Açougueiro, de 21 anos, segue internado sob escolta policial em hospital de Barretos (SP). Corpo da ex-judoca Adriele Sena, de 22 anos, foi enterrado na quarta-feira (29) no Cemitério Municipal.
Suspeito de matar a namorada a facadas em Guaíra (SP) e tentar suicídio após o crime, o açougueiro Valdelício Santos, de 21 anos, é mantido sob escolta policial em um hospital em Barretos (SP). Segundo a assessoria da unidade, o quadro de saúde dele é estável.
O rapaz foi preso em flagrante, após esfaquear a jovem Adriele Sena, de 22 anos. O delegado Rodrigo Souza Ferreira, responsável pela investigação na Delegacia de Defesa de Mulher (DDM), pediu a prisão preventiva dele à Justiça. Santos responderá por feminicídio.
A Polícia Civil informou que o açougueiro ainda não tem advogado constituído.
O corpo de Adriele foi enterrado nesta quarta-feira (29) no Cemitério Municipal de Guaíra. A cerimônia foi marcada por comoção e contou com a presença e muitos amigos.
Ex-judoca, Adriele representou o Brasil no Campeonato Mundial de Judô Sub 17, em 2011. No ano seguinte, disputou o Campeonato Brasileiro Sub 17. Ela também ganhou medalha de bronze no XVI Jogos Sul Americanos Escolares, no Peru.
As informações estão nos sites da Confederação Brasileira de Judô e da Federal Paulista de Judô. O governo de São Paulo também confirma que Adriele foi uma beneficiada pelo Programa Bolsa Talento Esportivo, na categoria estudantil, em 2011.
Chefe do Departamento de Esportes e Lazer de Guaíra, Alessandro Camilo, postou no Facebook uma foto da ex-judoca e uma mensagem lamentando a morte dela, descrita como "guerreira".
Morte
De acordo com a polícia, o crime aconteceu na casa dos pais do suspeito, no bairro Tonico Garcia, na noite de terça-feira (28). Segundo o delegado, Adriele pretendia terminar o namoro com o rapaz devido às brigas constantes.
O casal estava junto há dez meses e morava junto há dois. As famílias decidiram marcar uma reunião para tentar ajudá-los a se reconciliar.
“A família foi para a cozinha e o casal ficou na sala. Nesse momento, ouviram um grito e ela saiu correndo em direção à rua já sangrando. Viram que ela tinha sofrido o ferimento a facadas e foram atrás dela”, diz Ferreira.
Adriele foi golpeada dez vezes e morreu no local. Em seguida, o suspeito foi achado ferido no interior do imóvel, com uma facada no abdômen e outra no pescoço.
“Chamaram a unidade móvel de atendimento. Nesse momento, voltaram até a residência e encontraram ele com um ferimento na barriga e outro no pescoço. Então, aparentemente, ele tentou se lesionar para se eximir da responsabilidade de homicídio”, diz o delegado.
O rapaz foi levado até um hospital em Barretos, onde segue internado. De acordo com a assessoria da Santa Casa, o açougueiro está consciente e consegue se alimentar sozinho.
Revolta
Durante o velório, o tio de Adriele disse que desconhecia o comportamento agressivo de Santos.
“Ele nunca se apresentou dessa forma para a família. Nem boatos eu nunca tinha ouvido. Eu sei que não tem justiça que pague a dor desse momento, mas que seja feito o que tem ser feito.”
Segundo o delegado, Adriele não chegou a denunciar o companheiro por agressões que tenha sofrido antes, mas outros familiares apontaram que as brigas entre o casal eram frequentes.
Após a morte da jovem, conhecidos lotaram o perfil do suspeito em uma rede social com mensagens de revolta e tristeza. Muitas estavam escritas em tom de ameaça.
Amigo e professor de judô da jovem, Stefânio Stafuzza lamentou a morte violenta da aluna.
"Uma menina de uma garra excepcional, talento incrível, vai deixar muita saudade. Representou a seleção brasileira de base por quatro anos, por onde ia sempre trazia bons resultados e sempre enchia de alegria os lugares que passava."
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