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quarta-feira, 25 de julho de 2018

'Me mato, mas não me rendo': paulista troca vida no interior por linha de frente na guerra na Ucrânia

Rodolfo Cunha Cordeiro, conhecido entre combatentes rebeldes separatistas de origem russa como 'Rodrigo MacGyver', deixou Presidente Prudente (SP) para aderir a luta armada contra 'nazistas ucranianos'.


Há quatro anos, um jovem estudante de Direito do interior de São Paulo saiu da casa dos pais de manhã, vendeu sua moto Kawasaki Ninja preta para um conhecido e voltou à tarde com uma passagem só de ida para a Rússia.
Rodolfo Cunha Cordeiro, conhecido entre combatentes rebeldes e militares como "Rodrigo MacGyver", abandonou a faculdade em Presidente Prudente (SP) e hoje, aos 28 anos, vive entre explosões de morteiros, granadas e cadáveres como um dos protagonistas de uma guerra que se arrasta desde 2014 em uma das fronteiras mais tensas do planeta.
Ele mora na região de Donetsk, no leste ucraniano, e aderiu à luta armada junto a forças separatistas de origem russa que ocuparam territórios, órgãos públicos locais e autoproclamaram um Estado independente da Ucrânia - que por sua vez não reconhece a insurgência e contra-ataca o que chama de investida terrorista.
A extrema violência de ambos os lados na região já resultou, segundo as Nações Unidas, em mais de 10 mil mortes, incluindo pelo menos 3 mil civis.
A BBC News Brasil localizou Cordeiro e manteve contato com o combatente por conversas telefônicas no início deste mês. Seu testemunho revela uma vida solitária em busca de reconhecimento e o que ele chama de "aventura" e "desafio".
Os relatos do brasileiro, que diz ter se deslocado para a área para defender o "povo russófono de nazistas ucranianos", indicam que o conflito que já deixou mais de 1,7 milhão de pessoas desabrigadas ainda persiste.
'Vim fazer o que acho justo', diz brasileiro (Foto: Arquivo pessoal/ BBC)'Vim fazer o que acho justo', diz brasileiro (Foto: Arquivo pessoal/ BBC)
'Vim fazer o que acho justo', diz brasileiro (Foto: Arquivo pessoal/ BBC)
A menção aos nazistas ecoa uma narrativa presente na propaganda oficial russa sobre a Ucrânia - que nega enfaticamente a existência desses grupos dentro de seu governo.
Visto como "terrorista" e "ameaça à segurança nacional" por soldados do governo ucraniano, o brasileiro se mostra seguro e tranquilo.
"Eu não tenho medo, não. Não tenho cidadania ucraniana, nunca estive em território ucraniano. Sou um simples combatente da República Popular de Donetsk", diz, em referência à "nação" autoproclamada pelos separatistas.

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