Homem chegou a ficar hospedado na casa de uma dentista em um condomínio de luxo, antes de as vítimas pedirem ajuda à Polícia Militar. Autor foi indiciado por estelionato e falsa identidade.
Um funcionário público municipal, de 30 anos, morador de Sandovalina, foi preso na noite desta segunda-feira (6), em Presidente Prudente, por estelionato e falsa identidade, após se passar por doente de câncer em fase avançada para uma dentista, de 42 anos, e por amigo de um cantor famoso para uma comerciária, de 25 anos, ao mesmo tempo. As mulheres descobriram que estavam sendo vítimas de um golpe e acionaram a Polícia Militar.
Segundo consta no Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia Participativa de Presidente Prudente, a dentista relatou que conheceu um homem pelo WhatsApp que se dizia ser um promotor de Justiça de São Paulo, mas que trabalhava em Presidente Prudente, e que teria um amigo em tratamento de câncer nesta cidade e que o mesmo precisava de um apoio, até a sua chegada ao município.
A dentista, que mora no condomínio de luxo Village Damha, conforme infomações apuradas pelo G1, se prontificou a ajudar e recebeu o funcionário público em sua casa na sexta-feira (3) e, desde então, o hóspede ficou “comendo e bebendo”, com a justificativa de que estaria “com câncer em fase terminal”.
O funcionário também disse à mulher que lhe restavam apenas quatro meses de vida, e pediu R$ 300 emprestados a ela para comprar medicamentos. A vítima relatou que recebeu o dinheiro de volta.
Ainda em contato com o suposto promotor de Justiça, a vítima foi aconselhada a continuar ajudando o rapaz, pois ele “estava com dificuldades financeiras e precisava de apoio financeiro e de onde ficar”.
Outra vítima
Já a comerciária, que mora no Jardim São Bento, também em Presidente Prudente, conforme informações apuradas pelo G1, relatou que conheceu supostamente um cantor famoso pela internet, em julho, e este teria dito a ela que tinha um amigo em Presidente Prudente – o mesmo funcionário público municipal.
A comerciária fez contato com o suposto amigo do cantor e os dois se encontraram, juntamente a dentista, em um barzinho na cidade, onde as vítimas se conheceram. Depois de comerem e beberem, o funcionário público foi para a casa da dentista, onde estava hospedado. O encontro foi na sexta-feira (3).
Voz ao fundo
No domingo (5), a comerciária saiu novamente com o homem e depois deixou-o na casa da dentista. Após isso, a mulher recebeu uma ligação do suposto cantor, o qual disse que estava em um estúdio de gravação na cidade de São Paulo, mas a comerciária ouviu a voz da mãe da dentista ao fundo.
Desconfiada, a comerciária ligou para a dentista para perguntar se sua mãe estaria próxima ao autor, o que foi confirmado.
Assim sendo, as duas concluíram que tinham caído em um golpe, uma vez que mesmo homem havia se passado por cantor, para uma, e por promotor de Justiça, para a outra.
Flagrante
Por volta das 22h desta segunda-feira (6), as mulheres se juntaram com o autor e, anteriormente, combinaram entre elas de irem até a casa da dentista para pegarem as malas do homem e depois se dirigirem à delegacia, mas, no caminho, as vítimas se depararam com uma viatura da Polícia Militar e pediram ajuda, uma vez que estavam com receio da atitude do homem.
Diante dos fatos, os militares deram voz de prisão ao autor que estava no carro da dentista.
Prisão
O caso foi encaminhado à Delegacia Participativa de Presidente Prudente, onde a Polícia Civil ouviu as testemunhas e o relato dos militares, “com maior riqueza de detalhes, sendo que as mulheres imprimiram algumas conversas mantidas com o autor via um aplicativo de internet”. O celular do funcionário público foi apreendido para eventual perícia.
O preso foi interrogado, confessou, e alegou que “somente queria fazer amizades”. Em poder do autor, foram encontradas papéis com anotações de outras páginas no Facebook, que possivelmente seriam utilizadas para a prática de infrações com outras vítimas.
A Polícia Civil ouviu todos os envolvidos, analisou as provas e entendeu que estavam presentes indícios de autoria e materialidade, bem como o estado de flagrante, “já que o autor atribuiu-se de falsa identidade para obter vantagem ilícita em proveito próprio, causando prejuízo às vítimas ao mantê-las em erro”, conforme consta no BO.
Não foi arbitrada fiança e o homem permaneceu preso para ser apresentado em audiência de custódia na Justiça.
Liberdade provisória
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) informou ao G1 na tarde desta terça-feira (7) que, após a audiência de custódia, foi concedida liberdade provisória sem fiança ao funcionário público municipal, com a imposição de medidas cautelares.
Ainda segundo o TJ-SP pontuou ao G1, as medidas cautelares impostas pela Justiça ao envolvido são as seguintes: obrigação de comparecimento mensal em juízo para justificar suas atividades; proibição de frequentar determinados lugares, como bares e boates; proibição de ausentar-se da comarca sem autorização judicial; e obrigação de recolhimento domiciliar no período noturno.
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