasse no neutro”, explicou.
A polícia precisa ouvir as estudantes feridas e novas testemunhas. Ele também deve analisar laudos periciais e a documentação requerida por ele ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), à Prefeitura de Ceres e ao Corpo de Bombeiros.
Melo entrou de férias, e o caso passou para as mãos do delegado Ricardo Alvares. O G1 tentou contato com ele nesta manhã, mas as ligações não foram atendidas até a publicação desta reportagem.
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