Acidente aconteceu no pátio da Escola Municipal Maria Cristina Macedo Gomes, em Itanhaém. Pai da criança acusa unidade de negligência.
Um estudante sofreu um grave ferimento no pescoço após se enroscar em uma rede de vôlei, dentro de uma escola municipal, em Itanhaém, no litoral paulista. Segundo pai de Isaac Santos de Olinda, de 11 anos, o menino teria sido vítima de negligência por parte da direção da unidade. A Prefeitura de Itanhaém diz apurar o caso.
Segundo o pai da criança, o servidor público Natanael de Olinda, de 42 anos, o acidente aconteceu no pátio da Escola Municipal Maria Cristina Macedo Gomes, no bairro Umuarama. Pelo menos 60 crianças brincavam juntas no espaço no momento em que o acidente ocorreu e provocou pânico entre os estudantes.
A corda em que Isaac se prendeu fazia parte de uma estrutura de fixação de uma rede de vôlei, instalada fora da quadra poliesportiva da unidade. Transparente e de nylon, a estrutura não foi vista pelo menino, que enquanto brincava, acabou tendo o pescoço enrolado nela e, por pouco, não acabou sendo enforcado.
"Ele ficou preso na corda, voltou e caiu, batendo a cabeça com força no chão. Não havia nenhum inspetor por perto das crianças. Ele mesmo teve que se levantar e pedir socorro para as pessoas", explica Olinda. O funcionário, então, levou a criança à secretaria da escola, que em seguida, acionou a mãe de Isaac.
Pescoço de estudante ficou repleto de hematomas após acidente, em Itanhaém (SP) — Foto: Natanael de Olinda/Arquivo Pessoal
O pai do estudante reclama do fato de a escola não ter acionado equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para fazer o socorro, já que o filho estava com dor e sem ar. "Quando minha esposa chegou lá, ele estava mal, e a diretora disse que ele estava bem, que não foi nada demais", conta.
A responsável, então, o levou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, onde ele passou por avaliação clínica. Segundo Olinda, Isaac teve um forte trauma no pescoço e, por pouco, a situação não foi pior. "Por pouco a jugular não cortou. Pela mão de Deus ele está vivo. Foi um milagre", comemora.
Agora, Olinda diz que não deixará que um novo episódio do tipo aconteça. "A negligência não é de hoje. Minha filha de cinco anos já se machucou na escola e a direção não fez absolutamente nada, só percebemos em casa. Foi pura negligência. Hoje, eu poderia estar enterrando o meu filho", desabafa.
Menino foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itanhaém (SP) — Foto: Divulgação/Prefeitura de Itanhaém
Segundo apurado pelo G1, o pai registrou boletim de ocorrência de lesão corporal, e submeteu o filho ao exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Agora, Olinda pretende denunciar o fato junto ao Ministério Público e, também, abrir uma ação contra a Prefeitura de Itanhaém por conta da suposta negligência.
"O meu filho está em casa, abalado, sentindo com dor e sendo medicado, com um hematoma enorme no pescoço. Disseram que não foi nada demais o que aconteceu. E se fosse com o filho dela [diretora]? O que aconteceu com meu menino foi algo muito sério”, finaliza.
Ao G1, por meio de nota, a Prefeitura de Itanhaém disse ter instaurado sindicância para apurar a situação, e que uma equipe da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes se reuniu com a mãe da criança. A corda foi removida do local no mesmo dia do acidente, mas a administração não sabe dizer o motivo pelo qual a rede foi instalada fora da quadra.
Quanto ao não acionamento do Samu, a prefeitura disse que, segundo a escola, o fato de a mãe do menor trabalhar a 100 metros do local foi levado em consideração na hora de acioná-la, já que a criança não apresentou sangramento, perda de consciência ou confusão mental.
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