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terça-feira, 24 de julho de 2018

'Era um casal feliz', diz advogado de suspeito de jogar mulher da sacada

Tatiane Spitzner, de 29 anos, morreu na madrugada de domingo (22); o marido dela, Luis Felipe Manvailer, de 32 anos, foi preso a 340 km da cidade e deve ser levado para presídio na Região de Curitiba nesta quinta-feira (26).


Era um casal feliz", afirmou Cláudio Dalledone Júnior, advogado do professor Luis Felipe Manvailer, de 32 anos. Luis Felipe é suspeito de empurrar a mulher da sacada do prédio em que moravam em Guarapuava, na região central do Paraná, na madrugada de domingo (22).
A advogada Tatiane Spitzner, de 29 anos, não sobreviveu. "Uma tragédia se anunciou dentro desse lar. Essa situação merece uma cautela. Nós sabemos muito pouco. A investigação tem que caminhar", acrescentou. Ainda de acordo com o advogado, o cliente nega o crime.
A Polícia Civil trata o caso como suspeita de feminicídio. Conforme a polícia, depois da queda, o suspeito recolheu o corpo de Tatiane foi e levou de volta para o apartamento. A advogada foi sepultada na segunda-feira (23), no Cemitério Municipal de Guarapuava.

Transferência

Por cautela, a Justiça autorizou a transferência de Luis Felipe para o Complexo Médico-Penal (CMP), em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele está preso em São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná, onde Luis Felipe foi preso ainda no domingo.
No fim desta manhã, a defesa de Luis Felipe informou que ele deve ser transferido na quinta-feira (26). A família de Tatiane não deu entrevistas.
Corpo de advogada foi encontrada dentro do apartamento, no Centro de Guarapuava, segundo o boletim de atendimento da Polícia Militar (PM) (Foto: Eduardo Andrade/RPC)Corpo de advogada foi encontrada dentro do apartamento, no Centro de Guarapuava, segundo o boletim de atendimento da Polícia Militar (PM) (Foto: Eduardo Andrade/RPC)
Corpo de advogada foi encontrada dentro do apartamento, no Centro de Guarapuava, segundo o boletim de atendimento da Polícia Militar (PM) (Foto: Eduardo Andrade/RPC)

Investigações em Guarapuava


O delegado Bruno Miranda Maciozek, responsável pela Delegacia da Mulher de Guarapuava, assumiu as investigações do caso e informou que tem um prazo de 10 dias, contado a partir de domingo, para concluir o inquérito.
O caso foi atendido pela Polícia Militar (PM) por volta das 3h de domingo, na Rua Senador Pinheiro Machado, no Centro de Guarapuava.
A denúncia dizia que alguém havia caído de um prédio. Quando os agentes chegaram ao local, encontraram marcas de sangue na calçada e seguiram até o apartamento, no 4º andar, onde encontraram o corpo de Tatiane.
Policiais encontraram um par de botas na escadaria do prédio  (Foto: Divulgação/Polícia Civil )Policiais encontraram um par de botas na escadaria do prédio  (Foto: Divulgação/Polícia Civil )
Policiais encontraram um par de botas na escadaria do prédio (Foto: Divulgação/Polícia Civil )
O marido da advogada, Luis Felipe, foi preso após sofrer um acidente de carro na BR-277, em São Miguel do Iguaçu, a 340 quilômetros de Guarapuava.
O delegado informou que, entre as pendências para a conclusão do inquérito, estão as conclusões de exames periciais.
“Nós vamos solicitar que [os laudos] sejam finalizados em dez dias. Nem sempre eles são finalizados, porque às vezes leva mais tempo. Mas eles [do Instituto de Criminalística] também estão cientes da urgência do caso”, informou Maciozek.
Segundo o delegado, um laudo de levantamento do local do crime foi realizado pelo perito do Instituto de Criminalística e concluído ainda no domingo. O apartamento foi interditado.

“A perícia no local do apartamento do instituto de criminalística já foi realizada no momento em que a polícia foi acionada, logo após o fato. O IML [Instituto Médico-Legal] também já realizou a perícia, eles apenas não remeteram o laudo ainda.
O apartamento está interditado pela Polícia Civil, por precaução, caso surja alguma diligência no curso desses próximos dias que a gente entenda ser necessário realizar lá”, declarou.
O delegado afirmou que não há registro de Boletins de Ocorrência (B.O) por violência doméstica envolvendo o casal. As testemunhas já ouvidas também não relataram brigas anteriores entre os dois.
Ainda segundo o delegado, o suspeito admitiu que ele e a mulher tinham ingerido bebidas alcoólicas. O casal estava em um bar, comemorando o aniversário de Luis Fernando, antes da morte de Tatiane.
“Houve uma briga, eles voltaram para casa brigando. Houve agressão física. Os vizinhos já relataram uma briga, um pedido de socorro da moça. E depois disso ela caiu ou foi jogada", explicou.
O delegado disse que a polícia trabalha com as duas versões.
"Ele diz que ela se jogou. A suspeita inicial da polícia é de que ele tenha jogado ela”, acrescentou.
Maciozek disse que imagens das câmeras de segurança do prédio estão sendo analisadas pela polícia e que algumas testemunhas já foram ouvidas. Familiares da vítima também devem prestar depoimento nos próximos dias.
Sobre o fato de ter levado o corpo da mulher para dentro do apartamento, o suspeito justificou que ficou transtornado, conforme o delegado.
“Ele falou que pegou o corpo dela porque ele ficou transtornado com a situação, ficou comovido. Ele não deu uma explicação plausível nem racional do porquê ele pegou o corpo ali. Ele não queria deixar ela naquela situação”, disse.
Foto que consta no relatório da Polícia Civil mostra sangue na calçada do prédio  (Foto: Divulgação/Polícia Civil )Foto que consta no relatório da Polícia Civil mostra sangue na calçada do prédio  (Foto: Divulgação/Polícia Civil )
Foto que consta no relatório da Polícia Civil mostra sangue na calçada do prédio (Foto: Divulgação/Polícia Civil )

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