Translate

terça-feira, 31 de julho de 2018

Operação prende oito funcionários de distribuidoras de combustíveis no Paraná

Policiais também cumpriram 12 de busca e apreensão nas empresas BR Distribuidora, Shell e Ipiranga na manhã desta terça-feira (31), em Curitiba.


A Polícia Civil prendeu, em uma operação na manhã desta terça-feira (31), oito funcionários das empresas BR Distribuidora, Raízen (licenciada da marca Shell) e Ipiranga em Curitiba. Também foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão.
A suspeita é a de que essas distribuidoras controlavam de forma indevida e criminosa o preço final dos combustíveis nas bombas dos postos com bandeira das distribuidoras, prejudicando a livre concorrência.
G1 apurou que os oito alvos de prisão temporária são:
  • César Augusto Leal - assessor comercial BR Distribuidora;
  • Marcos Bleuler Gouveia Alves de Castro - assessor comercial BR Distribuidora;
  • Silvo César Avila - assessor comercial BR Distribuidora;
  • Peter Oliveira Domingos - gerente da Distribuidora Ipiranga;
  • Adriano Alves de Souza - assessor comercial da Distribuidora Ipiranga;
  • Diego Neumann Balvedi - gerente da Raízen;
  • Karen Pedroso da Silva - assessora comercial da Raízen;
  • André Spina Oliva - assessor comercial da Raízen.
As buscas foram feitas nas casas dos suspeitos e nas sedes das empresas. Cinquenta policiais, quatro delegados, dois promotores e servidores do Instituto de Criminalística participaram da operação.
Além dos 20 mandados expedidos, a Justiça determinou ainda o afastamento do sigilo de e-mail de nove pessoas.

Como o esquema funcionava

A operação foi batizada de Margem Controlada e mira gerentes e assessores comerciais das três distribuidoras. Juntas, as empresas dominam 70% do mercado.

De acordo com a polícia, para se tornar um posto bandeirado, o empresário assinava um contrato de exclusividade com a respectiva distribuidora, tendo a obrigação de comprar o combustível somente dela – o que não é ilegal.
Porém, os representantes das distribuidoras vendiam o litro do combustível de acordo com o preço que deveria ser praticado pelo dono do posto. Isso servia para controlar, além do preço nas bombas, a margem de lucro dos empresários e a livre concorrência.
Os donos dos postos de combustíveis, então, procuraram o Ministério Público do Paraná (MP-PR) para um acordo de delação premiada. Eles confessaram a participação nos crimes e trouxeram provas, como documentos, áudios e vídeos.
Os documentos mostram um "desequilíbrio enorme" no mercado de combustíveis, conforme a polícia.
Os colaboradores também relataram ao MP-PR que a maioria dos postos de combustíveis pertence às distribuidoras, sendo eles locatários dos espaços e maquinários existentes no local. Isso é proibido por lei.
Os suspeitos podem responder por crimes de abuso de poder econômico e organização criminosa - as penas variam de dois a 13 anos de prisão.
A investigação levou mais de um ano e foi um trabalho conjunto entre a Divisão de Combate à Corrupção e Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Curitiba, órgão do MP-PR.
A ação teve ainda o apoio da Polícia Militar (PM) e de policiais civis do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e do Núcleo de Combate aos Ciber Crimes (Nuciber).
O Sindicombustíveis, sindicato que representa os postos do Paraná, declarou que as "acusações de interferência indevida e ilegal no mercado são gravíssimas e precisam ser investigadas profundamente".
Também afirmou que a "concorrência precisa ser sempre defendida para que os benefícios do livre mercado cheguem a toda a sociedade - desde os consumidores até os pequenos empresários que formam a grande maioria no segmento da revenda de combustíveis".

O que dizem os citados

Em nota, a Petrobras Distribuidora informou que "pauta sua atuação pelas melhores práticas comerciais, concorrenciais, a ética e o respeito ao consumidor, exigindo o mesmo comportamento de seus parceiros e força de trabalho".
Já a a Raízen, licenciada da marca Shell no Brasil, disse em nota que "acompanha o caso e está à disposição das autoridades responsáveis para esclarecimentos".
A empresa também reforçou que "os preços nos postos de combustíveis são definidos exclusivamente pelo revendedor" e que "a Raízen não tem qualquer ingerência sobre isso".
A distribuidora ainda declarou que "opera em total conformidade com a legislação vigente e atua sempre de forma competitiva, em respeito ao consumidor e a favor da livre concorrência".
G1 aguarda o retorno da Ipiranga e tenta localizar a defesa dos oito alvos de prisão temporária.
As buscas são feitas nas casas dos suspeitos e nas sedes das empresas (Foto: Filipe Rosa/RPC)As buscas são feitas nas casas dos suspeitos e nas sedes das empresas (Foto: Filipe Rosa/RPC)
As buscas são feitas nas casas dos suspeitos e nas sedes das empresas (Foto: Filipe Rosa/RPC)
Veja mais notícias do estado no G1 Paraná.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Muito obrigado pelo comentário, um grande abraço da equipe Braga Show!!!

Casa Branca confirma morte de filho de Osama bin Laden

Hamza bin Laden, também era conhecido como 'príncipe-herdeiro da Jihad'. Operação que o matou aconteceu entre o Afeganistão e o P...