Protocolo do Hospital Getúlio Vargas determina que pacientes em estágio 'amarelo' devem ser atendidos na própria unidade. Boletim de atendimento médico em posto sumiu.
A polícia do Rio tem novas informações sobre o caso envolvendo Dona Irene, a idosa que morreu após ser liberada sem ser atendida no Hospital Estadual Getúlio Vargas. Os investigadores já sabem que Irene foi dispensada da unidade de saúde mesmo sendo classificada como paciente "amarelo" durante o processo de triagem.
O detalhe é que a idosa não poderia ter sido liberada porque um protocolo do próprio hospital determina que pacientes nessa condição devem ser atendidos na unidade de saúde. Sobre essa e outras questões, a polícia, após ouvir nesta terça a médica que dispensou Irene, Maria de Fátima, também quer ouvir o diretor da unidade de saúde.
Em depoimento na segunda-feira (6), Maria de Fátima falou que, na opinião dela, o caso de Irene não era grave. Uma das enfermeiras ouvidas pela polícia, no entanto, disse que o quadro de saúde da idosa estava classificado como amarelo.
O filho de Irene, que acompanhou a mãe ao hospital, disse que Maria de Fátima nem tocou na idosa. Ele também contou à polícia que a enfermeira que primeiro examinou a mãe dele já chegou dizendo que para eles (Irene e o filho) irem para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Tudo isso a polícia espera começar a esclarecer a partir desta terça, quando outras pessoas, inclusive o diretor do hospital serão ouvidas, a partir das 10h.
Boletim desapareceu
Outro ponto que a polícia pretende esclarecer se refere ao sumiço de um boletim de atendimento médico de Dona Irene. A polícia já sabe que, antes de ser encaminhada ao Hospital Getúlio Vargas, a idosa foi atendida no Posto de Atendimento Médico de Irajá, na Zona Norte.
Esse primeiro atendimento ocorreu no dia 27 do mês passado. Após ser medicada, Irene recebeu alta. No dia seguinte, ainda se sentindo mal, no início da tarde, Irene e o filho tentam um primeiro atendimento no Getúlio Vargas. Depois, ela foi encaminhada à UPA pela médica Maria de Fátima.
Na UPA, o quadro de saúde da idosa só piora e ela volta ao hospital. Era por volta de 23h quando isso ocorreu. Depois de dar entrada pela segunda vez na unidade de saúde, Irene morreu.
Só que o primeiro registro de Dona Irene no Getúlio Vargas desapareceu. No depoimento desta segunda, a médica Maria de Fátima contou que, após dispensar a idosa e ir embora da unidade, o diretor ligou para ela pedindo que fosse preenchido um novo boletim, porque o documento referente ao primeiro atendimento tinha desaparecido.
É exatamente esse desaparecimento que o diretor do hospital terá que explicar na 22ª DP (Penha).
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